Lula prejudicou o pobre e o trabalhador, diz oposição.
"O governo quebrou a confiança na poupança" e "fez uma opção preferencial pelos bancos". As duas frases sintetizam a reação da oposição ao anúncio da mexida nas regras da poupança. Em nota divulgada na noite de ontem, PPS, PSDB e DEM argumentaram que "o governo federal quebrou a confiança que o Brasil custou a resgatar na caderneta de poupança", que classificaram como "único refúgio da economia popular". Há 19 anos, o ex-presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB-AL) confiscou o dinheiro da poupança. "O anúncio feito pelo ministro da Fazenda mostra que o governo Lula optou por prejudicar o pobre, o aposentado, o trabalhador, criando um novo imposto para não perder arrecadação", diz a nota dos partidos oposicionistas.
"O governo está garfando os ganhos do trabalho e privilegiando o capital dos bancos. Os grandes ganhadores foram os bancos", disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), referindo-se ao anúncio, também, da desoneração dos investimentos em fundos de renda fixa e outros tipos de fundos de grandes e médios investidores.
As cúpulas dos três partidos da oposição reuniram-se ontem para traçar uma estratégia contra a aprovação das medidas no Congresso. Com o discurso de quebra de confiança, a oposição espera também conseguir mobilizar a população contra a proposta de taxar a poupança. "Não faz sentido mexer na poupança dessa forma. Trata-se de atingir a confiança dos poupadores", disse o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). "Quem acreditou na poupança e pôs o dinheiro lá, vai ter de tirar."
Na avaliação da oposição, o governo faz "demagogia" ao afirmar que apenas 1% dos poupadores serão atingidos com as novas regras. Na nota, a oposição afirma que está "ao lado da população brasileira, nas ruas e no Congresso Nacional, lutando para que esta medida não seja aprovada e para que o povo não seja penalizado mais uma vez pelos erros deste governo". O PSDB, o DEM e o PPS argumentaram ainda que o governo anunciou "estranhamente uma desoneração temporária nos fundos de aplicação e uma tributação permanente na poupança, que guarda o fruto do trabalho do povo". Para o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), as medidas são uma insensatez. "Se depender de nós, elas não passam. São medidas contraditórias que prejudicam o poupador e isentam o especulador", disse o tucano. Eugênia Lopes e Densie Madueño O Estado de S. Paulo -
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