
Depois de morder 2 bilhões de reais da Caixa Econômica em tempo de crédito escasso, depois de eleita principal beneficiária da ajuda de 20 bilhões de reais do BNDES às empresas, a estatal “enferma” anuncia um lucro líquido de 34 bilhões de reais – 50% maior que o de 2007.
A Petrobras é mesmo um grande parque de diversões. Os brinquedos são o dinheiro público e o Pateta é o contribuinte.
Depois de passar de 100 dólares, o preço internacional do barril de petróleo despencou para menos da metade. Sabem em quanto a Petrobras reduziu o preço do óleo no mercado interno? Zero. Os chefes daquele pedaço de paraíso sindical explicaram que é para preservar a empresa do risco das oscilações… A única coisa que nunca oscila, com crise ou sem crise, é a teta generosa da estatal-mãe.
Com seu mundo maravilhoso de convênios, apoios e cargos, muitos cargos, ela é capaz de desencravar milhões e milhões de unhas – para usar a expressão imortalizada pelo nosso Delúbio. E, claro, jorrar dinheiro para o fundo de pensão, locomotiva pirata do governo popular.
Surge agora a notícia de que a Petrobras deixou à míngua os projetos de música, teatro, dança e festivais. É a crise.
Os patetas não haverão de estranhar. A cultura pode esperar. Enquanto isso, vamos aplaudindo o espetáculo do enriquecimento da república dos pelegos. Por Guilherme Fiuza
DELÍRIO IDEOLÓGICO: CASO EMBRAER
A visão autárquica anticapitalista não existe apenas na esfera sindical ou encastelada no governo Lula. Ela também está infiltrada no Poder Judiciário, haja vista a decisão do Tribunal Regional do Trabalho, da 15ªRegião, de suspender as demissões com base em argumentos filosóficos, encharcados de ideologia, pelos quais, em síntese, nenhuma empresa pode demitir em nome do bem social.
Pelo que representam, por já terem sido estatais e devido ao tamanho, Embraer e Vale têm sido alvo de várias incompreensões depois que foram atingidas de forma direta pelos efeitos da crise mundial. Grandes exportadoras, inevitável que o choque de crédito provocado pela quebra de instituições financeiras americanas, e seus efeitos em todas as economias, as vitimasse de maneira grave.
Num primeiro momento, as exportações de minério chegaram a cair 40%, enquanto a carteira de encomendas da Embraer encolheu de uma hora para outra, a ponto de fazer desaparecerem 30% do faturamento do terceiro fabricante de aviões do mundo. Nada de diferente aconteceu no exterior, mas, no Brasil, por força de especificidades ideológicas, o caso das duas empresas, obrigadas a fazer demissões, como qualquer outra, tem recebido um tratamento heterodoxo.
A Embraer, especificamente, foi obrigada a afastar 4.200 funcionários, muitos de alta qualificação, o equivalente a 20% da sua força de trabalho. Talvez acostumados aos tempos em que a fábrica era estatal, uma empresa que não se preocupava com os custos - pois o contribuinte arcava com os prejuízos -, sindicatos e representantes do governo reagiram como se a Embraer usasse a crise para demitir mão-de-obra qualificada. Algo sem sentido no setor privado.
A visão autárquica anticapitalista não existe apenas na esfera sindical ou encastelada no governo Lula. Ela também está infiltrada no Poder Judiciário, haja vista a decisão do Tribunal Regional do Trabalho, da 15ªRegião, de suspender as demissões com base em argumentos filosóficos, encharcados de ideologia, pelos quais, em síntese, nenhuma empresa pode demitir em nome do bem social. Quer dizer, na crise, decreta-se a falência de todos os empregadores - ou a mudança para um regime econômico centralizado, estatal, como os que naufragaram na década de 80.
Aplicada a visão da Justiça do Trabalho, todos os milhões de empregos na área privada da economia brasileira estão em risco. Mesmo que a interpretação seja revogada mais à frente, é grave existir na Justiça magistrados com essa cultura. A Embraer só se tornou um dos grandes fabricantes de aviões porque passou para a administração privada. Não é mais possível tratá-la como uma paquidérmica estatal. A não ser que – O Globo
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