Por Giora Becher - embaixador de Israel no Brasil
Algumas semanas após o cessar-fogo unilateral declarado por Israel, a verdadeira face do controle do Hamas sobre Gaza começa a se revelar. Apesar dos esforços do grupo em esconder as provas sobre os eventos, as evidências dos crimes de guerra praticados por eles, seu exagero sobre o número de vítimas civis e danos às propriedades, seu abuso da ajuda humanitária e sua intimidação aos residentes de Gaza estão finalmente vindo à tona.
Todos lembramos do choque que sentimos ao ler sobre mais de 40 pessoas mortas, inclusive crianças, no ataque israelense à escola das Nações Unidas no campo de refugiados de Jabalya. Patrick Martin, do jornal canadense "Globe and Mail", descobriu que não houve nenhum ataque à escola ou suas instalações. Ele escreve: "A história como gravada na memória das pessoas não era bem acurada. Evidências físicas e entrevistas com várias testemunhas oculares clarificam tudo. Enquanto algumas pessoas se feriram por estilhaços que caíram dentro das instalações, ninguém na escola foi morto."
Rod Nordland ("Newsweek") descreveu um exemplo de abuso de civis pelos Hamas: "De repente houve um terrível estrondo. Foi outro foguete sendo disparado contra Israel. A rampa de lançamento móvel estava bem no meio do apartamento de quatro quartos que estava cheio de pessoas."
Lorenzo Cremonesi ("Corriere Della Sera") relatou o testemunho da palestina Abdallah: "Praticamente todos os prédios mais altos em Gaza que foram alvejados pelos ataques israelenses tinham rampas lançadoras de foguetes em seus telhados. Eles as colocaram perto dos grandes depósitos da ONU, que explodiram em chamas."
Muitos residentes de Gaza culpam o Hamas pela perda de vidas e propriedades causada pelo terrorismo de se esconder entre a população civil. Entretanto criticam o Hamas em particular, mas poucos o fazem publicamente, um gesto que seria equivalente ao suicídio. Um porta-voz do Fatah, movimento do presidente Abbas, reportou que desde o final da guerra mais de cem membros de seu grupo foram assassinados ou feridos em Gaza. Louise Michel, comissária da União Europeia, denunciou durante sua visita a Gaza: "Eu digo isto intencionalmente daqui, o Hamas é um movimento terrorista e tem de ser denunciado como tal", e conclui que "neste momento temos de nos lembrar da grande responsabilidade do Hamas pelo conflito em Gaza".
As críticas ao Hamas também vêm de dentro da mídia árabe. O jornalista Abed Rashed, diretor da TV El Arabiya, faz menção em seu artigo de uma mulher em Gaza que ousou, em um programa ao vivo, dizer que estava disposta a se mudar para a Cisjordânia, viver sob o governo do presidente Abbas e que provavelmente seu desejo é compartilhado por muitos. Ele escreve que não há ninguém perguntando aos residentes de Gaza se eles concordam e aceitam as ações do Hamas, apesar de serem os primeiros a sofrerem as consequências. Conclui questionando se o grupo, que já lutou contra a Fatah no passado, está agora tentando destruir o povo palestino na Cisjordânia também.
Nossa aspiração foi e sempre será viver em paz com os palestinos e os nossos vizinhos árabes. Nós almejamos isso. Continuamos a acreditar na solução de dois Estados e a manter nosso comprometimento às negociações com a Autoridade Palestina na busca pela paz. O Globo
Algumas semanas após o cessar-fogo unilateral declarado por Israel, a verdadeira face do controle do Hamas sobre Gaza começa a se revelar. Apesar dos esforços do grupo em esconder as provas sobre os eventos, as evidências dos crimes de guerra praticados por eles, seu exagero sobre o número de vítimas civis e danos às propriedades, seu abuso da ajuda humanitária e sua intimidação aos residentes de Gaza estão finalmente vindo à tona.
Todos lembramos do choque que sentimos ao ler sobre mais de 40 pessoas mortas, inclusive crianças, no ataque israelense à escola das Nações Unidas no campo de refugiados de Jabalya. Patrick Martin, do jornal canadense "Globe and Mail", descobriu que não houve nenhum ataque à escola ou suas instalações. Ele escreve: "A história como gravada na memória das pessoas não era bem acurada. Evidências físicas e entrevistas com várias testemunhas oculares clarificam tudo. Enquanto algumas pessoas se feriram por estilhaços que caíram dentro das instalações, ninguém na escola foi morto."
Rod Nordland ("Newsweek") descreveu um exemplo de abuso de civis pelos Hamas: "De repente houve um terrível estrondo. Foi outro foguete sendo disparado contra Israel. A rampa de lançamento móvel estava bem no meio do apartamento de quatro quartos que estava cheio de pessoas."
Lorenzo Cremonesi ("Corriere Della Sera") relatou o testemunho da palestina Abdallah: "Praticamente todos os prédios mais altos em Gaza que foram alvejados pelos ataques israelenses tinham rampas lançadoras de foguetes em seus telhados. Eles as colocaram perto dos grandes depósitos da ONU, que explodiram em chamas."
Muitos residentes de Gaza culpam o Hamas pela perda de vidas e propriedades causada pelo terrorismo de se esconder entre a população civil. Entretanto criticam o Hamas em particular, mas poucos o fazem publicamente, um gesto que seria equivalente ao suicídio. Um porta-voz do Fatah, movimento do presidente Abbas, reportou que desde o final da guerra mais de cem membros de seu grupo foram assassinados ou feridos em Gaza. Louise Michel, comissária da União Europeia, denunciou durante sua visita a Gaza: "Eu digo isto intencionalmente daqui, o Hamas é um movimento terrorista e tem de ser denunciado como tal", e conclui que "neste momento temos de nos lembrar da grande responsabilidade do Hamas pelo conflito em Gaza".
As críticas ao Hamas também vêm de dentro da mídia árabe. O jornalista Abed Rashed, diretor da TV El Arabiya, faz menção em seu artigo de uma mulher em Gaza que ousou, em um programa ao vivo, dizer que estava disposta a se mudar para a Cisjordânia, viver sob o governo do presidente Abbas e que provavelmente seu desejo é compartilhado por muitos. Ele escreve que não há ninguém perguntando aos residentes de Gaza se eles concordam e aceitam as ações do Hamas, apesar de serem os primeiros a sofrerem as consequências. Conclui questionando se o grupo, que já lutou contra a Fatah no passado, está agora tentando destruir o povo palestino na Cisjordânia também.
Nossa aspiração foi e sempre será viver em paz com os palestinos e os nossos vizinhos árabes. Nós almejamos isso. Continuamos a acreditar na solução de dois Estados e a manter nosso comprometimento às negociações com a Autoridade Palestina na busca pela paz. O Globo
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