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Blogueiros acusam mídia iraniana de adulterar a foto de um comício de apoio ao presidente reeleito do Irã Mahmoud Ahmadinejad para simular que havia um maior número pessoas no local. A imagem original teria sido alterada com o programa Photoshop segundo o jornal Kayhan News. Esta não é a primeira vez que imagens relacionadas ao Irã são alteradas, embora o governo do país nunca tenha sido ligado diretamente a esses casos.
Em 2008, um site iraniano divulgou a foto de um lançamento de mísseis em que havia quatro foguetes, quando só três foram lançados.
Protestos contra os resultados da eleição de sexta-feira (12), que reelegeram Ahmadinejad, estão ocorrendo diariamente em Teerã. O ex-primeiro-ministro Mir Houssein Moussavi, segundo colocado na votação, afirma que os partidários de Ahmadinejad fraudaram a vitória do político ultraconservador. A internet, principalmente o Twitter, tem tido um papel importante nos protestos.
MAIS BANDEIRAS
Nos detalhes, pedaços da imagem que se repetem. Foto teria sido adulterada com ferramenta "clone" do Photoshop – Revista Época
IRÃ APERTA CERCO A BLOGUEIROS E PRENDE 200
O governo iraniano apertou o cerco a blogueiros, jornalistas e opositores, e ameaçou manifestantes com pena de morte. Pelo menos 200 ativistas foram presos. O acesso a celulares foi limitado e a velocidade de conexão da internet, reduzida. Sites foram bloqueados. Ainda assim, milhares de pessoas desafiaram as autoridades e voltaram às ruas, em manifestações silenciosas para protestar contra o resultado das eleições que deram vitória ao presidente Ahmadinejad. Sem vistos renovados, jornalistas estrangeiros abandonam o país, privando o mundo de uma cobertura independente. O Globo
SELEÇÃO DE FUTEBOL DO PAÍS ENGROSSA ONDA DE PROTESTO
Em uma defecção com alto valor simbólico para o presidente Mahmoud Ahmadinejad, a seleção iraniana de futebol, esporte mais popular do país, aderiu ontem aos protestos em favor do oposicionista Mir Hossein Mousavi.
Num gesto transmitido ao vivo pela TV iraniana, sete jogadores entraram em campo para enfrentar a Coreia do Sul em Seul -em jogo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo-2010- usando no pulso as faixas verdes que caracterizam partidários de Mousavi.
A iniciativa provocou aplausos e gritos de aprovação da torcida iraniana no estádio, que também se manifestou em favor de Mousavi. Mas, sob pressão da comissão técnica, os jogadores voltaram para o segundo tempo sem as faixas. Só um deles manteve o voto de protesto.
A partida terminou em 1 a 1, resultado que, combinado com placar de outros jogos do qualificatório asiático, enterrou as chances de o Irã participar do Mundial do ano que vem, na África do Sul.
Do lado de fora do estádio, grupos de iranianos ostentaram após a partida cartazes onde se liam frases como "Ditador, vá para o inferno". O apoio da seleção a Mousavi é um revés importante para Ahmadinejad, um apaixonado por futebol que, antes da participação iraniana na Copa de 2006, chegou a acompanhar treinos do time. Folha de S. Paulo com a Associated Press
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