Para Lula oposição faz 'terrorismo'

Presidente critica políticos que fizeram insinuações contra a Petrobrás e provoca reação de senadores - Por Tânia Monteiro, Leonencio Nossa e Rosa Costa

O Lula da Silva classificou de “terrorista” a atitude da oposição de levantar suspeitas sobre a saúde financeira da Petrobrás por causa dos empréstimos de R$ 2,7 bilhões que a estatal tomou em bancos oficiais. Durante a reunião com ministros da coordenação política, ontem, no Palácio do Planalto, Lula demonstrou muita irritação com o episódio e disse que a oposição está “criando factóides” e disseminando “o pânico na sociedade brasileira” em um momento delicado, em que a crise financeira afeta o mundo todo.

Lula considerou lamentável a forma como determinados integrantes da oposição têm se comportado, referindo-se principalmente ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que na semana passada levou o caso para a tribuna do Senado. O presidente disse esperar que tudo seja esclarecido com o depoimento no Senado, nesta semana, dos presidentes da Petrobrás, José Sérgio Gabrieli, da Caixa Econômica, Maria Fernanda Coelho, e do Banco do Brasil, Antonio Lima Neto.


REAÇÃO
Senadores oposicionistas reagiram às afirmações de Lula. “Só que quem não tem noção do que fala é que acusa quem quer que seja de ser terrorista”, disse o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) ironizou o uso do termo “terrorismo”. Ele disse que o presidente deve saber do que fala por ter convivido com pessoas capazes de defender atos dessa natureza. “De terrorismo ele entende, né? Teve um monte ao lado dele”, atacou.

“O presidente deveria, sim, escancarar as contas da Petrobrás, mostrar que não teme a realidade e admitir que seu governo fez uma operação às escondidas”, acrescentou Demóstenes. Arthur Virgílio (AM) disse que quer saber quanto tem custado o “uso político” da empresa. “Numa democracia, e espero que o Lula se lembre disso, eu tenho o direito, como parlamentar, de questionar os rumos de uma empresa importante como a Petrobrás”, afirmou. O Estado de São Paulo




EMPREGUISMO ESTATAL - Opinião de O Estado de S. Paulo
Contratar pessoal foi uma das atividades principais das empresas controladas pelo governo federal entre 2003, primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e 2007. Nesse período, o número de funcionários das companhias federais aumentou 15,2%, de 381.911 para 439.802. No setor financeiro, o aumento ficou um pouco abaixo da média, com expansão de 14,6%. No setor produtivo, o quadro aumentou 15,5% e o número de empregados chegou a 267.464 no ano passado, segundo publicação do Ministério do Planejamento. As maiores contratações ocorreram no Grupo Petrobrás, com expansão de 42,7%. Entre 2003 e 2007 o número de empregados subiu de 45.476 para 64.885. A campeã do emprego, em termos absolutos, foi naturalmente a empresa mais importante do grupo, a própria Petrobrás.

Pouquíssimo tempo se passou até a Petrobrás tornar público seu problema de caixa. Não haveria como disfarçá-lo, depois de a empresa ter procurado financiamento no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. Leia material completo no
Estado de São Paulo




AGORA É OFICIAL: EUA EM RECESSÃO

Um grupo de sete economistas respeitados e independentes do National Bureau of Economic Research (NBER) divulgou ontem um documento afirmando que os EUA estão em recessão desde dezembro de 2007. De lá para cá, segundo eles, a atividade econômica do país não parou de cair. Nos EUA, é o NBER que vem determinando formalmente os ciclos de recessão desde a década de 30. Entre seus integrantes e ex-membros, há 16 dos 31 prêmios Nobel de Economia ganhos pelos norte-americanos.


E O BRASIL?
Aos poucos a crise vai chegando até nós. Não em ritmo de enchente catarinense, mas como nódoas preocupantes de umidade no teto do banheiro e em algumas paredes de outros cômodos. E a chuva não cessa. Todos os setores que vinham 'bombando' nos últimos meses (imobiliário, automobilístico, industrial etc.), começam a apresentar sinais consistentes de fraqueza. Em menor proporção, o que nos afeta é exatamente o que está na base da crise nos EUA e em outras economias: o crédito. Material completo do Fernando Canzian na coluna
Pensata da Folha



VENDAS DE CARROS DESPENCAM 22,28%
No acumulado do ano, as vendas totais do setor somaram 4,5 milhões de unidades, alta de 17,36%

As vendas totais de veículos no mercado brasileiro registraram queda de 22,28% em novembro de 2008, na comparação com outubro e de 23,44% em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando 309,712 mil unidades, segundo dados divulgados há pouco pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os números incluem automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários. Por Beth Moreira, da Agência Estado



PRODUÇÃO INDUSTRIAL CAI 1,7% EM OUTUBRO
A crise começou a se refletir e fez a produção industrial do país desacelerar 1,7% em outubro frente ao mês anterior, após crescimento de 1,7% em setembro. informou nesta terça-feira o IBGE. Foi a maior queda observada em relação ao mês anterior desde novembro de 2007, quando a indústria apresentara queda de 2,1%. Segundo o IBGE, houve queda em todas as categorias de uso. Por Cirilo Junior – material completo na
Folha Online



