Sob investigação, agência de Duda recebeu R$16 milhões da Saúde

RÉU DO MENSALÃO, DUDA AINDA MANTÉM CONTRATOS COM O CHEFE DA QUADRILHA

O Ministério da Saúde pagou, só este ano, R$16,1 milhões à agência de publicidade Duda Mendonça, segundo levantamento feito pelo site Contas Abertas. Envolvida no escândalo do mensalão, a agência é acusada pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal de ter recebido indevidamente R$757,8 mil do governo federal a título de honorários pela contratação de serviços de outras empresas que não estavam previstos no contrato inicial. Duda foi o responsável pela campanha do presidente Lula ao Planalto em 2002. Sua agência serve ao governo desde 2003.

A agência foi contratada pelo Ministério da Saúde em abril de 2005, por licitação, mas o contrato foi prorrogado até abril de 2009.

Segundo o Contas Abertas, do total pago este ano, R$12 milhões se referem a dívidas de anos anteriores e R$4 milhões a campanhas deste ano. A agência deve receber mais R$1,3 milhão referente a campanhas de 2008. Neste ano, a agência fez campanhas da Saúde sobre hepatite, hanseníase e tuberculose.

Nos últimos seis anos, a agência recebeu R$151,4 milhões, segundo o Contas Abertas. O valor se refere a campanhas publicitárias, de utilidade pública e pagamento de serviços prestados pela agência ao governo. Os valores pagos à agência foram caindo de 2004 para cá, quando era responsável por 52% das campanhas federais de utilidade pública. Em 2008, essa proporção caíra para 5%. Neste ano, os pagamentos cresceram e chegam a 29% dos gastos com utilidade pública.

Apesar de ações na Justiça contra a agência e seus sócios(Duda Mendonça e Zilmar Fernandes da Silveira), a empresa pode participar de licitações, desde que comprove estar regularmente constituída, ter capacidade técnica e financeira para assumir o serviço e estar em dia com suas obrigações ficais. Para garantir o ressarcimento em caso de condenação, o MP pediu a indisponibilidade dos bens da agência e de seus sócios. A empresa alega que a ação se baseia em decisão do Tribunal de Contas da União, que poderá ser modificada. O Globo

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