A fase terceiro-mundista do Itamaraty

MAIS UM ERRO

Há algo de estranho quando, entre dois brasileiros, o governo decide apoiar um egípcio para o cargo de diretor-geral da Unesco. Ainda mais quando os brasileiros são o próprio diretor-adjunto do organismo, Marcio Barbosa, e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

Já o escolhido, o egípcio Farouk Hosni, quando foi ministro da Cultura de seu país, disse que queimaria os livros em hebraico que encontrasse, discurso antissemita que lhe valeu o veto dos Estados Unidos para o posto na Unesco.

A diplomacia brasileira, que se tornou respeitada por causa do profissionalismo, pragmatismo e coerência, vem adotando, na gestão Lula, posições condicionadas por vezos ideológicos. Um exemplo foi a reação débil do Palácio do Planalto quando da nacionalização da exploração do gás na Bolívia, em nome do apoio ao "compañero” Evo Morales.


Essa fase "terceiro-mundista" do Itamaraty, além de ultrapassada, não se coaduna com a proeminência conquistada pelo Brasil como um dos principais países emergentes.

O voto na Unesco reflete uma das teses centrais da política externa lulista: a obtenção para o país de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. É um objetivo válido, mas em sua defesa o Itamaraty tem recorrido à perigosa máxima de que os fins justificam os meios, praticada por certa militância petista. Em nome da preservação do suposto apoio dos países árabes à candidatura brasileira, que a depende de uma reforma do Conselho, o governo tem adotado posições equivocadas.

Foi assim quando evitou votar contra o governo do Sudão resoluções que o responsabilizaram pelos massacres e o genocídio na região de Darfur. Nesta conta estão mais de 300 mil mortos. E foi assim quando, às vésperas da depois adiada visita a Brasília do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a delegação brasileira a uma reunião das Nações Unidas não se retirou diante dos insultos racistas contra Israel proferidos por Ahmadinejad.

O apoio ao egípcio Hosni na Unesco parece estar no mesmo contexto. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, desmente que também haja uma barganha para se colocar um brasileiro - no caso, ele - no comando da Agência Internacional de Energia Atômica, organismo das Nações Unidas dirigido por um egípcio. Menos mal, pois o caso ganharia ainda mais em gravidade. – O Globo



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CHANCELER TERÁ DE EXPLICAR APOIO A EGÍPICIO NA UNESCO

A notícia de que o Brasil apoiará o egípcio Farouk Hosni para o cargo de diretor-geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) levou parlamentares de partidos diferentes, inclusive da base aliada, a cogitar a possibilidade de convocar o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a dar explicações sobre a escolha. O Globo – Leia mais
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Um comentário:

gabriela disse...

Esse cara pálida nunca foi bom em nada. Um fracote profissionalmente. Tentou ser cineasta, foi uma tragédia. Veja que ele sempre procura o topo das profissões, assim como Lula da Silva. Competência ZERO.