Acabou a reunião da CPI da Petrobras e, com a oposição desmobilizada, a base governista derrubou mais de 60 requerimentos, muitos deles polêmicos. Um senador governista saiu comemorando: “Acabamos com a CPI, agora vai ser só depoimento água com açúcar. Isso é demonstração de força”. Por Lauro Jardim – Revista Veja
CPI: GOVERNO REVIDA E REJEITA 68 CONVOCAÇÕES
A tropa de choque do governo fez valer ontem, mais uma vez, sua força na CPI da Petrobras e rejeitou em bloco 68 requerimentos para a convocação de autoridades. Os senadores rejeitaram, por exemplo, dois requerimentos que pediam a convocação da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira. A rejeição dos requerimentos foi proposta pelo relator da CPI e líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDBRR), e aprovada em minutos pelos senadores, sem protestos da oposição. Só o senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEMBA) registrou voto contrário.
A votação foi feita logo após o depoimento do diretor-geral da Agência Nacional da Petrobras (ANP) e de dois representantes do Ministério Público Federal.
Jucá aproveitou o marasmo no plenário, enquanto novos convidados se sentavam à mesa da comissão, e sugeriu a votação. Jucá derrubou todos os requerimentos polêmicos, como o de Vieira, além dos que previam a convocação de empreiteiros, representantes do Movimento Sem Terra, e de outros que pediam documentos sobre o patrocínio da Petrobras à Fundação Sarney.
— Acredito que foram 68. Todos aqueles que tinha dado parecer contrário. A (convocação) de Lina caiu duas vezes.
Mas não tem tropa de choque — disse Jucá, argumentando que já avisara, ao apresentar seu plano de trabalho, que iria rejeitar esses requerimentos. Como relator, Jucá pediu e obteve a aprovação apenas de dois requerimentos para o comparecimento à CPI de dois técnicos da Petrobras que falarão sobre a Refinaria Abreu Lima.
Único da oposição em plenário, ACM Júnior lamentou a rejeição de todos os requerimentos e disse que, em minoria na comissão, fica difícil para a oposição atuar.
— A única forma de protestar em votação simbólica era votar contra. Fazer o quê? — disse ACM Júnior. Por Cristiane Jungblut - O Globo
COISA VERGONHOSA
Manobra do governo tenta impedir depoimento de Dilma no Senado
BOMBA-RELÓGIO
A expressão econômica da Petrobras e seu papel estratégico nas ações de governo lhe conferem um peso que poucas instituições têm no país. Esse destaque está sendo posto em jogo para ditar os rumos da CPI no Senado, que apura denúncias contra a estatal.
Assim, não será surpresa se os agentes políticos que trabalham em favor desta potência transformem cinzas, no curto prazo, das denúncias que correm contra a empresa. Em um Congresso com CPIs recentes que terminaram de modo súbito, como a dos grampos e dos cartões corporativos, a investigação deste caso já parece um fracasso anunciado.
É bom lembrar, contudo, que na campanha eleitoral de 2010 voltarão com muita força essas denúncias, especialmente a controversa decisão que resultou na manobra contábil da empresa para deixar de recolher mais de R$ 4 bilhões em impostos. Este episódio, que acabou derrubando a secretária da receita Lina Veira, hoje no epicentro político de Brasília, aquecido ainda mais pela suspeita da ação de Dilma em favor da família Sarney, é uma verdadeira bomba-relógio. Editorial da Gazeta do Povo
CPI: GOVERNO REVIDA E REJEITA 68 CONVOCAÇÕES
A tropa de choque do governo fez valer ontem, mais uma vez, sua força na CPI da Petrobras e rejeitou em bloco 68 requerimentos para a convocação de autoridades. Os senadores rejeitaram, por exemplo, dois requerimentos que pediam a convocação da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira. A rejeição dos requerimentos foi proposta pelo relator da CPI e líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDBRR), e aprovada em minutos pelos senadores, sem protestos da oposição. Só o senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEMBA) registrou voto contrário.
A votação foi feita logo após o depoimento do diretor-geral da Agência Nacional da Petrobras (ANP) e de dois representantes do Ministério Público Federal.
Jucá aproveitou o marasmo no plenário, enquanto novos convidados se sentavam à mesa da comissão, e sugeriu a votação. Jucá derrubou todos os requerimentos polêmicos, como o de Vieira, além dos que previam a convocação de empreiteiros, representantes do Movimento Sem Terra, e de outros que pediam documentos sobre o patrocínio da Petrobras à Fundação Sarney.
— Acredito que foram 68. Todos aqueles que tinha dado parecer contrário. A (convocação) de Lina caiu duas vezes.
Mas não tem tropa de choque — disse Jucá, argumentando que já avisara, ao apresentar seu plano de trabalho, que iria rejeitar esses requerimentos. Como relator, Jucá pediu e obteve a aprovação apenas de dois requerimentos para o comparecimento à CPI de dois técnicos da Petrobras que falarão sobre a Refinaria Abreu Lima.
Único da oposição em plenário, ACM Júnior lamentou a rejeição de todos os requerimentos e disse que, em minoria na comissão, fica difícil para a oposição atuar.
— A única forma de protestar em votação simbólica era votar contra. Fazer o quê? — disse ACM Júnior. Por Cristiane Jungblut - O Globo
COISA VERGONHOSA
Manobra do governo tenta impedir depoimento de Dilma no Senado
BOMBA-RELÓGIO
A expressão econômica da Petrobras e seu papel estratégico nas ações de governo lhe conferem um peso que poucas instituições têm no país. Esse destaque está sendo posto em jogo para ditar os rumos da CPI no Senado, que apura denúncias contra a estatal.
Assim, não será surpresa se os agentes políticos que trabalham em favor desta potência transformem cinzas, no curto prazo, das denúncias que correm contra a empresa. Em um Congresso com CPIs recentes que terminaram de modo súbito, como a dos grampos e dos cartões corporativos, a investigação deste caso já parece um fracasso anunciado.
É bom lembrar, contudo, que na campanha eleitoral de 2010 voltarão com muita força essas denúncias, especialmente a controversa decisão que resultou na manobra contábil da empresa para deixar de recolher mais de R$ 4 bilhões em impostos. Este episódio, que acabou derrubando a secretária da receita Lina Veira, hoje no epicentro político de Brasília, aquecido ainda mais pela suspeita da ação de Dilma em favor da família Sarney, é uma verdadeira bomba-relógio. Editorial da Gazeta do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário