O “Grande Irmão” na China

PARA PERSEGUIR O COMPORTAMENTO “ANTISOCIAL”

O distrito chinês de Pujiang, da província oriental de Zhejiang, colocou em marcha uma base de dados, à imagem do "Grande Irmão" do livro de George Orwell, para controlar o "comportamento antisocial" de seus cidadãos, segundo informou hoje o
jornal oficial "Global Times".

As autoridades asseguraram que registrarão via informática os contatos daquelas pessoas maiores de 18 anos consideradas culpadas por "delitos sociais", uma vaga definição que cobre um amplo espectro de práticas.

"Conduzir sob efeito do álcool, contaminar ou jogar lixo no chão, tratar mal os pais, cuspir, abusar, ser um professor que discrimina os alunos lentos; todos eles contam como comportamentos incivilizados e serão castigados e anotados na base de dados", afirmou o diretor do departamento de Propaganda do condado, Zhou Shunlong.

Desde 01 de julho, dia em que foi inaugurado o funcionamento do sistema de controle, digno de "1984", a novela de política-ficção de Orwell, 800 pessoas já foram fichadas.

Distintas autoridades trabalharão para identificar aqueles cidadãos "que atuam antisocialmente", e os vizinhos, amigos e conhecidos poderão informar de seus comportamentos inapropriados, afirmou o jornal.

A base de dados será consultada por vários agentes, entre os quais se incluem os empresários, para que possam através desses expedientes avaliar seus possíveis empregados.

Decisivo para políticos e funcionários "a informação será usada como uma bandeira para julgar a qualidade moral de um candidato (...), e a elegibilidade para ser membro do Partido (Comunista da China). Para os postos de funcionário público também será usada a base de dados", explicou Zhou. "A base de dados aportará detalhes acerca do comportamento diário dos cidadãos. Seu objetivo é melhorar a qualidade do caráter" EFE PEKÍN - Fonte:
ABC.es Tradução de Arthur para o MOVCC



O “GRANDE IRMÃO” DO EQUADOR
Surgem os comitês de delação, iniciativa do Presidente do Equador para proteger seu projeto político:
"Criar em cada casa um comitê revolucionário, em cada bairro um comitê de defesa do Governo Nacional e da revolução cidadã" é a proposta de Correa.

A iniciativa [traçada pelo mandatário recentemente, quando assumiu seu segundo mandato] se antecipa à possibilidade de que grupos de poder tentem desestabilizar seu governo, segundo afirmou. "Aqui, existem grupos minúsculos com grande poder econômico que podem desestabilizar o governo em dado momento. Podemos ter um grande apoio popular, mas se não temos gente que saia às ruas para defender o governo, facilmente podem nos desestabilizar", disse.

Para Correa é claro que os comitês de defesa servirão para dissuadir os eventuais golpistas. "Seu objetivo será o de mobilizar-se nas ruas", ao descartar que os comitês serão armados pelo Governo, como advertem os detratores da ideia.

Para respaldar sua proposta, Correa citou o caso venezuelano e o caso hondurenho. Segundo ele, estes comitês lograram a reintegração ao poder do presidente Hugo Chávez, no golpe de 2002: "Foi o povo organizado que o salvou e que foi resgatar o palácio de Miraflores (sede do Executivo venezuelano) e enfrentou os golpistas"; e assegurou que, se existissem os comitês em Honduras, quem sabe Zelaya não teria sido deposto.

A polêmica se desatou de imediato no país pela semelhança com os comitês de defesa da revolução cubana, que funcionam como organismos de defesa da disciplina revolucionária, e com os círculos bolivarianos chavistas, que se converteram -alguns- em grupos de choque violentos contra a oposição.

Estresse social
O germe desses comitês, no caso equatoriano, são os grupos de voluntários correístas, organizados durante as campanhas políticas, que o levaram à Presidência e a obter ressonantes triunfos através de seu movimento político, como o da Constituinte e da aprovação da nova Carta Magna.

Segundo o psicólogo e catedrático Jaime Costales, são temas que geram muita incerteza, mal-estar e desconfiança. "Isto vai incrementar o clima de estresse social e de conflito", pontualizou.

O ex ministro e analista político Vladimiro Álvarez Grau considera que esses sistemas são muito utilizados para "penetrar em diversos setores da sociedade a fim de doutrinar, convencer e ter respaldo". E advertiu: "Uma grande importância se dá sob esse sistema, pois é um processo inicial de persuasão, de convencimento e de adoutrinamento; é inculcar na mente e no espírito de quem se presta a formar parte dessas células, o veneno do ressentimento, do ódio ou dos critérios da revolução, necessários para manter um governo arbitrário", pontualizou ao EL TIEMPO.

De sua parte, a articulista do diário Hoy, Consuelo Albornoz, ela pensa que "a delação, a arma deste tipo de organizações, arruína a confiança e levanta o temor que faz calar e amedronta".

Mas para o Governo é um assunto de superveniência: "Para que os golpistas não tenham ilusões neste país, necessitamos nos organizar. Não é nada novo. Eu já disse quinhentas mil vezes: criar comitês de defesa para defender tudo que conquistamos e para que nunca mais nos arrebentem". Por Maggy Ayala Samaniego
El TiempoTradução de Arthur para o MOVCC

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