Em reunião de emergência da OEA, representante americano é único a condenar presidente deposto
O representante dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA), Lewis Amselem, criticou ontem o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, por seu retorno “irresponsável” a Tegucigalpa e por dificultar a obtenção de um acordo de volta ao poder com o atual governo hondurenho usando a Embaixada do Brasil como plataforma para declarações polêmicas. Ele também condenou o presidente Roberto Micheletti, no poder em Honduras, por ter se recusado a receber a missão avançada da OEA, declarar estado de emergência no país e calar os meios de comunicação da oposição. Por Gilberto Scofield Jr.
Numa reunião de emergência do Conselho Permanente da OEA para discutir o impasse, Lewis Amselem pediu que Zelaya pare de tentar chamar a atenção a qualquer custo.
— O retorno de Zelaya sem um acordo foi irresponsável e tolo — disse. — Ele deveria desistir de fazer acusações enfurecidas e de agir como se estive estrelando em um filme antigo.
As declarações de Amselem deixaram os outros países presentes à reunião confusos. Uma semana antes, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, dissera que a volta de Zelaya era uma oportunidade para pressionar o governo Micheletti a renunciar. Um alta fonte do Departamento de Estado envolvida nas negociações afirmou, porém, que não há contradições no discurso: — Pedimos a Zelaya que evitasse retornar ao país antes da costura de uma acordo com o governo porque temíamos que este fato aumentasse a tensão política. Mas agora consideramos a volta uma oportunidade para pressionar o governo interino a assinar o Acordo de San José, que continuamos a achar a saída preferencial.
Nem mesmo a deterioração da situação política em Honduras, a expulsão da missão de negociadores e mais de oito horas de reunião do seu Conselho Permamente fizeram a OEA sair do torpor de declarações inócuas.
O bate-boca entre os 34 representantes dos países das Américas terminou ontem em mais uma nota inócua que condena por alto tudo e evita qualquer decisão mais importante.
O representante brasileiro na OEA, embaixador Ruy Casaes, exasperou-se: — Chegou o momento de dizer basta, e este basta significa impedir que a continuidade do Estado de fato em Honduras possa se estender a outros países da sub-região.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, ainda aposta em acordo. Mas admitiu que uma possível invasão da embaixada pelo governo pode mudar radicalmente o cenário: — Nós não temos uma força de paz, que só pode ser usada mediante uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas não creio que a situação atual exija isso. Agora, se houver agressão à Embaixada do Brasil, mudaremos completamente de opinião. O Globo
O representante dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA), Lewis Amselem, criticou ontem o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, por seu retorno “irresponsável” a Tegucigalpa e por dificultar a obtenção de um acordo de volta ao poder com o atual governo hondurenho usando a Embaixada do Brasil como plataforma para declarações polêmicas. Ele também condenou o presidente Roberto Micheletti, no poder em Honduras, por ter se recusado a receber a missão avançada da OEA, declarar estado de emergência no país e calar os meios de comunicação da oposição. Por Gilberto Scofield Jr.
Numa reunião de emergência do Conselho Permanente da OEA para discutir o impasse, Lewis Amselem pediu que Zelaya pare de tentar chamar a atenção a qualquer custo.
— O retorno de Zelaya sem um acordo foi irresponsável e tolo — disse. — Ele deveria desistir de fazer acusações enfurecidas e de agir como se estive estrelando em um filme antigo.
As declarações de Amselem deixaram os outros países presentes à reunião confusos. Uma semana antes, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, dissera que a volta de Zelaya era uma oportunidade para pressionar o governo Micheletti a renunciar. Um alta fonte do Departamento de Estado envolvida nas negociações afirmou, porém, que não há contradições no discurso: — Pedimos a Zelaya que evitasse retornar ao país antes da costura de uma acordo com o governo porque temíamos que este fato aumentasse a tensão política. Mas agora consideramos a volta uma oportunidade para pressionar o governo interino a assinar o Acordo de San José, que continuamos a achar a saída preferencial.
Nem mesmo a deterioração da situação política em Honduras, a expulsão da missão de negociadores e mais de oito horas de reunião do seu Conselho Permamente fizeram a OEA sair do torpor de declarações inócuas.
O bate-boca entre os 34 representantes dos países das Américas terminou ontem em mais uma nota inócua que condena por alto tudo e evita qualquer decisão mais importante.
O representante brasileiro na OEA, embaixador Ruy Casaes, exasperou-se: — Chegou o momento de dizer basta, e este basta significa impedir que a continuidade do Estado de fato em Honduras possa se estender a outros países da sub-região.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, ainda aposta em acordo. Mas admitiu que uma possível invasão da embaixada pelo governo pode mudar radicalmente o cenário: — Nós não temos uma força de paz, que só pode ser usada mediante uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas não creio que a situação atual exija isso. Agora, se houver agressão à Embaixada do Brasil, mudaremos completamente de opinião. O Globo
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