A ESTRATÉGIA ADOTADA ESTÁ SUCUMBINDO AO VÍRUS
População paga pela incompetência do Governo, com um número de óbitos cada vez maior
O Brasil responde por 1,8% dos casos de gripe suína no mundo, mas registra 12% das mortes devido à doença. Se for levado em conta o total até certo ponto baixo de casos detectados, a proporção de mortes decorrentes da infecção pelo vírus H1N1 no país ganha uma dimensão preocupante. Há certamente algo errado na estratégia elaborada pelas autoridades sanitárias brasileiras para enfrentar a epidemia de gripe que se espalha pelo mundo.
Infectologistas criticam principalmente a decisão do Ministério da Saúde de concentrar na máquina pública a distribuição do antiviral Tamiflu, indicado para o combate ao vírus. Segundo especialistas, o ideal é que o remédio seja ministrado ao paciente com gripe nas primeiras 48 horas de aparecimento dos sintomas.
Ocorre que, devido à centralização, a distribuição do medicamento fica à mercê da estrutura da rede pública de saúde — cuja capacidade de atender suas demandas, se já é limitada dentro de um quadro de normalidade, tem as dificuldades multiplicadas em situações como a atual, em que a cada dia aumenta o número de vítimas da epidemia. Opinião O Globo
Em decorrência, há escassez de medicamentos disponíveis para a população na contramão do contínuo aumento do número de vítimas infectadas pelo vírus no país. O bom senso indica que, se a população tivesse acesso ao antiviral nas farmácias — preservandose, evidentemente, a preceituação médica como condição para a compra do remédio —, o número de vítimas provavelmente seria menor.
O argumento do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, de que a liberação da distribuição do antiviral fora do sistema oficial de saúde poderia criar um vírus mais resistente, ou levar à automedicação, é rebatido por médicos.
O infectologista da UFRJ Edmilson Migowski, por exemplo, observa que as pessoas medicadas com o Tamiflu devem obrigatoriamente ficar de quarentena.
“Assim, mesmo se o vírus ficar resistente, elas não vão contaminar ninguém, porque o H1N1 tem um ciclo de dez dias, após o qual fica inerte”.
É contraproducente, diante de um quadro generalizado de infecção que se agrava, manter uma estratégia que parece sucumbir ao vírus. O preço de um programa que se evidencia falho, ou inadequado, é pago pela população — e com a tragédia da morte atingindo um número cada vez maior de famílias brasileiras. É hora, portanto, de rever o caminho escolhido até aqui para enfrentar a epidemia.
População paga pela incompetência do Governo, com um número de óbitos cada vez maior
O Brasil responde por 1,8% dos casos de gripe suína no mundo, mas registra 12% das mortes devido à doença. Se for levado em conta o total até certo ponto baixo de casos detectados, a proporção de mortes decorrentes da infecção pelo vírus H1N1 no país ganha uma dimensão preocupante. Há certamente algo errado na estratégia elaborada pelas autoridades sanitárias brasileiras para enfrentar a epidemia de gripe que se espalha pelo mundo.
Infectologistas criticam principalmente a decisão do Ministério da Saúde de concentrar na máquina pública a distribuição do antiviral Tamiflu, indicado para o combate ao vírus. Segundo especialistas, o ideal é que o remédio seja ministrado ao paciente com gripe nas primeiras 48 horas de aparecimento dos sintomas.
Ocorre que, devido à centralização, a distribuição do medicamento fica à mercê da estrutura da rede pública de saúde — cuja capacidade de atender suas demandas, se já é limitada dentro de um quadro de normalidade, tem as dificuldades multiplicadas em situações como a atual, em que a cada dia aumenta o número de vítimas da epidemia. Opinião O Globo
Em decorrência, há escassez de medicamentos disponíveis para a população na contramão do contínuo aumento do número de vítimas infectadas pelo vírus no país. O bom senso indica que, se a população tivesse acesso ao antiviral nas farmácias — preservandose, evidentemente, a preceituação médica como condição para a compra do remédio —, o número de vítimas provavelmente seria menor.
O argumento do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, de que a liberação da distribuição do antiviral fora do sistema oficial de saúde poderia criar um vírus mais resistente, ou levar à automedicação, é rebatido por médicos.
O infectologista da UFRJ Edmilson Migowski, por exemplo, observa que as pessoas medicadas com o Tamiflu devem obrigatoriamente ficar de quarentena.
“Assim, mesmo se o vírus ficar resistente, elas não vão contaminar ninguém, porque o H1N1 tem um ciclo de dez dias, após o qual fica inerte”.
É contraproducente, diante de um quadro generalizado de infecção que se agrava, manter uma estratégia que parece sucumbir ao vírus. O preço de um programa que se evidencia falho, ou inadequado, é pago pela população — e com a tragédia da morte atingindo um número cada vez maior de famílias brasileiras. É hora, portanto, de rever o caminho escolhido até aqui para enfrentar a epidemia.
2 comentários:
Governo gastou 9,2% do dinheiro destinado ao combate à gripe suína
O Governo Federal gastou menos de um décimo do dinheiro separado para o combate da Influenza A.
No dia 20 de maio de 2009, foram anunciados R$ 129,5 milhões para a prevenção de uma pandemia do vírus -verbas liberadas através da Medida Provisória 463. Mas até o dia 3 agosto, somente R$ 11,9 milhões (ou 9,2%) haviam sido efetivamente gastos.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/08/11/ult7403u331.jhtm
Migowvsky: "Restrição ao Tamiflu causou maioria das mortes no Brasil"
JB Online
RIO - O infectologista Edmílson Migowisky fez duras críticas na manhã desta terça-feira à forma como o Ministério da Saúde vem ministrando o Tamiflu no país. Segundo Migowisky, a alta percentagem de mortes no Brasil, mais de 10%, contra 0,5% em todo o Mundo, é consequência da restrição que o Ministério fez quanto á distribuição da medicação.
- A letalidade da gripe no Brasil é muito superior à letalidade da Inglaterra, onde aconteceram quase 100 mil casos e poucas pessoas morreram. O Chile também distribui a medicação livremente e o índice de mortes é baixo - atacou.
O infectologista, que desde o início da epidemia defende a liberação da medicação sem restrições, diz que boa parte das 210 mortes no país aconteceram por conta desta política errada.
- Aqui no Brasil a política é restritiva
http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/08/11/e110819787.asp
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