O Governo federal anunciou ontem que doará quatro helicópteros para a Bolívia como forma de ajudar o país a lutar contra o narcotráfico e os desastres naturais e ratificou sua decisão de colaborar com o Executivo do presidente boliviano, Evo Morales. Leia mais aqui, no Portal do IG
BNDES: US$ 4,2 bi À ARGENTINA
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, informou que um dos principais acordos fechados durante a visita do Lula da Silva a Buenos Aires prevê a criação de uma linha de crédito de US$ 300 milhões, que poderá ser usada por bancos argentinos para financiar importações de itens brasileiros.
De acordo com Coutinho, no total, os créditos aprovados e em processo de liberação para investimentos na Argentina alcançam US$ 4,2 bilhões. Um projeto em estudo é o financiamento da importação de 220 carros metroviários, para o metrô de Buenos Aires. A operação ficaria em US$ 600 milhões, e a fornecedora seria a Alston do Brasil. Ele confirmou ainda a negociação da venda de aviões da Embraer para o Estado argentino. Por Janaína Figueiredo do Estado de São Paulo
BRASILEIROS PAGARÃO PELA LIBIDO SEXUAL DE LUGO
Visita ao Brasil em bu$ca de apoio político
Em meio a um clima de perplexidade em seu país e com a liderança em xeque, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, desembarca em Brasília no dia 7 de maio para pedir, entre outras coisas, o apoio político do Lula da Silva.
Convencido das poucas chances que tem quanto à revisão do Tratado de Itaipu, Lugo dirá a Lula que não pode deixar o Brasil de mãos vazias. Voltar a Assunção com alguns benefícios, como recursos para industrialização e investimentos em infraestrutura, ajudaria Lugo a atenuar a queda da popularidade, causada pelos pedidos de reconhecimento de paternidade.
Resultados concretos serviriam para fortalecê-lo diante da oposição que pede sua renúncia. Entre as ofertas estão uma linha de crédito do BNDES de US$ 1 bilhão para projetos voltados ao setor produtivo, mais US$ 500 milhões para a construção de uma nova linha de transmissão.
Há ainda chance de serem liberados outros US$ 400 milhões para uma subestação entre Itaipu e Assunção. Sobre Itaipu, segundo técnicos envolvidos no assunto, não se descarta uma revisão tarifária pelo Brasil. O Globo – Por Eliane Oliveira
UM RECURSO MAL-EMPREGADO - Por André Fialho *
O governo federal estendeu a redução de impostos para o setor automotivo – IPI para automóveis e a eliminação de Cofins e redução de IOF para motocicletas. Nenhuma medida para o transporte público, um dos maiores problemas das capitais e regiões metropolitanas. O governo federal ignora olimpicamente o transporte público enquanto as altas tarifas transferem milhares de usuários para o transporte individual, gerando o caos no trânsito das cidades. Sem o barateamento significativo das tarifas, não tem futuro o transporte coletivo no Brasil. A Argentina subsidiou as empresas e tirou impostos do diesel (no Brasil a multinacional Petrobrás não aceita), o resultado foi um grande crescimento do número de passageiros, o que ajudou a manter a tarifa baixa.
O governo federal aumentou o diesel em 2008 e não mexeu na gasolina. Segundo especialistas, atualmente o diesel no Brasil custa 45% a 68% mais caro que no exterior. O governo sequer usa os recursos da Cide para o transporte público, seja para financiar metrôs ou corredores de ônibus. O Paraná com sua política de preferência pelos pobres não reduziu os 18% do ICMS do diesel para o transporte coletivo. Além disso, as tarifas de ônibus carregam as absurdas gratuidades, sem subsídio. Os europeus chegam a subsidiar em até 60% suas tarifas.
É emblemático que os ônibus não tenham qualquer subsídio ou redução de impostos. Quanto ao transporte individual, aí sim o governo federal ajuda e muito: não eleva o preço da gasolina mesmo quando o barril de petróleo atinge os 150 dólares, ou seja, pratica renuncia fiscal para subsidiar o automóvel e financiar a compra de automóveis! Agora o clímax: anuncia eliminação de impostos para motocicletas. Com estas medidas, me atrevo a afirmar que o governo federal, sem saber, lançou mais um programa, o Piti, Programa de Incentivo ao Transporte Individual.
