Há atraso em pelo menos 16 obras da Infraero incluídas no PAC, algumas das quais são em cidades-sede da Copa do Mundo de Futebol. A intenção da empresa era aplicar R$ 2,8 bilhões nesses projetos até o fim do governo Lula da Silva, mas nesse período serão executados R$ 814 milhões.
Os atrasos devem-se a paralisações determinadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que detectou fraudes como sobrepreço, inconsistência nos projetos e falta de planejamento. Para a Copa de 2014 serão necessárias reformas nos aeroportos, sistema de transporte e rede hoteleira de todas as 12 cidades escolhidas como sedes dos jogos de futebol.
Entre as sedes que terão obra em aeroportos está Brasília. A intenção é ampliar o acesso de passageiros. Em São Paulo, a construção do terminal 3 de passageiros em Guarulhos foi paralisada 2008 pelo TCU. O contrato foi rescindido em junho deste ano. No Rio de Janeiro, o Aeroporto do Galeão passará por ampla reforma dos terminais 1 e 2, que só deve terminar em 2010. A ampliação da capacidade de receber passageiros só será iniciada em meados de 2011. Há obras ainda nos aeroportos de Cuiabá, Curitiba e Porto Alegre, que também são cidades-sede
OBRAS ÀS PRESSAS E COM PREÇO MAIS ALTO
Devido a atrasos, Lula manda Infraero dobrar turno de trabalho em aeroportos estratégicos para a Copa de 2014 e mesmo assim alguns empreendimentos ficarão prontos em cima da hora. Além disso, o custo, orçado em R$ 5,7 bilhões, crescerá 5% Lúcio Vaz
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) assegura que as obras nos aeroportos das cidades sedes da Copa de 2014 estarão prontas até o início dos jogos, mas atendeu a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e implantou dois turnos em todas as frentes de trabalho para evitar surpresas. Como ocorreram atrasos em vários empreendimentos nos últimos anos, os prazos estão apertados. Em quatro cidades, a previsão é que as obras estejam concluídas entre abril e dezembro de 2013. Outras duas deverão ficar prontas somente em abril de 2014, praticamente dois meses antes da Copa. A adoção dos dois turnos, entre 7h e 22h, resultará num acréscimo de 5% no valor dos projetos, orçados em R$ 5,7 bilhões.
O maior empreendimento é o terminal de passageiros 3 de Guarulhos, em São Paulo, onde haverá um investimento de R$ 1,67 bilhão. A intenção é terminar a construção em abril de 2014. Mas a Infraero informa que a licitação do projeto executivo foi revogada, por causa de adequações aos novos requisitos de segurança e comerciais que geraram um aumento da área construída. O projeto executivo teve de ser recontratado, o que provocou a reprogramação dos prazos inicialmente previstos.
Outra obra importante em Guarulhos é a ampliação da pista, da pista de táxi e do pátio de aeronaves, orçada em R$ 370 milhões. A reforma foi paralisada em março do ano passado, por iniciativa do consórcio, em função das medidas cautelares aplicadas pela Infraero, seguindo determinações do Tribunal de Contas da União (TCU), que implicaram em retenções financeiras. Como as tentativas de repactuação entre as partes fracassaram, houve a rescisão do contrato em 9 de junho deste ano. A previsão é de que os trabalhos sejam realizados pelo Exército Brasileiro, com término previsto para julho de 2011. Até agora, o percentual executado é de 53%.
O diretor de Operações e de Engenharia (interinamente) da Infraero, João Jordão, disse que a decisão de adotar dois turnos de trabalho foi uma solicitação também do presidente Lula, de modo a não haver atraso para o Mundial em nenhuma das obras. “Os aeroportos estarão prontos até a Copa. Aliás, muitos deles já para 2013, para a Copa das Confederações”. Ele afirma não temer a descontinuidade administrativa, com possível corte de recursos, a partir da troca de governo em 2011. “De forma nenhuma. A Copa do Mundo é um compromisso do nosso presidente, mas, na verdade, um compromisso que passa a ser de governo. Independentemente do presidente que esteja à frente do nosso país, ele dará continuidade a esse programa, por ser um compromisso mundial, junto inclusive aos outros países.”
