As recentes concessões feitas por Lula ao amigo Lugo evidenciam uma política externa com mais compromissos ideológicos do que nacionais. Pode parecer que estou acusando o chefe de Estado brasileiro de alta traição, mas não é isso. Seria demasia. Estou dizendo que o presidente tem o pé (digamos assim) preso na teia do Foro de São Paulo, organismo que ele criou e do qual foi o primeiro presidente.
Para quem não sabe do que se trata, o FSP nasceu em 1990, ano seguinte à queda do Muro de Berlim, sob inspiração de Fidel e Lula, com a declarada intenção de preservar na América Latina os ideais que haviam arruinado o Leste Europeu... Líderes e tropas de choque de todos os grupos de esquerda da América Latina, desde então, acotovelam-se nos encon- tros anuais do FSP. Foi num desses eventos, em 2001, que Lula, mais uma vez, se derreteu diante do ditador cubano: “Embora seu rosto esteja marcado por rugas, Fidel, sua alma está limpa, porque você nunca traiu os interesses de seu povo”. Emocionante, não? Coisa de quem caminha de mãos dadas e põe aliança no dedo. Aliás, é amor pra sempre, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza e tal e tal, que se reafirma em fidelidade recíproca, declarações anuais, beijos na face e suculentos frutos no pomar do poder. Por Percival Pugina
Já demonstro o tamanho desse sucesso. Dezessete anos após sua fundação, realizou-se em San Salvador o 13º Encontro do FSP. Um longo painel estendido no plenário exibia fotos de Fidel, Lula, Evo, Chávez, Tabaré, Ortega, Correa e Préval. Acima das imagens, os dizeres: “Presidentes de países y fundadores del Foro de São Paulo”. A foto da socialista Michelle Bachelet só não estava ali por um “grave erro logístico”, segundo a organizadora do evento. Parece-lhe muito, leitor, nove presidentes parceiros do FSP? Pois uma foto atual incluiria ainda a piedosa e casta imagem de dom Lugo, presidente paraguaio. Nem no tempo dos regimes militares reinou tamanha hegemonia ideológica sobre o continente! O FSP é a mais exitosa experiência esquerdista no pós-guerra. E você acha que Lula vai atrapalhar, minimamente, a vida de algum companheiro do Foro? Capaz! Se um governador brasileiro bater na porta do Palácio do Planalto pedindo algo, sai com as mãos abanando. Mas se qualquer parceiro do FSP fizer o mesmo, leva o dobro.
Por isso, Lula e Lugo resolveram em dois bate-papos o que até a semana passada era considerado, nos corredores do Itamaraty, como uma “saia justa” em que se metera o bispo ao prometer, na sua campanha, a alteração de um acordo perfeito, firmado com o Brasil. Diplomatas não entendem dessas ações entre amigos! “Peraí!”, dirá o leitor. “Tem coisa muito errada nisso.” Claro que tem. Nosso presidente e seus companheiros daqui passaram a vida ensinando às massas que o Brasil era pobre porque os Estados Unidos eram ricos. Já seus companheiros de além-fronteiras diziam que seus países eram pobres porque os Estados Unidos e o Brasil eram ricos. Trata-se da mesma ideologia e da mesma bobagem – as tais de “veias abertas”. Nós somos os Estados Unidos deles, entendem? Lula, no entanto, prefere atender seus amiguinhos do FSP, mesmo contrariando o interesse nacional e mesmo sabendo que não são amigos do Brasil, como têm demonstrado fartamente, em sucessivos incidentes. Eles defendem com firmeza os interesses de seus países. E quem defende os nossos? Opinião do Zero Hora - *Percival Pugina é Escritor
SEGUNDO O EL PAÍS, A CAMPANHA DE CORREA RECEBEU ATÉ U$ 400 MIL DAS FARC
O diário espanhol revelou que uma mensagem do abatido chefe guerrilheiro, em outubro de 2006, anunciou esta cifra de aporte em dinheiro à campanha do governo equatoriano. Leia mais aqui
Para quem não sabe do que se trata, o FSP nasceu em 1990, ano seguinte à queda do Muro de Berlim, sob inspiração de Fidel e Lula, com a declarada intenção de preservar na América Latina os ideais que haviam arruinado o Leste Europeu... Líderes e tropas de choque de todos os grupos de esquerda da América Latina, desde então, acotovelam-se nos encon- tros anuais do FSP. Foi num desses eventos, em 2001, que Lula, mais uma vez, se derreteu diante do ditador cubano: “Embora seu rosto esteja marcado por rugas, Fidel, sua alma está limpa, porque você nunca traiu os interesses de seu povo”. Emocionante, não? Coisa de quem caminha de mãos dadas e põe aliança no dedo. Aliás, é amor pra sempre, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza e tal e tal, que se reafirma em fidelidade recíproca, declarações anuais, beijos na face e suculentos frutos no pomar do poder. Por Percival Pugina
Já demonstro o tamanho desse sucesso. Dezessete anos após sua fundação, realizou-se em San Salvador o 13º Encontro do FSP. Um longo painel estendido no plenário exibia fotos de Fidel, Lula, Evo, Chávez, Tabaré, Ortega, Correa e Préval. Acima das imagens, os dizeres: “Presidentes de países y fundadores del Foro de São Paulo”. A foto da socialista Michelle Bachelet só não estava ali por um “grave erro logístico”, segundo a organizadora do evento. Parece-lhe muito, leitor, nove presidentes parceiros do FSP? Pois uma foto atual incluiria ainda a piedosa e casta imagem de dom Lugo, presidente paraguaio. Nem no tempo dos regimes militares reinou tamanha hegemonia ideológica sobre o continente! O FSP é a mais exitosa experiência esquerdista no pós-guerra. E você acha que Lula vai atrapalhar, minimamente, a vida de algum companheiro do Foro? Capaz! Se um governador brasileiro bater na porta do Palácio do Planalto pedindo algo, sai com as mãos abanando. Mas se qualquer parceiro do FSP fizer o mesmo, leva o dobro.
Por isso, Lula e Lugo resolveram em dois bate-papos o que até a semana passada era considerado, nos corredores do Itamaraty, como uma “saia justa” em que se metera o bispo ao prometer, na sua campanha, a alteração de um acordo perfeito, firmado com o Brasil. Diplomatas não entendem dessas ações entre amigos! “Peraí!”, dirá o leitor. “Tem coisa muito errada nisso.” Claro que tem. Nosso presidente e seus companheiros daqui passaram a vida ensinando às massas que o Brasil era pobre porque os Estados Unidos eram ricos. Já seus companheiros de além-fronteiras diziam que seus países eram pobres porque os Estados Unidos e o Brasil eram ricos. Trata-se da mesma ideologia e da mesma bobagem – as tais de “veias abertas”. Nós somos os Estados Unidos deles, entendem? Lula, no entanto, prefere atender seus amiguinhos do FSP, mesmo contrariando o interesse nacional e mesmo sabendo que não são amigos do Brasil, como têm demonstrado fartamente, em sucessivos incidentes. Eles defendem com firmeza os interesses de seus países. E quem defende os nossos? Opinião do Zero Hora - *Percival Pugina é Escritor
SEGUNDO O EL PAÍS, A CAMPANHA DE CORREA RECEBEU ATÉ U$ 400 MIL DAS FARC
O diário espanhol revelou que uma mensagem do abatido chefe guerrilheiro, em outubro de 2006, anunciou esta cifra de aporte em dinheiro à campanha do governo equatoriano. Leia mais aqui
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