A exploração comercial em larga escala do petróleo do pré-sal só deve começar em 2015. Mas o governo tem pressa em formatá-la, pensando quase exclusivamente na candidatura Dilma. Escrevo quase porque tem uma parte que é do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, da cota do PMDB de José Sarney.
A tática é tão óbvia quanto o fato de as eleições brasileiras serem decididas por uma maioria semi-analfabeta: o pré-sal acabará com a miséria e as carências sociais do Brasil, mas para isso é preciso eleger Dilma, mãe dos projetos, gestora do milagre parido por Lula.
A festa de lançamento dos projetos na segunda-feira promete ser o primeiro grande evento da campanha Dilma 2010. Arma-se palanque para 3.000 convidados em Brasília, com sindicalistas, esportistas, políticos, empresários, artistas e cantoras de palanque. Por Sérgio Malbergier
Nem se tenta disfarçar a essência eleitoreira do dilmício. Como já não se tenta esconder quase nada nesse novo-velho Brasil: Lula abraça Collor que abraça Renan que abraça Sarney que atrasa o país e toma cartão vermelho atrasado de Suplicy.
No raciocínio governista, o abraço a Sarney é mais do que recompensado pelo tempo de TV e pela, digamos, capilaridade do PMDB. Vão os votos de eleitores mais qualificados, vem o acesso às massas semi-analfabetas, grande esperança eleitoral do lulismo dilmista.
O maior mal da pressa do pré-sal é que ela segue essa lógica exclusivamente eleitoral. Os projetos serão enviados em regime de urgência para o cada vez mais combalido Congresso Nacional, por onde, do jeito certo, tudo passa. O enquadramento do enorme potencial petrolífero brasileiro ao pequeno projeto eleitoreiro da vez é um sinal, grande demais, de como o governo atual transforma o que é público em projeto privado de poder e de como nosso sistema político é incapaz de gerar os debates e, mais do que isso, os consensos necessários para decisões importantes.
Ao enterrar o pré-sal na acirrada eleição de 2010 o governo encerra a possibilidade de um debate isento, técnico e racional sobre a futura exploração de uma grande reserva de riqueza transformadora do país.
A história prova que a grande maioria dos países que descobriram enormes reservas de petróleo e gás desperdiçou a chance de transformá-las em desenvolvimento sólido e sustentável.
A existência do pré-sal não garante nada. Seu modelo de exploração é que é fundamental. Ele merece um debate melhor e mais inclusivo. Sérgio Malbergier é editor do caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo
COMENTÁRIO
Os projetos do governo, no que diz respeito a benfeitorias para o país, praticamente inexistem. O que existe é o seu projeto de poder, este sim, Lula executa com maestria, sob enorme prejuízo para o povo que paga com a própria vida, inclusive, pelo desmazelo e incompetência de Lula. Basta ver o que está acontecendo com a gripe suína no Brasil, matando mais que em qualquer lugar do mundo. Vários infectologistas são unânimes em afirmar que, por culpa do governo, o país ganhou o triste primeiro lugar em número de mortes.
Lula tem o dom de emporcalhar tudo que toca. Tudo apodrece. Para tentar disfarçar sua incompetência, ele usa como tática encobrir seus fracassos inventando novos projetos.
O PAC, por exemplo, a maior mentira de seu governo, todo mundo já sabe que o projeto existe só no papel. Assim, Lula está inventando o PAC2, para tentar desviar do primeiro.
O mesmo acontece com a apodrecida Petrobras, ex plataforma de propaganda de Dilma. Lula agora inventou a cortina-de-fumaça do pré-sal; com isto, ele pretende desviar a opinião pública da CPI da Petrobras e criar uma nova plataforma política para sua candidata.
Lamentavelmente, a GCU nos chamou de burros dias atrás, ao negar que Lula e Dilma tenham feito propaganda eleitoral antecipada durante um evento realizado em maio, no Rio de Janeiro. Foi uma ação proposta pelo PSDB. Eles justificaram a decisão, afirmando que a solenidade de inauguração do complexo poliesportivo de Manguinhos, no Rio, se tratou de um “informe à população sobre as realizações do governo federal".
Agora, Lula vai dar outro “informe” sobre suas realizações, no próximo dia 31. A CGU perdeu sua função, assim como o Conselho de Ética perdeu. Hoje, o órgão trabalha para o governo, contra a sociedade, arbitrando de forma escandalosa certas realidades, que até o mais ignorante consegue entender.
Fazem muito bem os três principais estados em não comparecerem nessa campanha antecipada de Lula da Silva. O José Serra é um deles. Por Arthur/Gabriela
PAC SEQUER MANTÉM INFRAESTRUTURA, DIZ ESTUDO
Apesar de ter sido lançado pelo governo como um grande projeto para recuperar os investimentos em infraestrutura do país, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não tem assegurado sequer o volume de recursos necessários para a manutenção da atual rede de transportes, telecomunicações, energia e saneamento.
Para isso, seriam necessários investimentos de, ao menos, 3% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país). Mas, atualmente, os investimentos em infraestrutura no país somam 2,43% do PIB.
Conforme informou o colunista do GLOBO George Vidor, estudo da Inter.B Consultoria constatou que o PAC elevou em 0,42 ponto percentual os investimentos em infraestrutura no país, de 2,01% do PIB em 2007 para 2,43% em 2008, patamar que deve ser mantido até 2010. A pesquisa foi feita pelos economistas Cláudio Frischtak e Heloísa Jardim. Pessimista, Frischtak acredita que o patamar mínimo necessário de investimentos, incluindo gastos públicos e privados, não ocorrerá antes de 2014.
— Isso se o próximo governo resolver obstáculos como diminuir o engessamento do Orçamento e melhorar o marco regulatório de setores como transportes — disse Frischtak.
Segundo o estudo, o Brasil não perde apenas das locomotivas asiáticas, como China e Índia, mas também de países latino-americanos, como Chile e Colômbia. As áreas mais críticas são transportes e saneamento.
— Investimos 0,65% do PIB em transportes em 2008, contra 2% do Chile e 0,89% da Colômbia. O mínimo deveria ser 1%. Como têm um marco regulatório mais estável, os setores de energia e de telecomunicações estão em situação melhor.
Saneamento é o setor em pior situação Paulo Tarso de Resende, especialista em infraestrutura da Fundação Dom Cabral, também acredita que o patamar mínimo de investimentos só será alcançado em 2014. Ele estabelece como ideal 4% do PIB, por incluir na conta os investimentos em mobilidade urbana: — O patamar será atingido em 2014 se o próximo governo for comprometido com a concessão de obras à iniciativa privada.
Para Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o setor de saneamento está em pior situação por ser o que mais depende do poder público.
A iniciativa privada já responde por 40% dos investimentos em infraestrutura, isso incluindo a Petrobras na conta pública — diz.
Godoy também acredita que o ideal de investimentos só será alcançado no fim do próximo mandato presidencial. A Abdib estima como fundamental R$ 160 bilhões ao ano, mas inclui nessa conta os setores de mobilidade urbana e petróleo. Para a associação, o investimento anual em transportes deveria ser de R$ 24 bilhões e, em saneamento, de R$ 13,5 bilhões.
Rogério César de Souza, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), avalia que os investimentos em infraestrutura cresceram, mas não chegaram ao ideal: — O PAC não deslanchou, mas colocou o tema da infraestrutura na agenda. Por Henrique Gomes Batista – O Globo
A tática é tão óbvia quanto o fato de as eleições brasileiras serem decididas por uma maioria semi-analfabeta: o pré-sal acabará com a miséria e as carências sociais do Brasil, mas para isso é preciso eleger Dilma, mãe dos projetos, gestora do milagre parido por Lula.
A festa de lançamento dos projetos na segunda-feira promete ser o primeiro grande evento da campanha Dilma 2010. Arma-se palanque para 3.000 convidados em Brasília, com sindicalistas, esportistas, políticos, empresários, artistas e cantoras de palanque. Por Sérgio Malbergier
Nem se tenta disfarçar a essência eleitoreira do dilmício. Como já não se tenta esconder quase nada nesse novo-velho Brasil: Lula abraça Collor que abraça Renan que abraça Sarney que atrasa o país e toma cartão vermelho atrasado de Suplicy.
No raciocínio governista, o abraço a Sarney é mais do que recompensado pelo tempo de TV e pela, digamos, capilaridade do PMDB. Vão os votos de eleitores mais qualificados, vem o acesso às massas semi-analfabetas, grande esperança eleitoral do lulismo dilmista.
O maior mal da pressa do pré-sal é que ela segue essa lógica exclusivamente eleitoral. Os projetos serão enviados em regime de urgência para o cada vez mais combalido Congresso Nacional, por onde, do jeito certo, tudo passa. O enquadramento do enorme potencial petrolífero brasileiro ao pequeno projeto eleitoreiro da vez é um sinal, grande demais, de como o governo atual transforma o que é público em projeto privado de poder e de como nosso sistema político é incapaz de gerar os debates e, mais do que isso, os consensos necessários para decisões importantes.
Ao enterrar o pré-sal na acirrada eleição de 2010 o governo encerra a possibilidade de um debate isento, técnico e racional sobre a futura exploração de uma grande reserva de riqueza transformadora do país.
A história prova que a grande maioria dos países que descobriram enormes reservas de petróleo e gás desperdiçou a chance de transformá-las em desenvolvimento sólido e sustentável.
A existência do pré-sal não garante nada. Seu modelo de exploração é que é fundamental. Ele merece um debate melhor e mais inclusivo. Sérgio Malbergier é editor do caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo
COMENTÁRIO
Os projetos do governo, no que diz respeito a benfeitorias para o país, praticamente inexistem. O que existe é o seu projeto de poder, este sim, Lula executa com maestria, sob enorme prejuízo para o povo que paga com a própria vida, inclusive, pelo desmazelo e incompetência de Lula. Basta ver o que está acontecendo com a gripe suína no Brasil, matando mais que em qualquer lugar do mundo. Vários infectologistas são unânimes em afirmar que, por culpa do governo, o país ganhou o triste primeiro lugar em número de mortes.
