Ataque a associação judia que matou 85 não gerou condenações e investigações quase não avançaram
O maior atentado terrorista da história da América Latina completa 15 anos sob o marco da impunidade: sem condenados, com a investigação quase na estaca zero e pedidos de captura internacional sem perspectiva de cumprimento.
Em 18 de julho de 1994, um carro-bomba explodiu, em Buenos Aires, o prédio da Amia (Associação Mutual Israelense Argentina), centro comunitário judeu. Deixou 85 mortos e 120 feridos. A Justiça argentina responsabilizou o governo do Irã e o grupo extremista libanês Hizbollah pelo episódio.
O atentado gerou o processo mais complexo da história judicial argentina. A investigação gerou 205 mandados de busca e apreensão, 1.465 depoimentos e 377 telefones grampeados em 292 mil horas de escuta. Por Thiago Guimarães
As apurações se dividiram em três frentes. As relacionadas à conexão local, que investigaram a organização do crime, foram anuladas em 2004 porque um juiz do caso usou dinheiro estatal para obter a confissão de Carlos Telledín, acusado de fornecer a van que explodiu o edifício. Telledín, que passou dez anos preso, e outros 21 indiciados foram absolvidos.
O caso sofreu uma reviravolta em maio, quando a Corte Suprema mandou reabrir o processo, mas validando apenas a investigação feita até outubro de 1995 -a partir daí a atuação do juiz é considerada "viciada", e as provas seguem anuladas. As investigações sobre a conexão internacional, com poucas provas, apontaram o Irã como autor ideológico e financeiro, motivado pela ruptura de um acordo nuclear com a Argentina, que possui uma comunidade judia de 300 mil pessoas, a maior da América Latina. A Justiça argentina pediu a prisão de nove iranianos, entre eles o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-97).
Em 2007, a Interpol (polícia internacional) expediu ordens de captura contra cinco desses iranianos -não incluiu Rafsanjani. O Irã nega envolvimento e reduziu sua representação na Argentina a um escritório.
Por medidas de prevenção contra a gripe suína, o ato realizado anualmente em memória ao atentado foi adiado. No prédio da Amia, reinaugurado em 2000, um muro de quatro metros protege o edifício e traz somente os nomes das 85 vítimas do atentado e a inscrição "lembrar a dor que nunca passa". Folha de São Paulo
O maior atentado terrorista da história da América Latina completa 15 anos sob o marco da impunidade: sem condenados, com a investigação quase na estaca zero e pedidos de captura internacional sem perspectiva de cumprimento.
Em 18 de julho de 1994, um carro-bomba explodiu, em Buenos Aires, o prédio da Amia (Associação Mutual Israelense Argentina), centro comunitário judeu. Deixou 85 mortos e 120 feridos. A Justiça argentina responsabilizou o governo do Irã e o grupo extremista libanês Hizbollah pelo episódio.
O atentado gerou o processo mais complexo da história judicial argentina. A investigação gerou 205 mandados de busca e apreensão, 1.465 depoimentos e 377 telefones grampeados em 292 mil horas de escuta. Por Thiago Guimarães
As apurações se dividiram em três frentes. As relacionadas à conexão local, que investigaram a organização do crime, foram anuladas em 2004 porque um juiz do caso usou dinheiro estatal para obter a confissão de Carlos Telledín, acusado de fornecer a van que explodiu o edifício. Telledín, que passou dez anos preso, e outros 21 indiciados foram absolvidos.
O caso sofreu uma reviravolta em maio, quando a Corte Suprema mandou reabrir o processo, mas validando apenas a investigação feita até outubro de 1995 -a partir daí a atuação do juiz é considerada "viciada", e as provas seguem anuladas. As investigações sobre a conexão internacional, com poucas provas, apontaram o Irã como autor ideológico e financeiro, motivado pela ruptura de um acordo nuclear com a Argentina, que possui uma comunidade judia de 300 mil pessoas, a maior da América Latina. A Justiça argentina pediu a prisão de nove iranianos, entre eles o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-97).
Em 2007, a Interpol (polícia internacional) expediu ordens de captura contra cinco desses iranianos -não incluiu Rafsanjani. O Irã nega envolvimento e reduziu sua representação na Argentina a um escritório.
Por medidas de prevenção contra a gripe suína, o ato realizado anualmente em memória ao atentado foi adiado. No prédio da Amia, reinaugurado em 2000, um muro de quatro metros protege o edifício e traz somente os nomes das 85 vítimas do atentado e a inscrição "lembrar a dor que nunca passa". Folha de São Paulo
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