A Vale foi privatizada e se converteu em um dos grandes casos de sucesso do ciclo de desestatização da economia brasileira: tornou-se líder mundial em minério de ferro, player global de peso em vários outros segmentos, passou a empregar muito mais e a pagar um volume substancialmente maior de impostos. Um bom negócio para todos, inclusive o próprio Estado.
O presidente Lula, no entanto, em fase de reencontro com antigas teses nacional-estatistas, parece não gostar. E tem cobrado, até publicamente, da empresa que execute investimentos sem cuidados, apenas porque interessa a este ou àquele estado brasileiro ou porque se deve criar renda e emprego no país - aliás, sempre se deve. A questão é como. Editorial O Globo
A visão presidencial ainda é da Companhia Vale do Rio Doce, a estatal, em que os custos ficavam em segundo plano diante de objetivos políticos de governantes de turno. Mesmo que sejam interesses legítimos e justificáveis, não se pode cobrar de empresas privadas que coloquem em risco o patrimônio de acionistas, empregos e - as autoridades deveriam saber - impostos.
No caso específico, se a Vale retarda - ou não faz - encomendas de navios no Brasil ou qualquer outro investimento, os especialistas do Palácio do Planalto deveriam buscar as causas no custo que representa para uma companhia global - ou qualquer outra -, cujos concorrentes também são globais, fazer negócios no mercado interno. E assim a querela ganharia outra dimensão: se empresas preferem importar - sem entrar na discussão do câmbio -, é porque o chamado Custo Brasil se mantém elevado, por falta de reformas sempre adiadas - tributária, do Estado, previdenciária, trabalhista.
À parte a questão se há ou não capacidade instalada em estaleiros nacionais para atender a demandas da Vale, o preço é sério empecilho à concretização de encomendas: os navios saem 20% a 30% mais caros no país do que se forem feitos na China.
Por trás deste fato há impostos escorchantes - cobrados para sustentar um Estado pantagruélico e gastador descuidado -, infraestrutura claudicante, burocracia em excesso e uma legislação trabalhista onerosa, anacrônica, entre outros empecilhos.
Não serão atos de vontade de empresários que contornarão o obstáculo. Mas de políticos que resolvam enfrentar o problema. Sem isso, debilita-se o setor privado. Tudo porque o poder público se recusa a reduzir para valer o Custo Brasil.
O LEVIATÃ ESTATAL
A “doutora” concedeu uma entrevista à Folha, na quinta-feira, publicada hoje, [para assinantes] afirmando que só tupiniquim usa tese falida do Estado mínimo
Em sua opinião, quem defendia que o mercado solucionava tudo "está contra a corrente" e "contra a realidade”. Dilma sai em defesa do chefe diante das críticas de que ele adotou uma política "intervencionista e estatizante.
Bem-humorada, a ministra afirmou não aceitar a pecha de "intervencionista", mas não escondeu o sorriso ao dizer que "aceita" e "concorda" que o governo Lula seja classificado de nacionalista e estatizante.
"Esse país não pode ter vergonha mais de ser patriota" ou "que história é essa de nacionalista ser xingamento?" foram algumas de suas frases, sinalizando o tom que os petistas devem usar na disputa de 2010.
Apesar de refutar a classificação de intervencionista, ela, a exemplo de Lula, cobra da Vale, uma empresa privada, maior compromisso com o país. "É uma empresa privada delicada", que não pode sair por aí "explorando recursos naturais do país e não devolver nada". Por Valdo Cruz
RESUMINDO:
O que a “doutora” defende na pratica é o crescimento cada vez mais assombroso da carga tributária, o Governo engolindo a iniciativa privada e inchando os gastos do Estado, cada vez mais corrupto, sem devolver absolutamente nada em matéria de segurança, educação e saúde. É só observar os últimos números do Pnad do IBGE, divulgados dias atrás, indicando que o país chegou à era da mediocridade sustentável. Como bem colocou o Vinicius Torres em sua coluna na Folha de hoje, para assinantes: Paz social: o povo é barato - "No ritmo da melhoria da última década, levará 25 anos para que o país se torne tão desigual quanto os EUA".
O presidente Lula, no entanto, em fase de reencontro com antigas teses nacional-estatistas, parece não gostar. E tem cobrado, até publicamente, da empresa que execute investimentos sem cuidados, apenas porque interessa a este ou àquele estado brasileiro ou porque se deve criar renda e emprego no país - aliás, sempre se deve. A questão é como. Editorial O Globo
A visão presidencial ainda é da Companhia Vale do Rio Doce, a estatal, em que os custos ficavam em segundo plano diante de objetivos políticos de governantes de turno. Mesmo que sejam interesses legítimos e justificáveis, não se pode cobrar de empresas privadas que coloquem em risco o patrimônio de acionistas, empregos e - as autoridades deveriam saber - impostos.
No caso específico, se a Vale retarda - ou não faz - encomendas de navios no Brasil ou qualquer outro investimento, os especialistas do Palácio do Planalto deveriam buscar as causas no custo que representa para uma companhia global - ou qualquer outra -, cujos concorrentes também são globais, fazer negócios no mercado interno. E assim a querela ganharia outra dimensão: se empresas preferem importar - sem entrar na discussão do câmbio -, é porque o chamado Custo Brasil se mantém elevado, por falta de reformas sempre adiadas - tributária, do Estado, previdenciária, trabalhista.
À parte a questão se há ou não capacidade instalada em estaleiros nacionais para atender a demandas da Vale, o preço é sério empecilho à concretização de encomendas: os navios saem 20% a 30% mais caros no país do que se forem feitos na China.
Por trás deste fato há impostos escorchantes - cobrados para sustentar um Estado pantagruélico e gastador descuidado -, infraestrutura claudicante, burocracia em excesso e uma legislação trabalhista onerosa, anacrônica, entre outros empecilhos.
Não serão atos de vontade de empresários que contornarão o obstáculo. Mas de políticos que resolvam enfrentar o problema. Sem isso, debilita-se o setor privado. Tudo porque o poder público se recusa a reduzir para valer o Custo Brasil.
O LEVIATÃ ESTATAL
A “doutora” concedeu uma entrevista à Folha, na quinta-feira, publicada hoje, [para assinantes] afirmando que só tupiniquim usa tese falida do Estado mínimo
Em sua opinião, quem defendia que o mercado solucionava tudo "está contra a corrente" e "contra a realidade”. Dilma sai em defesa do chefe diante das críticas de que ele adotou uma política "intervencionista e estatizante.
Bem-humorada, a ministra afirmou não aceitar a pecha de "intervencionista", mas não escondeu o sorriso ao dizer que "aceita" e "concorda" que o governo Lula seja classificado de nacionalista e estatizante.
"Esse país não pode ter vergonha mais de ser patriota" ou "que história é essa de nacionalista ser xingamento?" foram algumas de suas frases, sinalizando o tom que os petistas devem usar na disputa de 2010.
Apesar de refutar a classificação de intervencionista, ela, a exemplo de Lula, cobra da Vale, uma empresa privada, maior compromisso com o país. "É uma empresa privada delicada", que não pode sair por aí "explorando recursos naturais do país e não devolver nada". Por Valdo Cruz
RESUMINDO:
O que a “doutora” defende na pratica é o crescimento cada vez mais assombroso da carga tributária, o Governo engolindo a iniciativa privada e inchando os gastos do Estado, cada vez mais corrupto, sem devolver absolutamente nada em matéria de segurança, educação e saúde. É só observar os últimos números do Pnad do IBGE, divulgados dias atrás, indicando que o país chegou à era da mediocridade sustentável. Como bem colocou o Vinicius Torres em sua coluna na Folha de hoje, para assinantes: Paz social: o povo é barato - "No ritmo da melhoria da última década, levará 25 anos para que o país se torne tão desigual quanto os EUA".
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