A semana passada, Hugo Chávez se deu um descanso na campanha de lobby que segue em Washington a favor do deposto presidente de Honduras, Manuel Zelaya, para viajar a Quito a uma reunião de chefes Estado da Unasul.
Ali, Chávez lançou uma dura crítica contra as forças armadas dos Estados Unidos, reiterou seu compromisso para expandir revolução na região e ameaçou o continente com a guerra. Zelaya estava ao seu lado.
A diatribe do venezuelano contra os EUA e seu aliado Colômbia plantou a pergunta, uma vez mais, em quê poderia estar pensando Washington para pressionar Honduras a restituir Zelaya. Em junho, Zelaya foi deposto de seu cargo pelo Congresso hondurenho por violar a Constituição do país e incitar a violência de forma deliberada.
Essa não foi, sem dúvida, a única razão que o tornou impopular em seu país. Também tinha se convertido em um importante aliado de Chávez e era bastante óbvio que ele estava sendo treinado para copiar a tomada de poder igual na Venezuela ao socavar o equilíbrio de poderes institucionais de Honduras. Por Mary Anastasia O'Grady - The Wall Street Journal
Se Honduras foi capaz de neutralizar Chávez, isso é algo a ser celebrado. Um controle de instituições ao estilo de Chávez na Bolívia Equador e Nicarágua sufocou o pluralismo político, a liberdade de expressão e os direitos das minorias nesses países. Atualmente existe uma grande presença do serviço de inteligência cubano ao largo do império venezuelano. Zelaya se converteu, literalmente, em um acompanhante de viagem de Chávez, o que não deixa dúvidas sobre o curso no qual ele colocava Honduras se lhe fosse dada oportunidade.
Entre as teorias e rumores sobre as motivações do presidente Barack Obama, em seu intento de forçar Honduras a restituir a Zelaya, tem uma hipótese de que o governo americano está se inclinando fortemente para a esquerda. Obama expressou as mesmas opiniões sobre Honduras que o senador democrata John Kerry, que sustenta que o governo interino deve ser obrigado a restituir Zelaya e que, durante mais de duas décadas, constantemente se aliou às causas socialistas na América Latina.
Como senador, Kerry se dá ao luxo de tratar a América Latina como seu quintal de jogos, como fizeram os democratas durante décadas, impondo idéias que os americanos rechaçam. Os venezuelanos ainda recordam como o senador Chris Dodd, de Connecticut, jogou o papel de principal ‘porrista’ (crítico) de Chávez no Senado enquanto o caudilho consolidava seu poder.
Não obstante, Obama é o presidente e comandante em chefe dos EUA, e milhões de pessoas no hemisfério estão contando com ele para que ele faça frente à agressão da Venezuela. Jogar com os pés debaixo da mesa com Chávez com respeito a Honduras enquanto o presidente venezuelano ameaça a paz no continente não vai ser bem recebido em um hemisfério que prefere a liberdade sobre a tirania.
Tanto as autoridades da Colômbia como as dos EUA afirmam que a Guarda Nacional da Venezuela e altos funcionários do governo de Chávez são cúmplices em empresas criminosas que traficam drogas na América do Sul. A evidência sugere uma aliança entre as Farc, o maior exportador de cocaína desse país, e membros do gabinete de Chávez. Também existem evidências em documentos e vídeos filmados pelas Farc de que os guerrilheiros têm influência nos altos extratos do governo equatoriano.
O negócio da cocaína das Farc é uma fonte de receita para a organização terrorista e para Venezuela. Esta é a razão pela qual o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, acordou permitir que aviões de vigilância contra a droga usem as bases militares colombianas.
Em Quito, Chávez mostrou ira sobre o acordo. "Os governos mais guerristas do mundo de hoje e do século XX... (inclui os) Estados Unidos", disseram aos seus pares sulamericanos e a Zelaya. "Os militares yanquis, esses não dão bola para presidentes", afirmou, eximindo astutamente Obama de toda culpa. "Têm imunidade. Na Colômbia têm imunidade. Podem violar mulheres, podem matar, podem arrasar para todos os lados. Não se pode nada contra eles. É uma coisa horrível".
O acordo, que foi fechado no fim de semana, é seguramente muito mais limitado do que afirma Chávez. Porém o líder venezuelano não vai deixar passar a oportunidade para aumentar a tensão. "Ventos de guerra começam a soprar", advirtio.
Seus pares não engoliram. A Colômbia não foi condenada em Quito, em grande parte, porque nenhum membro do grupo quer que suas próprias decisões soberanas estejam sujeitas à avaliação continental. Mas Chávez não recuará. Ele prometeu continuar os esforços para desestabilizar as democracias sobreviventes. Honduras segue sendo um branco. Argentina também está em sua mira. Em uma entrevista com o diário La Nación da Argentina, falou de sua aliança com a presidenta, Cristina Fernández de Kirchner. "Vamos trabalhar para reforçar o eixo Caracas-Buenos Aires, que é um eixo central", afirmou Chávez. "Como o eixo Caracas-Quito, o eixo Caracas-Buenos Aires é fundamental para a integração."
A guerra dos EUA contra as drogas tem sido um colossal fracasso devido ao grande mercado de cocaína no país. A tragédia, além da violência que gera, é que as empresas criminosas que prosperam graças aos clientes americanos, fazem estragos em instituições frágeis. Isso, por si só, é mal. Mas o governo de Obama joga sal na ferida ao recusar-se a apoiar o Tratado de Livre Comercio entre EUA e Colômbia que nosso aliado solicitou e, agora ao respaldar ao peão hondurenho de Chávez. Fonte: The Wall Street Journal
Tradução de Arthur para o MOVCC
Ali, Chávez lançou uma dura crítica contra as forças armadas dos Estados Unidos, reiterou seu compromisso para expandir revolução na região e ameaçou o continente com a guerra. Zelaya estava ao seu lado.
