O 'poder brando' de Obama

UMA BATALHA DE CORAÇÕES E MENTE

"Estenderemos a mão aos países que descerrarem os punhos" - Obama

Enquanto Barack Obama centra seus esforços numa guerra simbólica de palavras, para desfazer o legado de Bush que cunhou o termo "guerra ao terror" – frase que o novo presidente considera ideológica e não militar - os inimigos dos EUA começaram a testar o “poder brando” (nova terminologia) de Obama.

Segundo uma fonte do governo que pediu sigilo, Obama fez reuniões com o pessoal da Segurança Nacional na semana passada, para tentar encontrar uma nova frase que identifique melhor os esforços do governo para derrotar a Al-Qaeda e outros grupos terroristas no Afeganistão, Iraque e Paquistão.

Obama quer um termo militar que identifique a nova abordagem dos EUA na luta contra o terror – que, segundo ele, “será ideológica, e a vitória será determinada por meio da batalha de corações e mentes”.

Enquanto o novo presidente fica lucubrando sobre a morte da bezerra, fazendo breastorm para encontrar uma expressão-substituta para "guerra ao terror" (termo que não combina porque o terrorismo é uma tática), os inimigos identificáveis intensificaram de forma coordenada, suas ações contra os EUA.

Na semana passada, a Coréia do Norte ameaçou a Coréia do Sul com o lançamento de um míssil de longo alcance, um Taepodong-2; O Irã colocou em órbita seu primeiro satélite (sem ajuda externa) que, apesar de ainda ter o sabor de um Sputnik, não deixou de ser um lembrete sobre sua tecnologia nuclear.

Mahmoud Ahmadinejad disse que pode ajudar Barack a resolver os problemas do mundo. Isso não deve ser complicado: é só o presidente americano reconhecer o crescimento do poder iraniano, moldar uma estrutura para a regulamentação da influência iraniana no Ocidente, pedir desculpas pelo incrédulo do Bush, e jamais torrar o saco de “deus”.

Ontem, a justiça do Paquistão libertou o pai da bomba atômica paquistanesa, Abdul Qadeer Khan, que agora pode circular livremente pelo país, para o desespero da Casa Branca - que classificou de “deplorável” a decisão do Tribunal.

Não bastasse tudo isto, o minúsculo Quirguistão, com o apoio da Rússia (que obviamente, nega) anunciou ontem (sexta-feira) a expulsão das tropas americanas da base aérea de Manta - simplesmente a plataforma crucial para o abastecimento de 30 mil soldados americanos e 25 mil da Otan que estão no Afeganistão. O mais hilário (ou trágico) é que Obama está negociando com a Rússia sobre a não-proliferação. Como confiar na Rússia?

Saiu no Estadão de hoje: “A decisão foi um duro golpe para a Casa Branca. Agora, o presidente Obama, que prometeu intensificar a guerra no Afeganistão, terá de encontrar outra entrada segura de suprimentos para as tropas no front afegão - a rota principal, pelo Paquistão."

Familiares das vítimas dos terroristas de Guantánamo fizeram uma reunião com Obama, e protestaram contra sua decisão de fechar a prisão.

Barack Obama está querendo mudar os paradigmas. Ele adotou o mantra sobre “ter paciência e poder brando” com os inimigos, como se os EUA tivessem sido convertidos em monges tibetanos, e a tropa de choque da ideologia odiosa pudesse ser controlada pela paciência e pela força das palavras tênues.

Será essa a batalha de corações e mentes da qual fala Obama? Adotar um espírito de fraqueza e de apaziguamento para o restabelecimento do equilíbrio no Mundo?

Vocês digam o que quiserem, mas a América estava bem mais segura com Bush - que identificava os inimigos sem nenhuma reserva:

"Trata-se de uma facção do extremismo islâmico" que procura "matar cristãos e judeus, matar todos os americanos, sem fazer distinção entre militares e civis, e mesmo mulheres e crianças". O extremismo islâmico é também herdeiro de "todas as ideologias assassinas do século XX", inclusive "o fascismo, o nazismo e o totalitarismo". “Nesse submundo terrorista estão incluídos grupos como o Hamas, o Hezbollah, a Jihad Islâmica, [e] o Jaish-i-Mohammed. – Por George W. Busch

Mas o importante é que Obama parece finalmente ter encontrado sua frase vitoriosa para substituir a de Bush: – "luta contra o extremismo violento", ou SAVE. Yes you can!

Sabem de uma coisa: Obama não é a besta apocalíptica que muitos acreditaram, mas tudo indica, seja o abestalhado que vai “virar suco” nas unhas do islamismo, ou do “extremismo violento” - como queiram. E com ele, vai levar o Ocidente junto. Por Gaúcho/Gabriela


Vários assuntos lidos no: Miami Herald, Estadão, Reuters, AP, AFP. Daniel Pipes, News Week e outros. – Ilustração do Israel Post

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