Brasileiros que vivem em Honduras defendem novas eleições

PARA PÔR FIM À CRISE POLÍTICA

A comunidade de 350 brasileiros que vive em Honduras virou alvo das atenções, há pouco mais de duas semanas, depois que o presidente deposto do país, Manuel Zelaya, alojou-se com correligionários na Embaixada do Brasil, na capital, Tegucigalpa.Reunidos em uma associação organizada, os brasileiros defendem a realização de novas eleições presidenciais, no dia 29 de novembro, como única alternativa para por fim ao impasse político que domina o país. Por Renata Giraldi

A presidente da Associação dos Brasileiros Residentes em Honduras, Elisa Vieira, disse à Agência Brasil que a esperança de todos está depositada na articulação internacional em defesa da realização das eleições. “Nossa esperança é que o governo brasileiro e os demais países tomem consciência da verdadeira situação de Honduras. A expectativa de todos é que haja eleições no dia 29 de novembro e que o novo presidente seja reconhecido internacionalmente”, disse. - Agência Brasil - Você continua a leitura aqui


ALEMANHÃ NÃO ABANDONARÁ HONDURAS

A crise política em Honduras também divide Europa. Um bloco de países liderados pela Alemanha, França e Itália mantém a sua posição de cooperar com o país, enquanto a Espanha e outros defendem corte de ajuda financeira.

O representante para América Central da Fundação Alemã, Friedrich Naumann, disse que o espanhol não tem o mandato dos 27 países da União Européia para manter uma posição contra Honduras. "A Alemanha, Itália e França acham que deve ser dada toda ajuda econômica para Honduras. Os 27 países da União Européia não tomaram uma decisão final e unânime com relação a Honduras", disse ele.

O representante da Espanha para América Latina, Juan Pablo de Laiglesia, durante sua visita esta semana a Honduras, alertou que seu país assumirá a presidência da EU, e insiste que o regresso de Manuel Zelaya, como presidente da República.

"Se o representante da Espanha para a Organização dos Estados Americanos (OEA) pretende falar em nome da União Européia, está mentindo e de maneira errada está tentando assustar o povo hondurenho", disse Luther. O executivo alemão aconselhou o Governo a ignorar as declarações e fazer uma queixa contra Javier Solana,

Lüth disse que é muito provável que o presidente alemão do Partido Liberal, Guido Westerwelle, assuma o Ministério dos Negócios Estrangeiros. "É muito possível que o governo assuma a posição da Fundação Naumann nas suas relações externas com a América Central e, especialmente com Honduras". Para Lüth esta posição é provável porque as negociações com os Conservadores continuarão por três semanas.

Os liberais alcançaram recentemente o maior sucesso na história eleitoral da República Federal da Alemanha. "A cooperação alemã foi mantida antes, durante e após a crise política no país. A Embaixada do meu país tem certas restrições, mas a Naumann Fundação mantém seu apoio", disse ele.
Eldelber


PRESIDENCIÁVEL FAVORITO PREGA UNIÃO NACIONAL
São grandes as chances de que a tarefa de reconquistar o respeito internacional de Honduras fique nas mãos do próximo presidente eleito. Mesmo assim, Porfirio Lobo Sosa, o Pepe, grande favorito para as eleições de 29 de novembro, não perde o bom humor - nem o apetite.

Sentado à mesa de café da manhã em uma agradável varanda do casarão situado nos arredores da capital Tegucigalpa, o líder do Partido Nacional (direita) conversa animadamente sobre o futuro do país enquanto come feijões, bacon e salsichas de Olancho, sua terra natal. Há figuras de santos e anjos por todas as partes.

“Não há outra luta que não a busca da unidade nacional", afirma o empresário, representante da terceira geração de produtores rurais. Pepe é o maior interessado em uma solução rápida e pacífica para a crise política e institucional do país.

Ele sabe como pode ser difícil normalizar as relações hondurenhas e os investimentos estrangeiros caso não haja reconhecimento das eleições -como ameaçado por lideranças internacionais para um pleito realizado sob o governo interino responsável pelo golpe.

Nas últimas semanas, tem mantido reuniões com empresários, políticos, a igreja, diplomatas e missões internacionais. A todos, pede apoio para que as eleições sejam justas e tranquilas. "Que mandem todos os observadores do mundo", solicita.

Sobre a volta ou não de Zelaya, Pepe evita opinar. Diz que sofre pressões diárias para escolher um lado, mas não o fará "nem que o massacrem".

Segundo ele, Zelaya enfrentou empresários, juízes, igrejas. "Você não tem ideia de como sofremos com Mel [apelido do presidente deposto]", diz ele, para logo em seguida censurar a forma como Zelaya foi expulso do país. "Creia em mim. Aqui, todos pecamos."

A única proposta que ataca, deixando de lado a diplomacia, é o adiamento das eleições. "Isso não é decisão de governo. O processo cabe a um tribunal eleitoral independente", diz. Ao ser indagado a respeito do projeto de governo, Pepe afirma que terá de ser um plano de unidade nacional. Como boa parte da elite do país, Pepe se graduou nos EUA. Agora, promete investir em educação. "Quatro em cada cinco famílias rurais não têm nada."

Em seguida, fala que quer mexer nas isenções fiscais. Segundo ele, Honduras é o país da América Central com maior índice de isenção a empresários. "A festa vai acabar", promete ele. Falando novamente sobre a crise, Pepe diz que o que importa é que em três meses tanto Micheletti quanto Zelaya serão passado. "É um problema sem futuro." Por Ana Flor, enviada especial a Tegucigalpa da Folha

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