Reportagem de hoje do "The New York Times" mostra trabalhadores latino-americanos, sobretudo brasileiros, que estão aceitando a oferta do governo do Japão, de dar dinheiro para eles regressarem aos seus países e não voltar mais Mais - Franck Robichon/The New York Times
CASA & VÍDEO DEMITE 600 FUNCIONÁRIOS
A rede de lojas Casa & Video demitiu ontem 600 funcionários. Segundo a empresa, a medida faz parte de ajustes na estrutura visando a redução de despesas operacionais, antes da entrega do plano de recuperação judicial, prevista para o mês que vem. A Casa & Video afirmou que não fechará lojas.
"As reduções de custos neste momento são primordiais para adequar a empresa a um novo cenário", disse a companhia.
Desde novembro, quando foi alvo da Operação Negócio da China, da Polícia Federal, a Casa & Video demitiu 1.829 funcionários. Outros 500 também foram dispensados. Segundo a empresa, eram vagas temporárias. A rede conta com 69 lojas no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e em Minas Gerais. Conta agora com aproximadamente 3.400 funcionários. (CIRILO JUNIOR) – Folha de São Paulo
NÃO HÁ VAGAS – O Globo
Desemprego chega a 9%, maior taxa desde 2007. Entre jovens, índice atinge 21%
Com mais de dois milhões de desempregados, o que não se via desde setembro de 2007, o mercado de trabalho em março mostrou sinais mais evidentes da crise financeira global que desembarcou por aqui no fim do ano passado. A taxa de desemprego chegou a 9%, superior aos 8,5% de fevereiro e também aos 8,6% de março do ano passado.
Entre os jovens, a situação é ainda mais grave, com o indicador na casa dos 21%. De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada ontem pelo IBGE, não houve geração de vagas para absorver os 141 mil trabalhadores que entraram no mercado em março. Outro sinal incontestável de que o mercado de trabalho nas regiões metropolitanas ficou pior está na alta do desemprego frente ao ano anterior, algo que não acontecia há um ano e três meses. — Em março, houve uma demanda forte por ocupação, e o mercado não gerou postos de trabalho. O resultado dessa equação foi um aumento na taxa de desemprego — afirmou Cimar Azeredo, gerente da pesquisa do IBGE.
A taxa veio dentro do esperado pelos analistas. Mesmo assim, a pequena geração de vagas acendeu o sinal amarelo para alguns especialistas.
Segundo o professor da PUC José Márcio Camargo, nos últimos anos o mercado tem criado cerca de 70 mil vagas de fevereiro para março: — Agora, foram abertos apenas nove mil postos. E a alta do desemprego começa a aparecer no salário.
Houve queda de 0,2% (no rendimento) de um mês para outro.
Economista prevê taxa de 11%. Segundo Camargo, a taxa de desemprego deve continuar subindo, como em todo início de ano. Desta vez, porém, com mais intensidade. Ele prevê alta até junho, quando a desocupação deve atingir 11%, voltando aos dois dígitos: — Isso, se tudo acontecer como o esperado. Na média do ano, a taxa deve ficar entre 9,5% e 10%
Para Camargo, até a esperada queda do desemprego no segundo semestre está ameaçada. A suspensão da cobrança do IPI sobre eletrodomésticos e carros pode reduzir as vendas no segundo semestre: — Estamos antecipando o consumo futuro. A menos que a economia cresça fortemente no segundo semestre, há um risco pela frente.
Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset, vê uma “deterioração gradual” do quadro. E também cita a massa salarial (soma dos salários) — que subiu 5,4% em fevereiro (último dado disponível) — como foco de resistência no mercado de trabalho.
— É uma trajetória de piora inegável, mas gradual.
São Paulo é a região metropolitana onde a crise tem se mostrado mais aguda: são mais de um milhão de desempregados, o maior número desde maio de 2007. — O resultado é sintomático, São Paulo é o coração da economia e onde a situação está pior, por depender mais do emprego formal que Recife ou Salvador, por exemplo — diz Saboia.
A indústria teve a maior taxa de desemprego entre as atividades, alcançando 6,1% em março, o dobro da registrada em outubro, de 3,1%. Os jovens também estão sofrendo mais. O desemprego, que foi de 18,9% em fevereiro, chegou a 21,1% para os que têm entre 15 e 24 anos.
— Tradicionalmente, essa faixa etária encontra dificuldade para se empregar, diante da falta de experiência. Num momento de crise, sofre mais ainda. Entre os que têm entre 8 e 10 anos de estudo, a situação também piorou — diz Azeredo, do IBGE.
Na esteira da alta da desocupação, o emprego com carteira perdeu fôlego. Segundo Azeredo, o crescimento das vagas formais, que estava próximo a 4%, foi de apenas 2,5% em março na comparação anual.
Japão paga brasileiros para voltarem para casa, para sempre
Diversos trabalhadores que perderam seus empregos nas indústrias japonesas estão aceitando a proposta do governo japonês.
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