
As atitudes ditatoriais de Hugo Chavez - que a gente hoje em dia reluta em chamar de presidente, já que tem muito mais poder do que costumam ter os chefes de estado e governo de uma democracia - estão extrapolando qualquer regra de boa convivência política e diplomática. As ditaduras nem sabem o que é diplomacia. Mesmo que Chavez e Lula troquem gracinhas quando estão juntos, a gente já assistiu Brasília e o Itamaraty engolirem diversos sapos.
Agora, Chavez se indispõe com a Argentina, nacionalizando empresas daquele país em seu território. Cristina Kirchner tem de ficar quieta, embora furiosa, porque seu marido e antecessor no cargo firmou a dependência do país ao petróleo e petrodólares venezuelanos.
Além disso, o noticiário diário que vem de Caracas mostra que o horizonte promete turbulências com o tempo.
A imprensa está cada vez mais acuada, as vozes libertárias como a de Mario Vargas Llosa são constrangidas ao entrar no país, e com o tempo acabarão desviando o roteiro. Com Chavez no poder indefinidamente, logo surgirão idéias armamentistas. É o que fazem os ditadores para se perpetuarem. Armam-se até os dentes. Não é impossível que tenhamos, ao norte, um dia, o mesmo problema que vive agora a Coréia do Sul.
Tiago Marzagão fez um artigo, ontem no "Estadão’’, muito lúcido e informativo, mostrando por aritmética simples que não há vantagem econômica nenhuma em deixar a Venezuela entrar para o Mercosul. Vantagem política, com Chavez no poder, também não pode haver. Quem quer ficar sócio de um doido ególatra? O Congresso deverá ratificar, em breve, o ingresso do vizinho neste nosso mercado comum. Espero que os senhores deputados e senadores pensem muito bem antes de votar. E não sucumbam, docilmente, à pressão dos palácios do Planalto e do Itamaraty.
Quanto à Coreia do Norte, é um estopim prestes a ser acionado. É um país comandado por malucos. Uma vez escrevi que não havia nada mais perigoso do que bandidos com bons advogados. Mas há sim: doidos com armas nucleares. Nem a mais criativa das ficções poderia ter imaginado o que vemos hoje na Coreia: armas atômicas na mão de um governo em transição, onde o posto de ditador, transformado em hereditário, está prestes a passar de um homem precocemente envelhecido após um derrame cerebral e operações delicadas para um jovem de 28 anos. Só que, neste momento, quem é que detém o poder de apertar o botão que aciona o míssil? Quem é que sabe? Para dar besteira das grandes, é um segundo...
O pior de tudo é que, com as demonstrações que tem dado o Itamaraty, no governo Lula, com aqueles pensadores barbados sempre inclinados para a esquerda, não seria de estranhar se o Brasil acabasse se colocando ao lado da Coreia do Norte, contra a opinião de todo o mundo ocidental, que condenou os recentes testes nucleares do governo de Pyongyang. Are baba!
Só mais uma coisa que não tem nada a ver com as anteriores. De novo é realizada, em Brasília, a manifestação O Grito da Terra, que a gente sabe exatamente o que é: entidades que ganham dinheiro, muito dinheiro, mal explicado, do governo federal defendem a distribuição de terras para quem não as tem. Dilma Rousseff os recebe com toda a consideração.
Minha pergunta é a seguinte: é só gritar que a gente ganha terras? Porque eu também quero! (Gazeta Mercantil)
Caricaturas do excelente cartunista J.Bosco
Agora, Chavez se indispõe com a Argentina, nacionalizando empresas daquele país em seu território. Cristina Kirchner tem de ficar quieta, embora furiosa, porque seu marido e antecessor no cargo firmou a dependência do país ao petróleo e petrodólares venezuelanos.
Além disso, o noticiário diário que vem de Caracas mostra que o horizonte promete turbulências com o tempo.