Não é necessário discorrer sobre a barbaridade que é incentivar o uso de motos: são mortes e acidentes, além da extrema poluição (ambiental e sonora) e a falta de segurança. Em países asiáticos como o Vietnã, a explosão de vendas tornou a moto um problema de saúde pública. No Brasil, pelo número de vendas de motos nos últimos 5 anos, estamos indo nesta direção. Montadoras de motos chinesas já estão instaladas em Manaus, com base em subsídios governamentais.
Incentivar e subsidiar o uso do automóvel e motos gera graves problemas de congestionamentos, poluição, gastos públicos para manter e construir vias e viadutos, gerenciar e fiscalizar o trânsito, além de aumentar os gastos com a saúde pública e com a previdência social (jovens inutilizados para o trabalho).
Caiu a arrecadação do FPM, fonte de sustento das prefeituras, para transferir recursos para os fabricantes de veículos e motocicletas. Embora seja louvável (a exemplo da malfadada CPMF) reduzir ou eliminar impostos em um país que gasta 37% do seu PIB com carga tributária, retirar imposto de automóvel não é uma medida sensata.
Uma alternativa para manter a indústria automobilística seria o incentivo à exportação, que a política econômica equivocada de juros altos e queima de reservas (para manter a moeda valorizada e a inflação controlada) não permite. Com os subsídios, em março venderam 17% acima de 2008. Sem os subsídios ainda venderiam mais que em 2007 e 2008.
Da mesma forma que aumentou em 30% o preço do cigarro – medida que irá resultar em redução do número de mortes por ataques cardíacos, efizemas, câncer e AVCs, além de menor gasto com saúde pública e previdência –, o governo deveria aumentar os impostos sobre automóveis, que também resultaria em menor número de acidentes, mortos e feridos (são 50 mil mortos por ano), menor gasto com saúde e previdência e anunciar medidas de incentivo ao uso do transporte público no País.
A política de transporte hoje no Brasil se resume a visão de manter o emprego de metalúrgicos do ABC e vender cada vez mais carros. Em 2003 eram vendidos 1,3 milhão de veículos, em 2008 foram mais de 2,8 de veículos por ano. Será que ainda precisam de subsídio? Até quando as cidades brasileiras e os cidadãos irão suportar a entrada de 3 milhões de veículos por ano nas ruas?
* André Fialho é engenheiro especialista em transporte público, consultor na área de transportes, membro da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP) e membro do PPS de Curitiba. – Gazeta do Povo - Paraná
BNDES: US$ 4,2 bi À ARGENTINA
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, informou que um dos principais acordos fechados durante a visita do Lula da Silva a Buenos Aires prevê a criação de uma linha de crédito de US$ 300 milhões, que poderá ser usada por bancos argentinos para financiar importações de itens brasileiros.
De acordo com Coutinho, no total, os créditos aprovados e em processo de liberação para investimentos na Argentina alcançam US$ 4,2 bilhões. Um projeto em estudo é o financiamento da importação de 220 carros metroviários, para o metrô de Buenos Aires. A operação ficaria em US$ 600 milhões, e a fornecedora seria a Alston do Brasil. Ele confirmou ainda a negociação da venda de aviões da Embraer para o Estado argentino. Por Janaína Figueiredo do Estado de São Paulo
BRASILEIROS PAGARÃO PELA LIBIDO SEXUAL DE LUGO
Visita ao Brasil em bu$ca de apoio político
Em meio a um clima de perplexidade em seu país e com a liderança em xeque, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, desembarca em Brasília no dia 7 de maio para pedir, entre outras coisas, o apoio político do Lula da Silva.
Convencido das poucas chances que tem quanto à revisão do Tratado de Itaipu, Lugo dirá a Lula que não pode deixar o Brasil de mãos vazias. Voltar a Assunção com alguns benefícios, como recursos para industrialização e investimentos em infraestrutura, ajudaria Lugo a atenuar a queda da popularidade, causada pelos pedidos de reconhecimento de paternidade.
Resultados concretos serviriam para fortalecê-lo diante da oposição que pede sua renúncia. Entre as ofertas estão uma linha de crédito do BNDES de US$ 1 bilhão para projetos voltados ao setor produtivo, mais US$ 500 milhões para a construção de uma nova linha de transmissão.
