Indústria têxtil e Confecções no fundo do poço

Só para recordar: Setor têxtil critica acordo de Lula com a Bolívia
O acordo de preferência tarifária assinado pelo governo brasileiro para compra de produtos têxteis da Bolívia foi recebido com surpresa pelas indústrias brasileiras. Pelo acordo, válido por um ano, prorrogável, o Brasil poderá importar da Bolívia US$ 21 milhões em produtos têxteis.

A matéria do Correio Braziliense
A indústria de confecções recolhe os cacos do que sobrou dos volumosos lucros de décadas passadas, sustentados, sobretudo, pela fragilidade do real frente ao dólar, que se inverteu. Essa é uma situação bem diferente do que vive os demais setores da indústria, que ensaiam uma retomada de médio e longo prazos, sustentada pelo aumento da demanda interna e ampliação da massa salarial. Por Rogério César de Souza

De janeiro a julho, o emprego no setor de vestuário encolheu 9,07%, uma redução quase duas vezes maior do que a registrada em igual período do ano passado, de 4,98%. Nos últimos sete meses, segundo o IBGE, o emprego na indústria de vestuário ficou menor em todas as comparações ante igual período do ano passado, quando também estava no vermelho.

A produção também foi afetada. Nos sete primeiros meses do ano, a indústria têxtil e a do vestuário registraram queda na produção de 10,5%. Em igual período, as vendas do varejo desses produtos recuaram 6,8%. “Isso quer dizer que a queda da produção foi maior que a queda do consumo, o que mostra que parte do varejo foi ocupada pelo produto importado”, avalia o diretor-superintendente Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel.

Os reflexos da entrada de empresas internacionais no mercado interno podem ser vistos na deterioração da balança comercial do setor têxtil e de vestuário. Nos primeiros sete meses de 2009, as exportações caíram 36%, enquanto as importações registraram recuo de 16%. Em termos nominais (sem descontar os efeitos da inflação), o saldo comercial ficou negativo US$ 1,15 bilhão, com vendas de US$ 1,041 bilhão e compras de US$ 2,2 bilhões. “Esse é o reflexo da fragilidade da política de comércio exterior nacional, que se pautou durante anos nas exportações de matérias-primas, deixando de lado os produtos de maior valor agregado”, comenta o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

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