A imprensa está cada vez mais acuada, as vozes libertárias como a de Mario Vargas Llosa são constrangidas ao entrar no país, e com o tempo acabarão desviando o roteiro. Com Chavez no poder indefinidamente, logo surgirão idéias armamentistas. É o que fazem os ditadores para se perpetuarem. Armam-se até os dentes. Não é impossível que tenhamos, ao norte, um dia, o mesmo problema que vive agora a Coréia do Sul.
Tiago Marzagão fez um artigo, ontem no "Estadão’’, muito lúcido e informativo, mostrando por aritmética simples que não há vantagem econômica nenhuma em deixar a Venezuela entrar para o Mercosul. Vantagem política, com Chavez no poder, também não pode haver. Quem quer ficar sócio de um doido ególatra? O Congresso deverá ratificar, em breve, o ingresso do vizinho neste nosso mercado comum. Espero que os senhores deputados e senadores pensem muito bem antes de votar. E não sucumbam, docilmente, à pressão dos palácios do Planalto e do Itamaraty.
Quanto à Coreia do Norte, é um estopim prestes a ser acionado. É um país comandado por malucos. Uma vez escrevi que não havia nada mais perigoso do que bandidos com bons advogados. Mas há sim: doidos com armas nucleares. Nem a mais criativa das ficções poderia ter imaginado o que vemos hoje na Coreia: armas atômicas na mão de um governo em transição, onde o posto de ditador, transformado em hereditário, está prestes a passar de um homem precocemente envelhecido após um derrame cerebral e operações delicadas para um jovem de 28 anos. Só que, neste momento, quem é que detém o poder de apertar o botão que aciona o míssil? Quem é que sabe? Para dar besteira das grandes, é um segundo...
O pior de tudo é que, com as demonstrações que tem dado o Itamaraty, no governo Lula, com aqueles pensadores barbados sempre inclinados para a esquerda, não seria de estranhar se o Brasil acabasse se colocando ao lado da Coreia do Norte, contra a opinião de todo o mundo ocidental, que condenou os recentes testes nucleares do governo de Pyongyang. Are baba!
Só mais uma coisa que não tem nada a ver com as anteriores. De novo é realizada, em Brasília, a manifestação O Grito da Terra, que a gente sabe exatamente o que é: entidades que ganham dinheiro, muito dinheiro, mal explicado, do governo federal defendem a distribuição de terras para quem não as tem. Dilma Rousseff os recebe com toda a consideração.
Minha pergunta é a seguinte: é só gritar que a gente ganha terras? Porque eu também quero! (Gazeta Mercantil)
Caricaturas do excelente cartunista J.Bosco
3 comentários:
Artigo excelente!
Pena que a edição da Gazeta Mercantil de hoje pode ter sido a última...
Não existe a possibilidade do Brasil se aliar a Coreia do Norte.
É necessário sim, e urgente, uma reforma agrária no país.
A importancia da entrada da Venezuela no Mercosul é que ela é a 3 maior economia da America do sul, vai fazer com que o Mercosul chegue a todos os estados brasileiros (pois os do Norte ficam bem longe de Uruguai e Argentina) e vai facilitar e muito todos os projetos de integração regionais. A Integração Regional é indipensável geo-políticamente para o futuro do nosso país.
Meudeus! Com Chávez surrupiando todo mundo, para dividir a conta de seu governo fracassado, só se o empresariado brasileiro for mesmo muito burro para pensar de ir prá lá. Quanto à reforma agrária na Venezuela, outro grande fracasso RETUMBANTE assim como foi em Cuba, que hoje oferece as terras desapropriadas para agricultores privados, tamanha escassez de tudo. Na Venezuela eles importam tudo porque a produção de alimentos minguou desde que Chávez começou com sua reforma burra. Quanto a participar do Mercosul, as regras do jogo são claras: o país tem que respeitar a democracia se quiser fazer parte deste mercado. Quem precisa de Chávez? Só petista mesmo!
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