“PROTESTO É CHORO DE PERDEDORES” No dia em que Teerã foi agitada pela maior passeata contra o governo em 30 anos, pedindo eleições limpas, o Lula da Silva deu apoio total ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e criticou quem saiu às ruas.
Em Genebra para uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Lula defendeu Ahmadinejad, e comparou seus opositores a políticos brasileiros que recorrem à Justiça contra irregularidades eleitorais. O Globo
DEU NO JORNAL DE BRASÍLIA
Informou hoje a rádio nacional iraniana "Payam", que pelo menos sete pessoas morreram nesta segunda-feira em enfrentamentos entre milicianos islâmicos "Basij" e seguidores do candidato opositor Mir Hussein Moussavi, que denunciou fraude eleitoral.
Testemunhas tinham explicado à Agência Efe que pelo menos uma pessoa tinha morrido ao tentar entrar em um prédio controlado pela milícia "Basij" na região da praça. Uma das vítimas tinha morrido baleada por milicianos do "Basij", um movimento que não costuma andar armado. Além disso, vários estudantes denunciaram à Efe que pelo menos quatro pessoas tinham morrido na noite anterior, durante uma incursão da Polícia e do "Basij" em uma das residências do campus
LULA EM DIA DE FORTE DIARRÉIA MENTAL
Segue matéria do O Globo — Não é o primeiro país que tem uma eleição que alguém ganha e quem perde protesta. No Brasil está virando moda, as pessoas que ganham perdem na Justiça e a oposição toma posse.
Não posso avaliar o que aconteceu no Irã. Agora veja, o presidente teve uma votação de 61%, 62%. É uma votação muito grande para a gente imaginar que possa ter havido fraude. Deborah Berlinck
França e Alemanha protestam contra violência
Lula — que confirmou o convite a Ahmadinejad para visitar o Brasil — disse que, quando era oposição, também protestava. — Estou muito distante do Irã. Certamente nossos embaixadores vão começar a nos dar informação do que do que aconteceu.
Mas a impressão que tenho é que o protesto é de quem perdeu. No Brasil já estamos assim de experiência — disse Lula. — Eu já participei de passeata com quem perdeu, já fiz protesto.
Lula acabou quase repetindo um argumento usado por Ahmadinejad para ameaçar o candidato da oposição, Mir Houssein Moussavi. Domingo, Ahmadinejad comparou as alegações de fraude de Moussavi com um torcedor de futebol que sai de um estádio e descumpre regras de trânsito: “Essas pessoas são multadas pela polícia. Não gosto de quem faz isso.” — Não conheço ninguém, a não ser a oposição, que tenha discordado da eleição do Irã.
Não tem número, não tem prova. Por enquanto, é apenas, sabe, uma coisa entre flamenguistas e vascaínos — disse Lula.
Na verdade, Lula conhece.
Ontem, os chefes de governo de França, Alemanha, Reino Unido e Espanha criticaram abertamente o Irã. Paris e Berlim convocaram os embaixadores iranianos para pedir explicações.
— Condenamos a forma como os manifestantes foram tratados — disse a chanceler federal alemã, Angela Merkel. — Há sinais de irregularidades.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, assinou nota oficial: “Condeno a violência contra os manifestantes, prisões de opositores e de políticos, restrições às liberdades públicas, à liberdades de expressão e de comunicação, e obstáculos ao trabalho da imprensa.” Entre os poucos que festejaram a reeleição de Ahmadinejad estão o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e os grupos Hamas e Hezbollah.
PYONGYANG E CHÁVEZ SAUDAM ALMADINEJAD
O governo norte-coreano emitiu ontem um comunicado oficial cumprimentando o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, por sua reeleição. Segundo a mídia estatal da Coreia do Norte, o regime de Pyongyang também desejou a Ahmadinejad sucesso em sua tentativa de frustrar a interferência estrangeira em seu país.
"Sinceramente desejamos a ele sucesso em seu empenho responsável para frustrar a pressão e a interferência de forasteiros e desenvolver um Irã independente e próspero", afirma o comunicado, divulgado pela "Agência Central Coreana de Notícias". A nota não menciona as denúncias de fraude da oposição iraniana nem a onda de protestos que tomou o país após o anúncio do resultado oficial da votação.
Segundo o regime do ditador coreano, Kim Jong-il, a vitória de Ahmadinejad nas urnas reflete o apoio e a confiança do povo iraniano no presidente. A mensagem de Pyongyang diz acreditar que as relações amistosas entre os dois países, "forjadas na luta em conjunto pela independência do imperialismo, se tornarão mais fortes em todas as áreas".
No sábado, Ahmadinejad já havia recebido mensagem de parabéns de outro incansável líder "anti-império": o presidente venezuelano, Hugo Chávez. O Estado de S. Paulo - AP
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Fraude premeditada?
O Ministério do Interior iraniano, nomeado pelo atual presidente, é responsável pela implementação das eleições e pela contagem dos votos. Não há observadores internacionais, mas cada candidato pode designar uma pessoa para acompanhar a contagem em cada um dos mais de 40 mil centros de votação do país. Por Farideh Farhi Jornal do Brasil
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