O TEOR GEOPOLÍTICO DA QUESTÃO ÍNDIGENA
Hoje, o Supremo Tribunal Federal retoma o julgamento sobre a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. De um lado, os índios, defendidos por inúmeras organizações não-governamentais, a maioria estrangeira; de outro, os plantadores de arroz, pequenos agricultores, em grande parte de etnia indígena.
O tema está envolto em ambiente passional, que dificulta a quem está de fora formar juízo crítico isento. O quadro é apresentado de forma simplista: os índios estariam sendo ameaçados em sua sobrevivência pelo invasor branco.
Antes de esmiuçar a questão, convém examinar um depoimento do sertanista Orlando Villas-Boas, colhido nos anos 70 do século passado, que circula em vídeo na internet. Dizia ele, antecipando o teor geopolítico que a questão indígena teria no futuro:
“As maiores reservas de urânio do mundo estão em Roraima, dentro da terra ianomâmi. Os maiores minerais do mundo — inclusive um, que tem o apelido de alexandrita — só foram encontrados na América na terra ianomâmi. Nós já sabemos, por fonte muito boa, que mais ou menos uns 10 a 15 ianomâmis, os mais destacados da comunidade, estão na América, aprendendo inglês, aprendendo a política. E essa política consiste em quê? Eles vão voltar, dentro de uns dois a três anos (eu não sei se vou assistir, mas vocês vão), para dentro da tribo, falando inglês, com uma outra mentalidade, e o que vão fazer? Vão pedir um território ianomâmi desmembrado do Brasil e da Venezuela, e a ONU vai dar. E vai dar como tutora, no começo dessa nova gleba, a América do Norte”.
São palavras proféticas, quando se examina o tema da Raposa Serra do Sol. A discussão deveria ter (e não tem) como foco central um aspecto: é justo, admissível, sob qualquer ponto de vista, que uma porção do território nacional esteja infensa à presença do Estado?
A indagação estende-se não apenas a essa, mas a todas as terras indígenas brasileiras. Responder afirmativamente equivale a abrir mão de parte do território nacional, dando suporte a uma proposta, encaminhada, na década dos anos 1980, à ONU, pelo então secretário de Estado norte-americano Robert McNamara: a transformação dessas reservas em nações efetivas.
Ele queria que as nações indígenas se separassem de uma vez do país, passando a figurar juridicamente como nações independentes na assembléia da ONU. Tudo, claro, em nome dos direitos daqueles povos, que, segundo os que sustentam essa teoria, seriam sistematicamente espoliados pela sociedade brasileira.
A tese não resiste à mais superficial avaliação. Além de contemplados pela legislação com tratamento penal diferenciado (o índio, como o menor, é inimputável) e assistidos com exclusividade por diversos órgãos do Estado, como nenhum outro segmento da população, os povos indígenas desfrutam de ampla assistência de organismos internacionais. Calcula-se em 100 mil (!) o número de ONGs voltadas para eles na Amazônia. E essas ONGs aqui circulam com uma liberdade que não se concede a estrangeiros em nenhum outro ponto do planeta.
Muitas delas estão engajadas no projeto de McNamara e estimulam o ambiente conflitivo permanente que cerca essas reservas. A Raposa Serra do Sol é exemplo típico. Aparentemente, trata-se de conflito entre plantadores de arroz e índios.
Os plantadores estariam invadindo as terras dos índios e causando transtornos. Ora, os arrozeiros, sem falar no fato de que muitos deles são também índios, ocupam menos de 1% daquelas terras e respondem por 20% do PIB de Roraima.
Geram emprego e renda, são pacatos. Os conflitos são estimulados e, nos termos da legislação que rege as terras demarcadas, não podem ser solucionados pelo Estado. O Exército lá não pode entrar, muito embora a demarcação abranja áreas de fronteiras, o que, em, nenhum país do mundo — e por motivos óbvios — se admite. Terra de fronteira é área de segurança nacional — e cabe ao Exército patrulhá-las.
Imagine-se o império norte-americano concedendo faixas de fronteiras aos apaches. Ou ainda terras de grandes riquezas minerais. É o que se dá na reserva de Raposa da Serra do Sol.
Segundo mapas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2005, há, naqueles limites, 26 áreas ativas de garimpo de diamante — todas ilegais, pois a exploração mineral em terras indígenas é proibida, por falta de regulamentação do artigo 231 da Constituição, que condiciona a pesquisa em áreas demarcadas à autorização do Congresso Nacional.
Os dados são do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e não foram mais atualizados. O DNPM revela que há diversos garimpos em atividade na reserva controlados ilegalmente por índios. O Estado, que tem esses dados, confessa, no entanto, não saber onde ficam esses garimpos, nem poder autuá-los.
As riquezas, que, sem prejuízo dos royalties que caberiam aos índios, deveriam ser do país, acabam sendo negociadas diretamente com estrangeiros. Estão fora do PIB, fora de qualquer controle tributário. Não é casual que as ONGs estrangeiras defensoras dos índios queiram mantê-los dissociados do Estado brasileiro. O discurso é de defesa, generoso, mas a prática é antiga — e desonesta.
No passado, os europeus que aqui chegavam trocavam preciosidades por espelhos, apito e outras quinquilharias. Hoje, a contrapartida é mais sofisticada — laptops, celulares, automóveis e até jatinhos —, mas a desproporção permanece.
E é o país que paga a conta. Não se quer que os índios, habitantes originais do território, sejam expurgados ou que se repitam os excessos do conquistador europeu em tempos passados. É preciso assisti-los, mas dentro de limites que não os tornem artificialmente estrangeiros num país em que figuram como cidadãos, para o mal e para o bem. Orlando Villas-Boas avisou. Por Ruy Fabiano do Correio Braziliense
Hoje, o Supremo Tribunal Federal retoma o julgamento sobre a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. De um lado, os índios, defendidos por inúmeras organizações não-governamentais, a maioria estrangeira; de outro, os plantadores de arroz, pequenos agricultores, em grande parte de etnia indígena.
O tema está envolto em ambiente passional, que dificulta a quem está de fora formar juízo crítico isento. O quadro é apresentado de forma simplista: os índios estariam sendo ameaçados em sua sobrevivência pelo invasor branco.
Antes de esmiuçar a questão, convém examinar um depoimento do sertanista Orlando Villas-Boas, colhido nos anos 70 do século passado, que circula em vídeo na internet. Dizia ele, antecipando o teor geopolítico que a questão indígena teria no futuro:
“As maiores reservas de urânio do mundo estão em Roraima, dentro da terra ianomâmi. Os maiores minerais do mundo — inclusive um, que tem o apelido de alexandrita — só foram encontrados na América na terra ianomâmi. Nós já sabemos, por fonte muito boa, que mais ou menos uns 10 a 15 ianomâmis, os mais destacados da comunidade, estão na América, aprendendo inglês, aprendendo a política. E essa política consiste em quê? Eles vão voltar, dentro de uns dois a três anos (eu não sei se vou assistir, mas vocês vão), para dentro da tribo, falando inglês, com uma outra mentalidade, e o que vão fazer? Vão pedir um território ianomâmi desmembrado do Brasil e da Venezuela, e a ONU vai dar. E vai dar como tutora, no começo dessa nova gleba, a América do Norte”.
São palavras proféticas, quando se examina o tema da Raposa Serra do Sol. A discussão deveria ter (e não tem) como foco central um aspecto: é justo, admissível, sob qualquer ponto de vista, que uma porção do território nacional esteja infensa à presença do Estado?
A indagação estende-se não apenas a essa, mas a todas as terras indígenas brasileiras. Responder afirmativamente equivale a abrir mão de parte do território nacional, dando suporte a uma proposta, encaminhada, na década dos anos 1980, à ONU, pelo então secretário de Estado norte-americano Robert McNamara: a transformação dessas reservas em nações efetivas.
Ele queria que as nações indígenas se separassem de uma vez do país, passando a figurar juridicamente como nações independentes na assembléia da ONU. Tudo, claro, em nome dos direitos daqueles povos, que, segundo os que sustentam essa teoria, seriam sistematicamente espoliados pela sociedade brasileira.
A tese não resiste à mais superficial avaliação. Além de contemplados pela legislação com tratamento penal diferenciado (o índio, como o menor, é inimputável) e assistidos com exclusividade por diversos órgãos do Estado, como nenhum outro segmento da população, os povos indígenas desfrutam de ampla assistência de organismos internacionais. Calcula-se em 100 mil (!) o número de ONGs voltadas para eles na Amazônia. E essas ONGs aqui circulam com uma liberdade que não se concede a estrangeiros em nenhum outro ponto do planeta.
Muitas delas estão engajadas no projeto de McNamara e estimulam o ambiente conflitivo permanente que cerca essas reservas. A Raposa Serra do Sol é exemplo típico. Aparentemente, trata-se de conflito entre plantadores de arroz e índios.
Os plantadores estariam invadindo as terras dos índios e causando transtornos. Ora, os arrozeiros, sem falar no fato de que muitos deles são também índios, ocupam menos de 1% daquelas terras e respondem por 20% do PIB de Roraima.
Geram emprego e renda, são pacatos. Os conflitos são estimulados e, nos termos da legislação que rege as terras demarcadas, não podem ser solucionados pelo Estado. O Exército lá não pode entrar, muito embora a demarcação abranja áreas de fronteiras, o que, em, nenhum país do mundo — e por motivos óbvios — se admite. Terra de fronteira é área de segurança nacional — e cabe ao Exército patrulhá-las.
Imagine-se o império norte-americano concedendo faixas de fronteiras aos apaches. Ou ainda terras de grandes riquezas minerais. É o que se dá na reserva de Raposa da Serra do Sol.
Segundo mapas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2005, há, naqueles limites, 26 áreas ativas de garimpo de diamante — todas ilegais, pois a exploração mineral em terras indígenas é proibida, por falta de regulamentação do artigo 231 da Constituição, que condiciona a pesquisa em áreas demarcadas à autorização do Congresso Nacional.
Os dados são do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e não foram mais atualizados. O DNPM revela que há diversos garimpos em atividade na reserva controlados ilegalmente por índios. O Estado, que tem esses dados, confessa, no entanto, não saber onde ficam esses garimpos, nem poder autuá-los.
As riquezas, que, sem prejuízo dos royalties que caberiam aos índios, deveriam ser do país, acabam sendo negociadas diretamente com estrangeiros. Estão fora do PIB, fora de qualquer controle tributário. Não é casual que as ONGs estrangeiras defensoras dos índios queiram mantê-los dissociados do Estado brasileiro. O discurso é de defesa, generoso, mas a prática é antiga — e desonesta.
No passado, os europeus que aqui chegavam trocavam preciosidades por espelhos, apito e outras quinquilharias. Hoje, a contrapartida é mais sofisticada — laptops, celulares, automóveis e até jatinhos —, mas a desproporção permanece.
E é o país que paga a conta. Não se quer que os índios, habitantes originais do território, sejam expurgados ou que se repitam os excessos do conquistador europeu em tempos passados. É preciso assisti-los, mas dentro de limites que não os tornem artificialmente estrangeiros num país em que figuram como cidadãos, para o mal e para o bem. Orlando Villas-Boas avisou. Por Ruy Fabiano do Correio Braziliense
3 comentários:
Ainda ontem, numa reportagem do Estadão, o "antapólogo" Paulo Santilli, um dos responsáveis pelos estudos que determinaram a homologação da reserva, disse que os índios não querem se isolar, mas "aumentar a produção, se desenvolver, mudar. E isso é natural. O que é importante é que eles sejam sujeitos do seu futuro, que tenham poder para determinar como vão se integrar e como vão mudar. E não que sejam forçados a isso."
Ora, diante disso, a pergunta que não quer calar: qual a melhor maneira de se desenvolver, aumentar a produção, mudar? Integrar-se, inclusive com outras pessoas, ou fechar-se dentro de casa?
A índia-advogada Joênia Batista Carvalho (nome bastante estranho para uma dita índia wapichana, que já renderia um belo trabalho sobre a miscigenação brasileira) já havia dito que a "terra indígena não é só a casa onde se mora, é o local onde se caça, onde se pesca, onde se caminha. A terra não é um espaço de agora, mas um espaço para sempre".
Bela retórica para índios que têm celular, filmadora de última geração, internet por satélite, cherokee, são formados em direito, sociologia, e dão palestras até no exterior.
Terras, caras pintadas com cocar, que possuem as maiores reservas de minerais nobres do país; que contêm uma das maiores biodiversidades do mundo; que têm, hoje, entre 35 mil e 40 mil cabeças de gado nas mãos de alguns índio-pecuaristas.
Não. Estes "índios", que são a minoria dos que lá estão, ligados ao CIR e ao CIMI - e ao PT/PC do B/PSOL/PSTU e à "demonologia" da Libertação do tal "frei" Boff - não querem terra para manter seus costumes, como querem fazer-nos crer.
Querem-na para explorar seu potencial livremente, como já fazem ilegalmente hoje, atuando através de ONGs espúrias e com o patrocínio da Fundação Ford.
Índios como aquele que apareceu numa entrevista da GloboNews - após a dita Joênia ter ido ao STF - que disse que as "bases estavam traqüilas", palavrório muito comum no vocabulário dos militontos sindicais, é que desejam essa demarcação contínua.
Querem apenas soçobrar a sociedade democrática e o Estado de direito, em prol do socialismo imbecilizante que aprendem com os esquerdopatas que infestam os órgãos do governo que lhes dão assistência.
É bom lembrar, ainda, que, pela nossa atual Constituição, os índios só deveriam ter direito às terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988. Passaram a ter direito às que ocuparam no passado. E já são donos de praticamente 15% do território brasileiro, enquanto os outros 185 milhões dispõem apenas de 85% da área - tirando as áreas que estão sendo destinadas aos auto-proclamados quilombolas.
Ademais, independentemente dos critérios adotados para a demarcação, o tema deveria ter envolvido o Conselho de Defesa Nacional, que nunca foi consultado, uma vez que envolve questões de Segurança Nacional. Isto porque, no caso da Reserva Raposa Serra do Sol, a demarcação em área contínua está localizada na faixa de fronteira com a Guiana e Venezuela e pela constituição de 1988, quando um assunto envolve faixa de fronteira (no caso, 150 km), o mesmo deveria ter sido levado àquele Conselho e não ao STF.
Não tenho muita esperança de que o STF vá rever a reserva contínua, como alguns ministros já disseram, embora ela seja uma estupidez. Espero é que haja bom senso para reconhecer, pelo menos, que há terra suficiente para abrigar os ditos índios e também os não-índios, a fim de que a região possa realmente prosperar para todos os brasileiros.
JÁ ERA!
Oito votos favoráveis à demarcação das terras de forma contínua.
Pois é Weiss. Estão pisoteando na Constituição. Vamos ver como fica, agora, com as restrições estabelecidas pelo STF, dentre elas, a de que os indios NÃO PODEM explorar recursos hídricos e potenciais energéticos e garimpar o subsolo.
Nós sabemos muito bem qual é a verdadeira intenção dessa indiazada heitech sem vergonha, e quem está por trás deles.
Postar um comentário