Lula e Mantega "dão lições" sobre crise em NY

No coração da crise, em Nova York, o Lula da Silva e o ministro da Fazenda Guido Mantega se preparam para convencer o mundo financeiro hoje de que a economia do Brasil já está se recuperando – e de que o país teria o que ensinar aos outros países.


Mantega minimizou a retração da economia no último trimestre e destacou a melhora no varejo. Disse que esses e outros "sinais de recuperação" serão apresentados no seminário "Brasil: um Parceiro Global em uma Nova Economia". Folha de S. Paulo




INTERESSES NACIONAIS PERDEM MUITO NA AMÉRICA LATINA

O Brasil voltou a enfrentar significativas tensões com os vizinhos argentinos e bolivianos.

O clima de frequente hostilidade comercial vivido com a Argentina ganhou novos contenciosos, depois que os argentinos exigiram mais barreiras para os produtos brasileiros e as conquistaram na reunião da última quinta-feira em Buenos Aires. Não é diferente a tensão no relacionamento com a Bolívia. O projeto de construção de uma estrada nesse país por empreiteira brasileira com financiamento do BNDES está sob investigação da Controladoria-Geral boliviana, depois que avaliações sugeriram suspeitas de superfaturamento.

O resultado da reunião da semana passada em Buenos Aires não foi promissor para os interesses nacionais. A Argentina apresentou lista de quinze setores industriais que exigiram barreiras protecionistas contra as exportações brasileiras. A reunião decidiu que as disputas comerciais serão solucionadas pelo setor privado, com acordos caso a caso sobre volume e preços no comércio bilateral entre os dois países. Cada setor terá um tipo de negociação e "alguns poderão ter cotas e outros, preços mínimos", como reconheceu o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Apesar do clima mais distensionado dessa reunião em comparação com a realizada em Brasília em fevereiro para tratar do mesmo caso, ficou bem visível que as demandas argentinas foram aceitas pelo governo brasileiro.

Essa "solução" já estava desenhada desde a visita do chanceler Celso Amorim à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na primeira semana deste mês, quando o Itamaraty avisou que o empresariado brasileiro passava a ter a incumbência de negociar com os argentinos os acordos setoriais de redução voluntária dos embarques dos produtos brasileiros para o sócio no Mercosul. A rigor, essa proposta atende a dois objetivos da diplomacia brasileira em relação à Argentina. Primeiro, o Planalto e o Itamaraty pretendem conter os setores do governo que desejam impor sanções aos produtos argentinos compatíveis com as barreiras definidas por Buenos Aires para os produtos brasileiros. Essa opinião de maior confronto está concentrada nos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento. Depois, pretende atender à vontade do presidente Lula que prefere soluções "políticas" para esses contenciosos comerciais, pedindo sempre maior compreensão dos industriais brasileiros para os problemas enfrentados pelos produtores argentinos. O presidente acredita que a dissolução desse clima de tensão depende das atitudes políticas tomadas pelos negociadores brasileiros.

É importante observar a mudança de opinião da Fiesp nesse conflito comercial. Há um mês, os industriais paulistas insistiam em que o diálogo "não resolvia" porque os argentinos eram contumazes nessa forma de pressão e acabavam sempre levando a melhor nessas negociações. No entanto, a Fiesp mudou de perspectiva e aceitou a posição do Itamaraty. Os motivos dessa concessão é a preservação de um clima amistoso para o encontro do próximo dia 20 entre o presidente Lula e a presidente argentina Cristina Kirchner na sede da Fiesp. Aliás, o mecanismo dos acordos setoriais já foi adotado em 2004 no relacionamento bilateral Brasil/Argentina especificamente para os setores de eletrodomésticos, calçados e têxteis. Na nova versão desse mecanismo os mesmos setores da economia argentina seriam outra vez beneficiados. Com uma diferença: as dificuldades que surgirem nessas negociações setoriais serão remetidas para uma comissão bilateral de monitoramento. Essa comissão terá a primeira reunião durante a visita da presidente Cristina Kirchner à Fiesp.

A opção por soluções políticas também atingiu os interesses brasileiros na Bolívia. A obra, uma estrada ligando o centro ao norte do país, com financiamento diretamente negociado entre os presidentes Lula e Evo Morales, custará US$ 415 milhões, 80% financiados pelo BNDES. No final de fevereiro uma empreiteira brasileira retomou a obra que foi iniciada por outra empresa também brasileira. Nesse ponto começam as denúncias de superfaturamento porque US$ 160 milhões já foram pagos a primeira empreiteira. O Senado boliviano aprovou por unanimidade relatório apontando irregularidades e determinando investigação. O imbróglio financeiro está longe de ser solucionado e há óbvios riscos na atitude de constante contemporização do governo brasileiro.

É discutível que tantas concessões signifiquem mesmo vantagens reais para os interesses brasileiros. Tanto em La Paz quanto em Buenos Aires. Gazeta Mercantil

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu já vi gente assim na vida. Na maioria das vezes, são grosseiros e analfabetos que costumam achar que sabem mais que os outros. Vivem a substimar a inteligência alheia. Dá muita vergonha dessa cambada com cara de PODRE lambuzado no melado em NY.

Eu viajo muito, e conheço esses tipinhos iguais ao Lula, usam tênis da Nike bem branquinho, usam shorts da Adidas( nada a ver) e boné. São atarracados, e falam bem alto para mostrar que são brasileiros, e tentam se comunicar falando português com sotaque americano.

Joana D'Arc disse...

E o maroleiro sentenciou: "Barack Obama tem "a obrigação" de estabelecer uma nova relação com a América Latina. Uma relação não como a aliança para o progresso dos anos 60, nem uma política de ingerência, mas uma relação de parceria".

Ora, relação com quem?! com ditadores cubanos e venezuelanos e vermelhos no resto do continente?!
Com quem há 8 loooooongos anos lhe vêm virando as costas?!

Os americanos são fundamentalmente democráticos e, em primeiro lugar, têm compromisso com os interesses de seu povo e de sua pátria.

Falar em 'obrigação' e 'parceria' é só saliva da parte desse carrapato sugador tentando se fazer de importante.