Mudança de concepção
O diretor explicou por que a data de conclusão das obras no aeroporto de Brasília foi adiada de 2010 para 2013. Inicialmente, afirmou que não há empreendimentos paralisados na capital federal. Lembrado de que houve atrasos, comentou: “Nós tivemos uma mudança na concepção do projeto, que previa mais um terminal satélite. Essa é uma concepção antiga. Outros países que tinham esse projeto estão mudando, porque ele não se mostrou eficaz, não atende satisfatoriamente ao nível de conforto. Então, isso acaba gerando um atraso, mas o aeroporto estará pronto também para a Copa do Mundo”.
Entre os preparativos para a Copa de 2014 está também a criação de voos em horários alternativos. “Hoje, nossos aeroportos têm uma capacidade ociosa em determinados horários”, explica Jordão. Em alguns aeroportos, poderão ser criados novos voos na madrugada, um horário em que até o trânsito nas ruas é mais tranquilo. “Se você chegar em Congonhas às 19h para assistir um jogo às 21h, não vai chegar. Mas o turista pode chegar ao meio-dia, por exemplo.”
O diretor de Operações acrescenta que quase a totalidade das obras nos aeroportos estava planejada e aconteceria mesmo sem a Copa. “São consequência do crescimento natural dos aeroportos. Na verdade, teremos apenas duas obras que não estavam planejadas, Cuiabá e São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Em Cuiabá, seria mais para frente.”
Herança para o próximo governo
A ampliação do terminal de passageiros de Brasília, com orçamento de R$ 149 milhões, deveria ficar pronta em agosto de 2010, aumentando a capacidade de 7,4 milhões para 11 milhões de passageiros ao ano. Devido à constatação de sobrepreço e outras irregularidades, a obra foi paralisada. Até o fim do governo do Lula da Silva serão investidos apenas R$ 11 milhões. O empreendimento terá de receber R$ 138 milhões do próximo governo para ser concluído antes da Copa. Correio Braziliense
Os atrasos devem-se a paralisações determinadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que detectou fraudes como sobrepreço, inconsistência nos projetos e falta de planejamento. Para a Copa de 2014 serão necessárias reformas nos aeroportos, sistema de transporte e rede hoteleira de todas as 12 cidades escolhidas como sedes dos jogos de futebol.
Entre as sedes que terão obra em aeroportos está Brasília. A intenção é ampliar o acesso de passageiros. Em São Paulo, a construção do terminal 3 de passageiros em Guarulhos foi paralisada 2008 pelo TCU. O contrato foi rescindido em junho deste ano. No Rio de Janeiro, o Aeroporto do Galeão passará por ampla reforma dos terminais 1 e 2, que só deve terminar em 2010. A ampliação da capacidade de receber passageiros só será iniciada em meados de 2011. Há obras ainda nos aeroportos de Cuiabá, Curitiba e Porto Alegre, que também são cidades-sede
OBRAS ÀS PRESSAS E COM PREÇO MAIS ALTO
Devido a atrasos, Lula manda Infraero dobrar turno de trabalho em aeroportos estratégicos para a Copa de 2014 e mesmo assim alguns empreendimentos ficarão prontos em cima da hora. Além disso, o custo, orçado em R$ 5,7 bilhões, crescerá 5% Lúcio Vaz
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) assegura que as obras nos aeroportos das cidades sedes da Copa de 2014 estarão prontas até o início dos jogos, mas atendeu a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e implantou dois turnos em todas as frentes de trabalho para evitar surpresas. Como ocorreram atrasos em vários empreendimentos nos últimos anos, os prazos estão apertados. Em quatro cidades, a previsão é que as obras estejam concluídas entre abril e dezembro de 2013. Outras duas deverão ficar prontas somente em abril de 2014, praticamente dois meses antes da Copa. A adoção dos dois turnos, entre 7h e 22h, resultará num acréscimo de 5% no valor dos projetos, orçados em R$ 5,7 bilhões.
O maior empreendimento é o terminal de passageiros 3 de Guarulhos, em São Paulo, onde haverá um investimento de R$ 1,67 bilhão. A intenção é terminar a construção em abril de 2014. Mas a Infraero informa que a licitação do projeto executivo foi revogada, por causa de adequações aos novos requisitos de segurança e comerciais que geraram um aumento da área construída. O projeto executivo teve de ser recontratado, o que provocou a reprogramação dos prazos inicialmente previstos.
Outra obra importante em Guarulhos é a ampliação da pista, da pista de táxi e do pátio de aeronaves, orçada em R$ 370 milhões. A reforma foi paralisada em março do ano passado, por iniciativa do consórcio, em função das medidas cautelares aplicadas pela Infraero, seguindo determinações do Tribunal de Contas da União (TCU), que implicaram em retenções financeiras. Como as tentativas de repactuação entre as partes fracassaram, houve a rescisão do contrato em 9 de junho deste ano. A previsão é de que os trabalhos sejam realizados pelo Exército Brasileiro, com término previsto para julho de 2011. Até agora, o percentual executado é de 53%.
O diretor de Operações e de Engenharia (interinamente) da Infraero, João Jordão, disse que a decisão de adotar dois turnos de trabalho foi uma solicitação também do presidente Lula, de modo a não haver atraso para o Mundial em nenhuma das obras. “Os aeroportos estarão prontos até a Copa. Aliás, muitos deles já para 2013, para a Copa das Confederações”. Ele afirma não temer a descontinuidade administrativa, com possível corte de recursos, a partir da troca de governo em 2011. “De forma nenhuma. A Copa do Mundo é um compromisso do nosso presidente, mas, na verdade, um compromisso que passa a ser de governo. Independentemente do presidente que esteja à frente do nosso país, ele dará continuidade a esse programa, por ser um compromisso mundial, junto inclusive aos outros países.”
Mudança de concepção
O diretor explicou por que a data de conclusão das obras no aeroporto de Brasília foi adiada de 2010 para 2013. Inicialmente, afirmou que não há empreendimentos paralisados na capital federal. Lembrado de que houve atrasos, comentou: “Nós tivemos uma mudança na concepção do projeto, que previa mais um terminal satélite. Essa é uma concepção antiga. Outros países que tinham esse projeto estão mudando, porque ele não se mostrou eficaz, não atende satisfatoriamente ao nível de conforto. Então, isso acaba gerando um atraso, mas o aeroporto estará pronto também para a Copa do Mundo”.
Entre os preparativos para a Copa de 2014 está também a criação de voos em horários alternativos. “Hoje, nossos aeroportos têm uma capacidade ociosa em determinados horários”, explica Jordão. Em alguns aeroportos, poderão ser criados novos voos na madrugada, um horário em que até o trânsito nas ruas é mais tranquilo. “Se você chegar em Congonhas às 19h para assistir um jogo às 21h, não vai chegar. Mas o turista pode chegar ao meio-dia, por exemplo.”
O diretor de Operações acrescenta que quase a totalidade das obras nos aeroportos estava planejada e aconteceria mesmo sem a Copa. “São consequência do crescimento natural dos aeroportos. Na verdade, teremos apenas duas obras que não estavam planejadas, Cuiabá e São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Em Cuiabá, seria mais para frente.”
Herança para o próximo governo
A ampliação do terminal de passageiros de Brasília, com orçamento de R$ 149 milhões, deveria ficar pronta em agosto de 2010, aumentando a capacidade de 7,4 milhões para 11 milhões de passageiros ao ano. Devido à constatação de sobrepreço e outras irregularidades, a obra foi paralisada. Até o fim do governo do Lula da Silva serão investidos apenas R$ 11 milhões. O empreendimento terá de receber R$ 138 milhões do próximo governo para ser concluído antes da Copa. Correio Braziliense
Um comentário:
Acho que essa copa do mundo de futebol vai ser uma vergonha só!
mas, claro, o ônus vai ficar para o próximo governo...
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