IMPORTANTE para o presidente é manter tramitação de urgência do marco regulatório do pré-sal, para reforçar a ideia de desenvolvimento nacional. Fato político é a gripe suína, que já matou quase 700 brasileiros.
Seu desdém foi a principal causa dessas mortes, que deram ao país o triste primeiro lugar no ranking mundial. Além de restringir o acesso da população ao medicamento, alegando receio de automedicação, Lula não investiu nem 7% da verba prevista para o combate da Gripe. Não era urgente.
Inventaram mentiras sobre efeito colateral da vacina, e depois escamotearam os números da tragédia. A verdade aos poucos vai aparecendo: o Governo foi a principal causa-mortis dos vitimados pela gripe. Foi um genocídio. Mas nada tão importante quanto a urgência do pré-sal. Por Arthur/Gabriela
GOVERNO AGORA ADMITE A MENTIRA
O Ministério da Saúde admitiu ontem que o Tamiflu — usado no tratamento da gripe suína — só não chegou às farmácias porque não havia estoque para suprir a demanda. O governo havia restringido o uso do antiviral alegando que a automedicação era perigosa, que somente pacientes em estado grave deveriam ter acesso ao medicamento e até que o vírus H1N1 poderia se tornar resistente. Por Célia Costa e Evandro Éboli
Depois de restringir o uso do antiviral Tamiflu, usado no tratamento da gripe suína, alegando que a automedicação era perigosa, que somente pacientes em estado grave deveriam ter acesso ao medicamento e até que o vírus H1N1 poderia se tornar resistente, o Ministério da Saúde admitiu ontem: o remédio só não chegou às farmácias porque não havia estoque para suprir a demanda. O diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, disse que o laboratório Roche, produtor do Tamiflu, deve distribuir o remédio e que, em 2010, qualquer um poderá adquiri-lo no balcão das farmácias.
— O próprio laboratório priorizou a demanda do ministério, o que foi correto.
Na medida em que foi aumentando a sua capacidade, ele informou que vai ter disponibilidade para atender à nossa nova demanda, bem como para comercializar o medicamento — disse Hage em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
A Roche, no entanto, informou que não há qualquer previsão de quando voltará a distribuir o Tamiflu para as farmácias.
As restrições ao uso do medicamento sempre receberam duras críticas de especialistas. Para eles, se o Tamiflu tivesse sido tomado de maneira menos restrita, o número de mortes por gripe suína no Brasil poderia ter sido menor.
Segundo um boletim divulgado quarta-feira, no país morreram até agora 657 pessoas por causa da doença. O total de registros mantém o Brasil em primeiro lugar no mundo em número de óbitos causados pelo H1N1 — seguido de Estados Unidos (556) e Argentina (465).
A informação dada ontem por Hage contraria todas as explicações apresentadas pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, desde o início da pandemia, para restringir a utilização do Tamiflu. Há um mês, mesmo depois de ampliar o uso do antiviral, Temporão determinou que apenas os serviços públicos fizessem a distribuição do medicamento. O ministro disse que isso evitaria uma “corrida às farmácias”.
Para especialistas, no entanto, o antiviral deveria ser administrado em pacientes com sintomas da doença nas primeiras 48 horas, período que o Tamiflu é mais eficaz no combate ao H1N1.
Especialista: mortes seriam evitadas
Para o infectologista Edmilson Migowski, a prova de que o uso mais amplo do medicamento diminuiria o número de mortes é que, depois que qualquer médico — da rede pública ou não — foi liberado a prescrever o medicamento, ocorreu uma redução do total de casos graves da doença.
De acordo com o boletim divulgado na quarta-feira, por três semanas consecutivas houve uma queda significativa dos registros. Entre 9 e 15 de agosto, foram 1.165 casos; dos dias 16 a 22 do mesmo mês, foram 639; finalmente, de 23 a 29 de agosto, foram 151 casos.
No fim de abril, mesmo antes da confirmação de qualquer caso da gripe suína no Brasil, aumentou a demanda pelo medicamento e os estoques encolheram. Depois disso, o remédio não voltou mais aos balcões das drogarias. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, o governo federal comprou todo o estoque de Tamiflu das grandes redes. O Ministério da Saúde passou a ser o único com acesso ao fabricante.
Segundo nota do ministério divulgada ontem, não há proibição à venda do remédio nas farmácias. “O fato é que o único laboratório fabricante do medicamento, o Roche, deu prioridade aos pedidos de compra feitos pelo Ministério da Saúde (...). Essa medida é necessária para que o governo federal cumpra a sua missão de oferecer o medicamento gratuitamente à população em caso de necessidade”, diz o texto. Ainda na nota, o ministério garante que não há falta do medicamento e que encomendou ao laboratório nove milhões de tratamentos, com entrega prevista até maio de 2010. O Globo
Seu desdém foi a principal causa dessas mortes, que deram ao país o triste primeiro lugar no ranking mundial. Além de restringir o acesso da população ao medicamento, alegando receio de automedicação, Lula não investiu nem 7% da verba prevista para o combate da Gripe. Não era urgente.
Inventaram mentiras sobre efeito colateral da vacina, e depois escamotearam os números da tragédia. A verdade aos poucos vai aparecendo: o Governo foi a principal causa-mortis dos vitimados pela gripe. Foi um genocídio. Mas nada tão importante quanto a urgência do pré-sal. Por Arthur/Gabriela
GOVERNO AGORA ADMITE A MENTIRA
O Ministério da Saúde admitiu ontem que o Tamiflu — usado no tratamento da gripe suína — só não chegou às farmácias porque não havia estoque para suprir a demanda. O governo havia restringido o uso do antiviral alegando que a automedicação era perigosa, que somente pacientes em estado grave deveriam ter acesso ao medicamento e até que o vírus H1N1 poderia se tornar resistente. Por Célia Costa e Evandro Éboli
Depois de restringir o uso do antiviral Tamiflu, usado no tratamento da gripe suína, alegando que a automedicação era perigosa, que somente pacientes em estado grave deveriam ter acesso ao medicamento e até que o vírus H1N1 poderia se tornar resistente, o Ministério da Saúde admitiu ontem: o remédio só não chegou às farmácias porque não havia estoque para suprir a demanda. O diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, disse que o laboratório Roche, produtor do Tamiflu, deve distribuir o remédio e que, em 2010, qualquer um poderá adquiri-lo no balcão das farmácias.
— O próprio laboratório priorizou a demanda do ministério, o que foi correto.
Na medida em que foi aumentando a sua capacidade, ele informou que vai ter disponibilidade para atender à nossa nova demanda, bem como para comercializar o medicamento — disse Hage em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
A Roche, no entanto, informou que não há qualquer previsão de quando voltará a distribuir o Tamiflu para as farmácias.
As restrições ao uso do medicamento sempre receberam duras críticas de especialistas. Para eles, se o Tamiflu tivesse sido tomado de maneira menos restrita, o número de mortes por gripe suína no Brasil poderia ter sido menor.
Segundo um boletim divulgado quarta-feira, no país morreram até agora 657 pessoas por causa da doença. O total de registros mantém o Brasil em primeiro lugar no mundo em número de óbitos causados pelo H1N1 — seguido de Estados Unidos (556) e Argentina (465).
A informação dada ontem por Hage contraria todas as explicações apresentadas pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, desde o início da pandemia, para restringir a utilização do Tamiflu. Há um mês, mesmo depois de ampliar o uso do antiviral, Temporão determinou que apenas os serviços públicos fizessem a distribuição do medicamento. O ministro disse que isso evitaria uma “corrida às farmácias”.
Para especialistas, no entanto, o antiviral deveria ser administrado em pacientes com sintomas da doença nas primeiras 48 horas, período que o Tamiflu é mais eficaz no combate ao H1N1.
Especialista: mortes seriam evitadas
Para o infectologista Edmilson Migowski, a prova de que o uso mais amplo do medicamento diminuiria o número de mortes é que, depois que qualquer médico — da rede pública ou não — foi liberado a prescrever o medicamento, ocorreu uma redução do total de casos graves da doença.
De acordo com o boletim divulgado na quarta-feira, por três semanas consecutivas houve uma queda significativa dos registros. Entre 9 e 15 de agosto, foram 1.165 casos; dos dias 16 a 22 do mesmo mês, foram 639; finalmente, de 23 a 29 de agosto, foram 151 casos.
No fim de abril, mesmo antes da confirmação de qualquer caso da gripe suína no Brasil, aumentou a demanda pelo medicamento e os estoques encolheram. Depois disso, o remédio não voltou mais aos balcões das drogarias. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, o governo federal comprou todo o estoque de Tamiflu das grandes redes. O Ministério da Saúde passou a ser o único com acesso ao fabricante.
Segundo nota do ministério divulgada ontem, não há proibição à venda do remédio nas farmácias. “O fato é que o único laboratório fabricante do medicamento, o Roche, deu prioridade aos pedidos de compra feitos pelo Ministério da Saúde (...). Essa medida é necessária para que o governo federal cumpra a sua missão de oferecer o medicamento gratuitamente à população em caso de necessidade”, diz o texto. Ainda na nota, o ministério garante que não há falta do medicamento e que encomendou ao laboratório nove milhões de tratamentos, com entrega prevista até maio de 2010. O Globo
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