Toda essa encenação de que não tem acordo, de que Lula não quer curvar-se ao vizinho, na verdade, não passa de circo armado. Está claro que o bispo tarado vai voltar para o Paraguai exibindo uma mala cheia de bondades, generosamente oferecidas pelo Lula da Silva.
Funciona assim: Lugo exige o impossível e o Lula oferece o limite máximo do “possível”, o que para nós, brasileiros, vai significar mesmo uma “saída honrosa”: aquela que mira diretamente no nosso traseiro.
O Lula está oferecendo ao vizinho uma módica oferta que ele considera justa: um pagamento maior pela cessão da energia - valor que no ano passado totalizou US$ 130 milhões -, a construção de uma linha de transmissão, uma subestação, uma linha de crédito do BNDES e um fundo de investimentos. Por acaso, vocês estão vendo algum “semblante fechado” na foto?
Em compensação, defender os brasileiros que vivem e trabalham no Paraguai, cujas terras são invadidas diariamente pelos sem-terra do bispo, nem uma palavra de Lula. Por Arthur/Gabriela
PARAGUAIO DIZ QUE “A NINGUÉM CONVÉM TER VIZINHO POBRE”
Quase três horas de reunião não foram suficientes para destravar, ontem, as negociações entre Brasil e Paraguai sobre o acordo relativo à hidrelétrica de Itaipu. O pacote que o Lula da Silva ofereceu - US$1,7 bilhão em crédito e melhoria dos termos de compensação pela exclusividade brasileira na compra do excedente de energia da usina - foi considerado insuficiente por seu colega paraguaio, Fernando Lugo. Este insistiu em que o Paraguai possa vender a energia que exceder a cota paraguaia diretamente ao mercado brasileiro, sem passar pela Eletrobrás. Lula rechaçou a ideia.
Lugo insistiu, sobretudo, no aumento da tarifa paga pelo Brasil ao Paraguai e no fim da exclusividade. Foi informado de que um ajuste, inclusive uma revisão tarifária, poderia ser até negociado, mesmo que não agora. Mas acabar com o princípio de que a energia só pode ser vendida à Eletrobrás seria mexer no tratado e disso, disse uma fonte, o Brasil não abre mão.
O impasse acabou ganhando uma conotação política. Durante um jantar no Palácio da Alvorada, Lula e Lugo decidiram discutir uma "saída honrosa", classificou uma fonte que acompanha as negociações.
O grande nó seria encontrar uma solução política para os pleitos de Lugo. O paraguaio passa por um grande desgaste, após as acusações de que teve vários filhos quando era bispo. Com isso, Lugo reacendeu o discurso nacionalista - vitorioso nas eleições - de que o Brasil explora o Paraguai, recusando-se a mudar condições que prejudicariam o país vizinho.
Lugo precisa voltar a Assunção com algum benefício que possa chamar de concessão grandiosa do Brasil. Lula só aceita ceder em pontos que não sejam entendidos como abrir mão de direitos e curvar-se à vontade dos vizinhos. Lula deixou o Itamaraty visivelmente contrariado. De manhã, dissera que falaria após a reunião, mas mudou de ideia. Lugo também saiu com o semblante fechado. A declaração que ambos dariam foi cancelada pouco antes das 20h30m. Os presidentes falarão hoje, às 8h, antes de embarcarem para Mato Grosso do Sul, para a inauguração do Trem do Pantanal.
Lugo pede ajuda para industrializar Paraguai
O pacote brasileiro continha três pontos: dobrar de US$100 milhões para US$200 milhões o valor pago pelo Brasil pelo direito de exclusividade sobre a energia a que o Paraguai tem direito e não usa; um fundo de US$1,5 bilhão do BNDES para infraestrutura; e a liberação de um crédito a fundo perdido de US$100 milhões, do Tesouro Nacional, para obras sociais.
De manhã, Lugo esteve com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele pediu ajuda para que o país possa deixar de ser agroexportador e caminhe rumo à industrialização:
- A ninguém convém ter um vizinho pobre.
Lugo também disse que veio "com a mente e o coração abertos, nesta primeira visita, para construir esse diálogo” - Chico de Gois, Eliane Oliveira e Mônica Tavares – O Globo – colaborou Isabel Braga
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2 comentários:
A '$aida honro$a"' vai ser decidida entre os dois nesse passeio no Pantanal com o pretexto de inaugurar essa linha do trem...
E do bocorroto não tenho nenhuma esperança que a decisão nos seja favorável...
E a conta, como sempre, vai sobrar para o nosso espoliado bolso.Como bem disse o Daniel Piza no Estadão: 'quando vejo dois políticos almoçando, vou logo sacando meu cartão de crédito'
Eu fico impressionada de como se grudam esses "presimentes" ao se cumprimentarem. Será coisa da origem primitiva?
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