A diatribe do venezuelano contra os EUA e seu aliado Colômbia plantou a pergunta, uma vez mais, em quê poderia estar pensando Washington para pressionar Honduras a restituir Zelaya. Em junho, Zelaya foi deposto de seu cargo pelo Congresso hondurenho por violar a Constituição do país e incitar a violência de forma deliberada.
Essa não foi, sem dúvida, a única razão que o tornou impopular em seu país. Também tinha se convertido em um importante aliado de Chávez e era bastante óbvio que ele estava sendo treinado para copiar a tomada de poder igual na Venezuela ao socavar o equilíbrio de poderes institucionais de Honduras. Por Mary Anastasia O'Grady - The Wall Street Journal
Se Honduras foi capaz de neutralizar Chávez, isso é algo a ser celebrado. Um controle de instituições ao estilo de Chávez na Bolívia Equador e Nicarágua sufocou o pluralismo político, a liberdade de expressão e os direitos das minorias nesses países. Atualmente existe uma grande presença do serviço de inteligência cubano ao largo do império venezuelano. Zelaya se converteu, literalmente, em um acompanhante de viagem de Chávez, o que não deixa dúvidas sobre o curso no qual ele colocava Honduras se lhe fosse dada oportunidade.
Entre as teorias e rumores sobre as motivações do presidente Barack Obama, em seu intento de forçar Honduras a restituir a Zelaya, tem uma hipótese de que o governo americano está se inclinando fortemente para a esquerda. Obama expressou as mesmas opiniões sobre Honduras que o senador democrata John Kerry, que sustenta que o governo interino deve ser obrigado a restituir Zelaya e que, durante mais de duas décadas, constantemente se aliou às causas socialistas na América Latina.
Como senador, Kerry se dá ao luxo de tratar a América Latina como seu quintal de jogos, como fizeram os democratas durante décadas, impondo idéias que os americanos rechaçam. Os venezuelanos ainda recordam como o senador Chris Dodd, de Connecticut, jogou o papel de principal ‘porrista’ (crítico) de Chávez no Senado enquanto o caudilho consolidava seu poder.
Não obstante, Obama é o presidente e comandante em chefe dos EUA, e milhões de pessoas no hemisfério estão contando com ele para que ele faça frente à agressão da Venezuela. Jogar com os pés debaixo da mesa com Chávez com respeito a Honduras enquanto o presidente venezuelano ameaça a paz no continente não vai ser bem recebido em um hemisfério que prefere a liberdade sobre a tirania.
Tanto as autoridades da Colômbia como as dos EUA afirmam que a Guarda Nacional da Venezuela e altos funcionários do governo de Chávez são cúmplices em empresas criminosas que traficam drogas na América do Sul. A evidência sugere uma aliança entre as Farc, o maior exportador de cocaína desse país, e membros do gabinete de Chávez. Também existem evidências em documentos e vídeos filmados pelas Farc de que os guerrilheiros têm influência nos altos extratos do governo equatoriano.
O negócio da cocaína das Farc é uma fonte de receita para a organização terrorista e para Venezuela. Esta é a razão pela qual o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, acordou permitir que aviões de vigilância contra a droga usem as bases militares colombianas.
Em Quito, Chávez mostrou ira sobre o acordo. "Os governos mais guerristas do mundo de hoje e do século XX... (inclui os) Estados Unidos", disseram aos seus pares sulamericanos e a Zelaya. "Os militares yanquis, esses não dão bola para presidentes", afirmou, eximindo astutamente Obama de toda culpa. "Têm imunidade. Na Colômbia têm imunidade. Podem violar mulheres, podem matar, podem arrasar para todos os lados. Não se pode nada contra eles. É uma coisa horrível".
O acordo, que foi fechado no fim de semana, é seguramente muito mais limitado do que afirma Chávez. Porém o líder venezuelano não vai deixar passar a oportunidade para aumentar a tensão. "Ventos de guerra começam a soprar", advirtio.
Seus pares não engoliram. A Colômbia não foi condenada em Quito, em grande parte, porque nenhum membro do grupo quer que suas próprias decisões soberanas estejam sujeitas à avaliação continental. Mas Chávez não recuará. Ele prometeu continuar os esforços para desestabilizar as democracias sobreviventes. Honduras segue sendo um branco. Argentina também está em sua mira. Em uma entrevista com o diário La Nación da Argentina, falou de sua aliança com a presidenta, Cristina Fernández de Kirchner. "Vamos trabalhar para reforçar o eixo Caracas-Buenos Aires, que é um eixo central", afirmou Chávez. "Como o eixo Caracas-Quito, o eixo Caracas-Buenos Aires é fundamental para a integração."
A guerra dos EUA contra as drogas tem sido um colossal fracasso devido ao grande mercado de cocaína no país. A tragédia, além da violência que gera, é que as empresas criminosas que prosperam graças aos clientes americanos, fazem estragos em instituições frágeis. Isso, por si só, é mal. Mas o governo de Obama joga sal na ferida ao recusar-se a apoiar o Tratado de Livre Comercio entre EUA e Colômbia que nosso aliado solicitou e, agora ao respaldar ao peão hondurenho de Chávez. Fonte: The Wall Street Journal
Tradução de Arthur para o MOVCC
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