VOLVO DEMITE 430 EM FÁBRICA DE CURITIBA
Em meio ao desaquecimento das vendas de veículos no Brasil e à ampliação das férias coletivas concedidas pelas montadoras, a Volvo anunciou ontem a demissão de 430 funcionários da sua fábrica de caminhões de Curitiba (PR). É o primeiro corte de empregos no setor automotivo do país desde o início da crise financeira internacional. Na sexta-feira, a Volvo já havia anunciado a demissão de 102 dos 700 trabalhadores de sua unidade em Pederneiras (320 km a noroeste de São Paulo), onde são produzidos equipamentos de construção, como carregadeiras. Assinante da Folha pode ler mais
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CEIA DE NATAL SERÁ A MAIS CARA DOS ÚLTIMOS 5 ANOS
Os consumidores devem preparar o bolso neste ano porque a ceia de Natal já está mais cara. Levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) com base no preço de dez itens que compõem o cardápio natalino mostra que os preços acumulados nos últimos 12 meses até novembro subiram em média 13,2%. Trata-se da maior inflação dos últimos cinco anos. Leia matéria completa no
Portal RPC




SECRETÁRIO DE LULA NA MIRA

MP vai investigar Gilberto Carvalho – Por Ricardo Brito Correio Braziliense

Procuradora quer saber detalhes da conversa entre o chefe de gabinete de Lula e Greenhalgh durante ação dos agentes da Polícia Federal e da Abin

O Ministério Público em Brasília abriu inquérito civil para investigar a conduta de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ter supostamente repassado ao ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) informações sigilosas que ajudaram Humberto Braz, braço direito do banqueiro Daniel Dantas. A investigação foi aberta pela procuradora da República Ana Carolina Roman, na terça-feira da semana passada, a partir de representação do deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP).

No pedido, o parlamentar cobrou do Ministério Público Federal, com base na Lei de Improbidade Administrativa, que afastasse liminarmente Carvalho do cargo por ter conversado sobre dados da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo o tucano, a legislação penaliza quem repassa quaisquer informações sobre o órgão. A procuradora ainda não decidiu sobre o pedido de liminar. Se condenado, Carvalho pode perder a função pública, ter os direitos políticos suspensos por até 10 anos e pagar multa.

Ontem, ele disse desconhecer o inquérito, mas declarou que, ao tomar pé do documento, voltará a esclarecer o que for necessário e desejado pela procuradora. Carvalho também lembrou ter sido inocentado por unanimidade, em 3 de novembro, pela Comissão de Ética Pública, órgão vinculado à Presidência da República. Em 28 de maio, Greenhalgh, advogado contratado pelo grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, que teve seus telefonemas grampeados na Operação Satiagraha sob suspeita de ter feito tráfico de influência, conversou ao telefone com Carvalho.

Greenhalgh queria saber se havia alguma investigação da Abin a respeito de um cliente dele, sem lhe dizer que se tratava de Humberto Braz. No diálogo, Carvalho lhe respondeu que não havia “nenhuma pessoa designada na Presidência” e “na Abin” atrás de Braz. Disse ainda a Greenhalgh que não falara com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, sobre o assunto — comprometendo-se a lhe dar uma resposta mais adiante. Um dia antes desse telefonema, um araponga da Abin, de codinome tenente Marcos, seguiu o carro de Braz pelas ruas da capital fluminense. Desconfiado da perseguição, o motorista dele acionou a divisão anti-seqüestro fluminense, que, ao abordar o agente, descobriu que ele trabalhava na Abin.


FLAGRANTE
Em nota divulgada em julho, Carvalho admitiu ter informado a Greenhalgh que não havia investigação da Abin feita pelo agente, mas alegou não saber que o cliente do petista era ligado a Dantas. Além disso, garantiu não ter dado mais uma informação sequer ao ex-deputado. Dantas, Braz e um terceiro acusado, Hugo Chicaroni, são réus em um dos processos resultantes da Satiagraha, cujo julgamento está previsto para esta semana. Braz e Chicaroni foram flagrados tentando subornar, com US$ 1 milhão, um delegado da PF para abortar as investigações contra Dantas. Os três negam participação no episódio. Desde julho, a procuradora pediu ao juiz paulista Fausto De Sanctis, responsável por julgar caso, acesso aos áudios com esses diálogos.

O arquivo, entretanto, ainda não foi remetido. A abertura do inquérito se deu automaticamente, com base em uma resolução do MPF. A procuradora não deu detalhes da investigação. O deputado deve ir hoje ao MPF e à PF, órgão em que ele também apresentou representação, para saber o andamento dos dois pedidos. Procurada ontem, a PF não informou que destino deu ao pedido de Sampaio — à época havia sido despachado para a Corregedoria da instituição. Em fins de setembro, a Comissão de Ética Pública, órgão da Presidência da República responsável por avaliar a conduta dos servidores, arquivou um processo contra Carvalho sobre os mesmos fatos. Ela entendeu que o assessor presidencial não cometeu “desvios éticos” no episódio.

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