Apesar de dois brasileiros pleitearem a vaga, um deles com muita chance, o Itamaraty apoia o polêmico egípcio Farouk Hosni para a Unesco. Conhecido por posições antissemitas, Hosni tem a oposição de parceiros importantes do Brasil, como EUA e Rússia. (1ª Página)
Pelo menos Marcio Barbosa teria grande chance de dirigir Unesco, mas Itamaraty faz opção que contraria vários países
Mesmo com dois brasileiros no páreo, o Brasil apoiará oficialmente o egípcio Farouk Hosni para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Foram preteridos o diretor-adjunto da Unesco, Marcio Barbosa - com grandes chances de ganhar a eleição, prevista para setembro -, e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
A opção por Hosni foi confirmada ontem pelo Itamaraty, que, na avaliação de aliados do governo, estaria desagradando não apenas à comunidade científica nacional, mas a parceiros importantes, como EUA, Rússia, México, Argentina, França, Índia e China, que já teriam declarado apoio ao brasileiro Barbosa.
Os EUA, recentemente, vetaram o nome do Hosni, devido a seu discurso antissemita. Os franceses, que antes haviam escolhido o egípcio, retiraram seu apoio.
- Sinto-me frustrado - afirmou Barbosa ao GLOBO, por telefone, de Paris.
Amorim comunicou decisão a candidatos brasileiros
Ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Barbosa conta com mais de 20 votos. Segundo funcionários do governo e parlamentares que acompanham sua trajetória, um de seus méritos foi levar de volta à Unesco, junto com o atual diretor-geral do organismo, o japonês Koichiro Matsuura, os EUA, afastados desde meados da década de 80.
Barbosa e Cristovam foram avisados da decisão pelo próprio chanceler Celso Amorim, semana passada. Um dos argumentos, relatou o senador, foi que o Brasil vem procurando manter boas relações com países árabes. O apoio a Hosni seria fundamental nessa estratégia.
- Minha candidatura só teria chance se contasse com o apoio direto do presidente Lula e do ministro Amorim. Mas o Márcio (Barbosa) fez uma grande campanha no mundo inteiro - afirmou Cristovam.
Para o senador, a direção-geral da Unesco seria natural para o Brasil, graças a experiências como o Bolsa Família e a exploração de alternativas energéticas - caso do etanol. O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), criticou:
- Lamento o Itamaraty ter tomado essa decisão. Havia chances reais de o Brasil dirigir um órgão da importância da Unesco. O governo deveria apoiar um dos brasileiros.
Segundo fontes do governo, alguns fatores pesaram na decisão de apoiar Hosni, todos permeados pela necessidade de fortalecer relações com o mundo árabe. Entre eles, a maior participação do Brasil no processo de paz no Oriente Médio e o aval da região à candidatura do país a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Amorim nega interesse em comando de agência nuclear
Os mais inconformados dizem que a posição do país tem como foco a possibilidade de se ter um brasileiro, com apoio árabe, na diretoria-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Entre os cogitados estaria o próprio Amorim. O Itamaraty informou, ontem à noite, que apóia a candidatura do sul-africano Abdul Samad Mint para a AIEA .
- Não tenho interesse nesse cargo e, se o presidente Lula assim o quiser, gostaria de ficar no governo até o fim do mandato - disse Celso Amorim.
Correntes do governo e do Congresso tentarão convencer Lula e o Itamaraty a pelo menos não apoiar Hosni que, segundo publicações internacionais, teria dito que queimaria os livros em hebraico que encontrasse, quando foi ministro da Cultura de seu país. A decisão será levada a Paris até o dia 31 deste mês. Eliane Oliveira - O Globo – colaborou Demétrio Weber
Pelo menos Marcio Barbosa teria grande chance de dirigir Unesco, mas Itamaraty faz opção que contraria vários países
Mesmo com dois brasileiros no páreo, o Brasil apoiará oficialmente o egípcio Farouk Hosni para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Foram preteridos o diretor-adjunto da Unesco, Marcio Barbosa - com grandes chances de ganhar a eleição, prevista para setembro -, e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
A opção por Hosni foi confirmada ontem pelo Itamaraty, que, na avaliação de aliados do governo, estaria desagradando não apenas à comunidade científica nacional, mas a parceiros importantes, como EUA, Rússia, México, Argentina, França, Índia e China, que já teriam declarado apoio ao brasileiro Barbosa.
Os EUA, recentemente, vetaram o nome do Hosni, devido a seu discurso antissemita. Os franceses, que antes haviam escolhido o egípcio, retiraram seu apoio.
- Sinto-me frustrado - afirmou Barbosa ao GLOBO, por telefone, de Paris.
Amorim comunicou decisão a candidatos brasileiros
Ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Barbosa conta com mais de 20 votos. Segundo funcionários do governo e parlamentares que acompanham sua trajetória, um de seus méritos foi levar de volta à Unesco, junto com o atual diretor-geral do organismo, o japonês Koichiro Matsuura, os EUA, afastados desde meados da década de 80.
Barbosa e Cristovam foram avisados da decisão pelo próprio chanceler Celso Amorim, semana passada. Um dos argumentos, relatou o senador, foi que o Brasil vem procurando manter boas relações com países árabes. O apoio a Hosni seria fundamental nessa estratégia.
- Minha candidatura só teria chance se contasse com o apoio direto do presidente Lula e do ministro Amorim. Mas o Márcio (Barbosa) fez uma grande campanha no mundo inteiro - afirmou Cristovam.
Para o senador, a direção-geral da Unesco seria natural para o Brasil, graças a experiências como o Bolsa Família e a exploração de alternativas energéticas - caso do etanol. O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), criticou:
- Lamento o Itamaraty ter tomado essa decisão. Havia chances reais de o Brasil dirigir um órgão da importância da Unesco. O governo deveria apoiar um dos brasileiros.
Segundo fontes do governo, alguns fatores pesaram na decisão de apoiar Hosni, todos permeados pela necessidade de fortalecer relações com o mundo árabe. Entre eles, a maior participação do Brasil no processo de paz no Oriente Médio e o aval da região à candidatura do país a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Amorim nega interesse em comando de agência nuclear
Os mais inconformados dizem que a posição do país tem como foco a possibilidade de se ter um brasileiro, com apoio árabe, na diretoria-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Entre os cogitados estaria o próprio Amorim. O Itamaraty informou, ontem à noite, que apóia a candidatura do sul-africano Abdul Samad Mint para a AIEA .
- Não tenho interesse nesse cargo e, se o presidente Lula assim o quiser, gostaria de ficar no governo até o fim do mandato - disse Celso Amorim.
Correntes do governo e do Congresso tentarão convencer Lula e o Itamaraty a pelo menos não apoiar Hosni que, segundo publicações internacionais, teria dito que queimaria os livros em hebraico que encontrasse, quando foi ministro da Cultura de seu país. A decisão será levada a Paris até o dia 31 deste mês. Eliane Oliveira - O Globo – colaborou Demétrio Weber
2 comentários:
A cada dia se lê mais e mais absurdos do Rei da Banania.
Lula agora é um Tiranete com interesses nucleares.
E a bomba vai explodir bem na cara do povo... que não faz NADA pra reclamar de tanto abuso!
Com ou sem explosão.. estamos todos num buraco sem fundo.......
Ele é o único sujeito no Brasil, que pode fazer o que quiser. Matar, roubar, apoiar terrorismo, ser antissemita. O povo acha ele o "pobre coitadinho", embora esteja milionário. Acredito, que se fossem buscar à fundo a fortuna de Lula, ele seria o mais RICO de todos que passaram na presidência da República.
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