Morales continua expulsando brasileiros que vivem na área de fronteira

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Vivendo em barracos ao lado de um córrego e praticamente passando fome com vários filhos, duas famílias estão em terrenos localizados atrás do Bairro José Hassem, na cidade de Epitaciolândia há vários dias depois que foram expulsos da Bolívia por agentes do governo.

O caso de Marinelda Castro dos Santos, de 22 anos, casada, mãe de quatro filhos menores, carrega o quinto no ventre com cinco meses de gravidez. Contou que morava na região de Porto Rico, distante cerca de 45 km da capital de Pando, Cobija, no meio da selva boliviana há 10 anos. Seu esposo se encontrava trabalhando em uma colônia de um parente para poder tirar o sustento dos seus filhos. Sua agonia e de sua família começou há cerca de três meses quando agentes do governo da Bolívia passaram a ‘visitar’ constantemente os brasileiros dizendo que teriam que ir embora. Por Alexandre Lima

Sua sobrevivência juntamente com seu esposo e filhos era tirada da criação de pequenos animais, plantação e extração da borracha e castanha. Em seu depoimento, afirmou que foram muitas visitas que passaram a ser seguidas de ameaças de morte.

Temendo por suas vidas, resolveram deixar tudo para trás levando apenas os pertences pessoais, algumas galinhas e cachos de banana. Marinelda disse ainda que existe mais brasileiros na região de ‘Caramano 35’ na estrada de Porto Rico e margens do Rio Tahuamanu, que estão sendo ameaçados mas não querem sair.

Isso acontece no exato momento em que um acordo firmado entre Evo Morales, presidente da Bolívia, e Inácio Lula da Silva, do Brasil, em recente visita ao país boliviano e comprova que seus comandados estão perseguindo os brasileiros que tem esperança em ficar.

Na quinta-feira, dia 01, uma comitiva com Diplomatas e Políticos inauguraram uma Embaixada no vilarejo batizado com o nome de Evo Morales, presidente da Bolívia, com o intuito de ajudar os brasileiros. Como foi anunciado antes, as expulsões dos brasileiros comprova que a Bolívia não tem nenhum interesse em cumprir acordos. Segundo uma ONG que está atuando na intermediação, existiria apenas cerca de 300 famílias sob risco de perder suas terras.

Somente num dia, na cidade de Evo Morales, vizinha de Plácido de Castro (Acre), cerca de 500 foram procurar esclarecimentos sobre seus direitos e se teriam alguma garantia de voltar para o Brasil, país de origem. Não se sabe ainda o número exato de brasileiros na faixa de fronteira, mas, pode ultrapassar 1.500.

Os que fugiram com medo de ser presos por estarem sem qualquer documento, falam que, quando chegava um agente do Governo boliviano nas casas, corriam para dentro da mata com seus filhos e só voltavam após saberem que estariam seguros. Isso acontece até hoje e quando são pegos, além de detidos, são humilhados até irem embora.

Enquanto isso, o Brasil continua com a política de boa vizinhança, dando guarida para milhares de bolivianos sem que nada aconteça e que vivem da ilegalidade vendendo contrabandos pelas ruas Rio Branco, da Capital do Acre, quando não, muitos são pegos tentando ingressar no País com drogas e inflando as prisões.

Enquanto isso, gente simples como Marinelda, de 22 anos, seus quatro filhos, moram num “caixote” na esperança de poder dar algo melhor à eles. Na sua memória, a frase que ficou gravada depois da última ‘conversa’ com o agente do governo boliviano: “é melhor ir embora do que correr risco de vida juntamente com seus filhos”.
O Alto do Acre

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