Bolsa Família rendeu a Lula 2,9 milhões de votos

O BOLSÃO MARANHÃO
O site Contas Abertas mostra que metade do Maranhão, um dos estados mais pobres do país, recebe o Bolsa-Família, o maior troféu federal: 3,2 milhões de maranhenses perdidos na esquina de Sarney com Lula. Por Cláudio Humberto


UM DIA, O BOLSA FAMÍLIA SERÁ CONSIDERADO UM CRIME
Não existe prova mais contundente de que a miséria e a desigualdade interessam ao governo. São eles, os miseráveis que sobrevivem de migalhas, que garantem o voto de cabresto a Lula. Criar condições de uma vida digna para essa gente significa perder esses milhões de eleitores, e isto, não interessa ao desgoverno. Por Arthur/Gabriela


FGV: BOLSA FAMÍLIA RENDEU A LULA 2,9 MILHÕES DE VOTOS
O programa Bolsa Família garantiu em média três pontos percentuais, ou 2,9 milhões de votos, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais de 2006, afirma o pesquisador Maurício Canêdo Pinheiro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O impacto é bem superior ao do crescimento da economia, outro indicador analisado: 0,34 ponto percentual. Segundo a pesquisa, o efeito eleitoral do programa nos estados do Norte e do Nordeste foi superior ao do restante do país: em Alagoas, o maior índice, alcançaria 8,17 pontos percentuais, enquanto no Rio de Janeiro teria sido de 1,12 e em São Paulo, de 1,89 ponto. Depois de Alagoas, Roraima (6,85%) e Acre (6,53%) foram os estados com maior efeito na eleição. Lula venceu com 61% dos votos.

Para mensurar esse impacto, o pesquisador consultou bases de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do IBGE e do Ministério do Desenvolvimento Social. Foram analisados 3.400 dos 5.500 municípios brasileiros. O modelo estatístico, explica Pinheiro, apresenta o efeito isolado de cada uma das 18 variáveis pesquisadas - entre elas a cobertura do programa social e índices de educação, saúde e renda.

No município alagoano de Traipu, por exemplo, em que o Bolsa Família atinge 68% das famílias, a pesquisa credita ao programa do governo 14 pontos percentuais na votação. No Rio, que tem cobertura de 4,5%, o efeito teria sido quase nulo: 0,008 ponto percentual.

Segundo o estudo, o aumento de um ponto percentual no número de beneficiários do programa elevou em 0,55 ponto percentual a votação de Lula em 2006 na média. Já a mesma variação na taxa de crescimento econômico teve impacto de 0,21 ponto percentual. Pinheiro lembra que o crescimento do PIB não melhora diretamente a vida da população mais pobre. E pondera que a relação entre o Bolsa Família, criado em 2004, e a reeleição do presidente não é tão forte nem decisiva:

- Eram 11 milhões de famílias e foram 3 pontos percentuais, ou 2,9 milhões de votos. Dada a cobertura, é bem menos do que as pessoas imaginam. O Globo

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