
Além disso, a lobby anti-Israel no conselho aproveitou a resolução para contrabandear temas que não estavam previstos no relatório de Goldstone, como a questão de Jerusalém. Esse foi um dos motivos alegados pelos EUA para votar contra a resolução.
Já o Brasil ignorou todas essas contradições e votou a favor da resolução. Se o país tinha alguma intenção de servir de mediador do conflito israelo-palestino, jogou fora sua chance. Uma atitude mais inteligente, se o Brasil não queria se indispor com os países árabes, teria sido pelo menos abster-se. O voto brasileiro ajudou também a reforçar a sensação de que o Conselho de Direitos Humanos da ONU só existe para punir Israel, uma vez que 80% de todas as suas decisões até agora disseram respeito a esse único país. Considerando-se que integram o conselho países onde grassam a homofobia, a repressão a dissidentes e o desprezo pelo Estado de Direito, parece até piada. Mas não é, razão pela qual é difícil levar essa entidade a sério.
Se o Brasil está realmente tão interessado em reformar a ONU para torná-la relevante, como declarou Lula em recente entrevista, seria bom começar por não dar apoio a resoluções claramente emanadas de ódio religioso e político, que contaminam o ambiente da diplomacia, em lugar de arejá-lo. Estadão
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