Lula tem o dom de emporcalhar tudo que toca. Tudo apodrece. Para tentar disfarçar sua incompetência, ele usa como tática encobrir seus fracassos inventando novos projetos.
O PAC, por exemplo, a maior mentira de seu governo, todo mundo já sabe que o projeto existe só no papel. Assim, Lula está inventando o PAC2, para tentar desviar do primeiro.
O mesmo acontece com a apodrecida Petrobras, ex plataforma de propaganda de Dilma. Lula agora inventou a cortina-de-fumaça do pré-sal; com isto, ele pretende desviar a opinião pública da CPI da Petrobras e criar uma nova plataforma política para sua candidata.
Lamentavelmente, a GCU nos chamou de burros dias atrás, ao negar que Lula e Dilma tenham feito propaganda eleitoral antecipada durante um evento realizado em maio, no Rio de Janeiro. Foi uma ação proposta pelo PSDB. Eles justificaram a decisão, afirmando que a solenidade de inauguração do complexo poliesportivo de Manguinhos, no Rio, se tratou de um “informe à população sobre as realizações do governo federal".
Agora, Lula vai dar outro “informe” sobre suas realizações, no próximo dia 31. A CGU perdeu sua função, assim como o Conselho de Ética perdeu. Hoje, o órgão trabalha para o governo, contra a sociedade, arbitrando de forma escandalosa certas realidades, que até o mais ignorante consegue entender.
Fazem muito bem os três principais estados em não comparecerem nessa campanha antecipada de Lula da Silva. O José Serra é um deles. Por Arthur/Gabriela
PAC SEQUER MANTÉM INFRAESTRUTURA, DIZ ESTUDO
Apesar de ter sido lançado pelo governo como um grande projeto para recuperar os investimentos em infraestrutura do país, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não tem assegurado sequer o volume de recursos necessários para a manutenção da atual rede de transportes, telecomunicações, energia e saneamento.
Para isso, seriam necessários investimentos de, ao menos, 3% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país). Mas, atualmente, os investimentos em infraestrutura no país somam 2,43% do PIB.
Conforme informou o colunista do GLOBO George Vidor, estudo da Inter.B Consultoria constatou que o PAC elevou em 0,42 ponto percentual os investimentos em infraestrutura no país, de 2,01% do PIB em 2007 para 2,43% em 2008, patamar que deve ser mantido até 2010. A pesquisa foi feita pelos economistas Cláudio Frischtak e Heloísa Jardim. Pessimista, Frischtak acredita que o patamar mínimo necessário de investimentos, incluindo gastos públicos e privados, não ocorrerá antes de 2014.
— Isso se o próximo governo resolver obstáculos como diminuir o engessamento do Orçamento e melhorar o marco regulatório de setores como transportes — disse Frischtak.
Segundo o estudo, o Brasil não perde apenas das locomotivas asiáticas, como China e Índia, mas também de países latino-americanos, como Chile e Colômbia. As áreas mais críticas são transportes e saneamento.
— Investimos 0,65% do PIB em transportes em 2008, contra 2% do Chile e 0,89% da Colômbia. O mínimo deveria ser 1%. Como têm um marco regulatório mais estável, os setores de energia e de telecomunicações estão em situação melhor.
Saneamento é o setor em pior situação Paulo Tarso de Resende, especialista em infraestrutura da Fundação Dom Cabral, também acredita que o patamar mínimo de investimentos só será alcançado em 2014. Ele estabelece como ideal 4% do PIB, por incluir na conta os investimentos em mobilidade urbana: — O patamar será atingido em 2014 se o próximo governo for comprometido com a concessão de obras à iniciativa privada.
Para Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o setor de saneamento está em pior situação por ser o que mais depende do poder público.
A iniciativa privada já responde por 40% dos investimentos em infraestrutura, isso incluindo a Petrobras na conta pública — diz.
Godoy também acredita que o ideal de investimentos só será alcançado no fim do próximo mandato presidencial. A Abdib estima como fundamental R$ 160 bilhões ao ano, mas inclui nessa conta os setores de mobilidade urbana e petróleo. Para a associação, o investimento anual em transportes deveria ser de R$ 24 bilhões e, em saneamento, de R$ 13,5 bilhões.
Rogério César de Souza, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), avalia que os investimentos em infraestrutura cresceram, mas não chegaram ao ideal: — O PAC não deslanchou, mas colocou o tema da infraestrutura na agenda. Por Henrique Gomes Batista – O Globo
Um comentário:
O que mais me intriga é ver os empresários mudos diante desta nova "regulamentação" do pré-sal, que certamente, será o buraco tanto de Dilma (espero), quanto dos frutos que dele poderíamos usufruir, por longos anos.
Lula e Dilma estão enterrando o futuro desta riqueza e ninguém diz nada!
Nem sei porque me impressionar com este silêncio, se sei, como todo mundo que o tal pac é a bolsa-esmola do empreariado.
Luiz Inácio, sabido como é, comprou os pobres e os ricos. E todos estão calados.
P.S. Coloquei o link da campanha dos jovens colombianos lá no meu blog.
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