Há ainda chance de serem liberados outros US$ 400 milhões para uma subestação entre Itaipu e Assunção. Sobre Itaipu, segundo técnicos envolvidos no assunto, não se descarta uma revisão tarifária pelo Brasil. O Globo – Por Eliane Oliveira
UM RECURSO MAL-EMPREGADO - Por André Fialho *
O governo federal estendeu a redução de impostos para o setor automotivo – IPI para automóveis e a eliminação de Cofins e redução de IOF para motocicletas. Nenhuma medida para o transporte público, um dos maiores problemas das capitais e regiões metropolitanas. O governo federal ignora olimpicamente o transporte público enquanto as altas tarifas transferem milhares de usuários para o transporte individual, gerando o caos no trânsito das cidades. Sem o barateamento significativo das tarifas, não tem futuro o transporte coletivo no Brasil. A Argentina subsidiou as empresas e tirou impostos do diesel (no Brasil a multinacional Petrobrás não aceita), o resultado foi um grande crescimento do número de passageiros, o que ajudou a manter a tarifa baixa.
O governo federal aumentou o diesel em 2008 e não mexeu na gasolina. Segundo especialistas, atualmente o diesel no Brasil custa 45% a 68% mais caro que no exterior. O governo sequer usa os recursos da Cide para o transporte público, seja para financiar metrôs ou corredores de ônibus. O Paraná com sua política de preferência pelos pobres não reduziu os 18% do ICMS do diesel para o transporte coletivo. Além disso, as tarifas de ônibus carregam as absurdas gratuidades, sem subsídio. Os europeus chegam a subsidiar em até 60% suas tarifas.
É emblemático que os ônibus não tenham qualquer subsídio ou redução de impostos. Quanto ao transporte individual, aí sim o governo federal ajuda e muito: não eleva o preço da gasolina mesmo quando o barril de petróleo atinge os 150 dólares, ou seja, pratica renuncia fiscal para subsidiar o automóvel e financiar a compra de automóveis! Agora o clímax: anuncia eliminação de impostos para motocicletas. Com estas medidas, me atrevo a afirmar que o governo federal, sem saber, lançou mais um programa, o Piti, Programa de Incentivo ao Transporte Individual.
Não é necessário discorrer sobre a barbaridade que é incentivar o uso de motos: são mortes e acidentes, além da extrema poluição (ambiental e sonora) e a falta de segurança. Em países asiáticos como o Vietnã, a explosão de vendas tornou a moto um problema de saúde pública. No Brasil, pelo número de vendas de motos nos últimos 5 anos, estamos indo nesta direção. Montadoras de motos chinesas já estão instaladas em Manaus, com base em subsídios governamentais.
Incentivar e subsidiar o uso do automóvel e motos gera graves problemas de congestionamentos, poluição, gastos públicos para manter e construir vias e viadutos, gerenciar e fiscalizar o trânsito, além de aumentar os gastos com a saúde pública e com a previdência social (jovens inutilizados para o trabalho).
Caiu a arrecadação do FPM, fonte de sustento das prefeituras, para transferir recursos para os fabricantes de veículos e motocicletas. Embora seja louvável (a exemplo da malfadada CPMF) reduzir ou eliminar impostos em um país que gasta 37% do seu PIB com carga tributária, retirar imposto de automóvel não é uma medida sensata.
Uma alternativa para manter a indústria automobilística seria o incentivo à exportação, que a política econômica equivocada de juros altos e queima de reservas (para manter a moeda valorizada e a inflação controlada) não permite. Com os subsídios, em março venderam 17% acima de 2008. Sem os subsídios ainda venderiam mais que em 2007 e 2008.
Da mesma forma que aumentou em 30% o preço do cigarro – medida que irá resultar em redução do número de mortes por ataques cardíacos, efizemas, câncer e AVCs, além de menor gasto com saúde pública e previdência –, o governo deveria aumentar os impostos sobre automóveis, que também resultaria em menor número de acidentes, mortos e feridos (são 50 mil mortos por ano), menor gasto com saúde e previdência e anunciar medidas de incentivo ao uso do transporte público no País.
A política de transporte hoje no Brasil se resume a visão de manter o emprego de metalúrgicos do ABC e vender cada vez mais carros. Em 2003 eram vendidos 1,3 milhão de veículos, em 2008 foram mais de 2,8 de veículos por ano. Será que ainda precisam de subsídio? Até quando as cidades brasileiras e os cidadãos irão suportar a entrada de 3 milhões de veículos por ano nas ruas?
* André Fialho é engenheiro especialista em transporte público, consultor na área de transportes, membro da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP) e membro do PPS de Curitiba. – Gazeta do Povo - Paraná
Nenhum comentário:
Postar um comentário