A "Gazeta Mercantil", jornal de economia fundado em 1920, não circulou ontem pela primeira vez em 89 anos. A decisão de não publicar mais o jornal foi anunciada na semana passada pela Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), do empresário Nelson Tanure, que rescindiu um contrato de licenciamento da marca e informou que a partir de 1º de junho a edição voltaria à responsabilidade de Luiz Fernando Levy, proprietário da empresa Gazeta Mercantil.
Ontem à noite, Levy divulgou comunicado afirmando que "o jornal logo voltará a circular". "Desde hoje (ontem) a marca é minha. Estou negociando com alguns grupos e vou tratar de limpar a marca para que quem queira entrar no negócio não seja considerado sucessor do Tanure. Creio que a Gazeta ficará sem circular de 60 a 90 dias", informou ele ao Valor, sem poupar críticas a Nelson Tanure, a quem acusa de ter rompido unilateralmente o contrato de licenciamento da marca. O empresário disse ainda que a CBM "arcará com todos os encargos" relacionados à decisão de interromper a edição da "Gazeta" e do "InvestNews", serviço de informações on-line.
A CBM, por sua vez, tem reiterado que foi obrigada pela Justiça a assumir dívidas trabalhistas anteriores ao licenciamento que somariam perto de R$ 100 milhões.
Na quinta-feira passada, a CBM concedeu férias de 30 dias aos jornalistas da "Gazeta". Apenas alguns deles foram deslocados para o site Investimentos e Notícias, que estreou no fim de semana. Talita Moreira e Raquel Balarin Valor Econômico
DÍVIDA DA “GAZETA MERCANTIL” PODE SUPERAR R$ 1 BI
Luiz Fernando Levy, herdeiro do jornal Gazeta Mercantil, que circulou pela última vez na sexta-feira após quase 90 anos de existência, disse que o jornal vai voltar. Ele não sabe como, nem de quem seriam os recursos, mas garante que está em negociações. Levy disse que vai processar o dono da CBM , o empresário Nelson Tanure, do Grupo Docas Investimentos. "Não tenho nada a ver com o que está acontecendo. O problema é dele. Ele me deve e não me pagou. Eu não tenho pressa em receber e vou entrar na Justiça com processo de perdas e danos." Desde a última sexta-feira, alegando inviabilidade econômica para tocar o jornal em virtude de pagamentos de dívidas - sendo a parte mais conhecida o passivo trabalhista de cerca de R$ 200 milhões -, a CBM rescindiu o contrato de arrendamento da marca Gazeta Mercantil, celebrado em 2003.
Em comunicado, Levy lamentou o encerramento das negociações e diz que Tanure estaria "apavorado" com a possibilidade de os débitos fiscais, estimados em mais de R$ 800 milhões, virem a ser cobrados de suas empresas, como já acontece com o passivo trabalhista. O diretor jurídico da CBM, Djair Rosa, reconheceu que há risco de a Justiça Federal adotar o mesmo princípio de sucessão das dívidas, a pedido da Receita Federal. Ele calcula que o montante total possa ultrapassar R$ 1 bilhão. Marili Ribeiro O Estado de S. Paulo
Ontem à noite, Levy divulgou comunicado afirmando que "o jornal logo voltará a circular". "Desde hoje (ontem) a marca é minha. Estou negociando com alguns grupos e vou tratar de limpar a marca para que quem queira entrar no negócio não seja considerado sucessor do Tanure. Creio que a Gazeta ficará sem circular de 60 a 90 dias", informou ele ao Valor, sem poupar críticas a Nelson Tanure, a quem acusa de ter rompido unilateralmente o contrato de licenciamento da marca. O empresário disse ainda que a CBM "arcará com todos os encargos" relacionados à decisão de interromper a edição da "Gazeta" e do "InvestNews", serviço de informações on-line.
A CBM, por sua vez, tem reiterado que foi obrigada pela Justiça a assumir dívidas trabalhistas anteriores ao licenciamento que somariam perto de R$ 100 milhões.
Na quinta-feira passada, a CBM concedeu férias de 30 dias aos jornalistas da "Gazeta". Apenas alguns deles foram deslocados para o site Investimentos e Notícias, que estreou no fim de semana. Talita Moreira e Raquel Balarin Valor Econômico
DÍVIDA DA “GAZETA MERCANTIL” PODE SUPERAR R$ 1 BI
Luiz Fernando Levy, herdeiro do jornal Gazeta Mercantil, que circulou pela última vez na sexta-feira após quase 90 anos de existência, disse que o jornal vai voltar. Ele não sabe como, nem de quem seriam os recursos, mas garante que está em negociações. Levy disse que vai processar o dono da CBM , o empresário Nelson Tanure, do Grupo Docas Investimentos. "Não tenho nada a ver com o que está acontecendo. O problema é dele. Ele me deve e não me pagou. Eu não tenho pressa em receber e vou entrar na Justiça com processo de perdas e danos." Desde a última sexta-feira, alegando inviabilidade econômica para tocar o jornal em virtude de pagamentos de dívidas - sendo a parte mais conhecida o passivo trabalhista de cerca de R$ 200 milhões -, a CBM rescindiu o contrato de arrendamento da marca Gazeta Mercantil, celebrado em 2003.
Em comunicado, Levy lamentou o encerramento das negociações e diz que Tanure estaria "apavorado" com a possibilidade de os débitos fiscais, estimados em mais de R$ 800 milhões, virem a ser cobrados de suas empresas, como já acontece com o passivo trabalhista. O diretor jurídico da CBM, Djair Rosa, reconheceu que há risco de a Justiça Federal adotar o mesmo princípio de sucessão das dívidas, a pedido da Receita Federal. Ele calcula que o montante total possa ultrapassar R$ 1 bilhão. Marili Ribeiro O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário