A grande massa brasileira, alienada e cooptada pela comunicação oficial e pelos benefícios do dinheiro público, só sabe o que lhe diz o recado oficial.
Chegam-me diariamente e-mails com toda sorte de opinião e objetivo. A maioria é lixo. Alguns são interessantes, quando emitem considerações com conteúdo. Atribuído à professora Aileda de Mattos Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aporta no meu computador uma espécie de ensaio sobre o filme (que está sendo lançado, "coincidentemente", nas proximidades da entrada do ano de sucessão presidencial) Lula, o filho do Brasil, que faz a apologia do presidente da República – que quer, de todo modo emplacar seu sucessor, ou, no caso, uma sucessora. Por Paulo Saab
O texto critica o presidente Lula, tanto pelo aspecto do desvirtuamento que vem comandando, dos valores antes tidos como habituais normas de conduta, quanto em relação aos conceitos que sua incontinência verbal prega, e em que, no dizer da autora, a mentira passa a ser verdade e o auto-endeusamento o torna réu confesso do desequilíbrio.
E considerar-se a si próprio Filho do Brasil é exigir a legítima paternidade a um país que já sofreu todos os vexames do filho que não passa de um bastardo. Essa é a parte mais suave do aludido texto, que pede boicote ao filme que servirá de propaganda eleitoral de forma ostensiva e abusiva.
Dizer que só no Brasil acontecem essas coisas é repetir frase feita e correr o risco de ser ingênuo ou injusto. Pode ser que na Bolívia, no Equador, na Venezuela (pobre Venezuela, a caminho do socialismo arcaico e esquálido) na Nicarágua, para ficar na América bolivariana (seja lá o que isso queira dizer) seja comum. Mas que no nosso país a ação do Executivo está se impondo e subjugando a harmonia e independência entre os três poderes, não há como negar. O ministério Público, tão vigilante contra FHC quando Lula era oposição, agora dorme de touca. A oposição, ora, a oposição. Não existe na prática. Só na retórica.
Outro texto, da lavra de Francisco Petros e do companheiro de DC, José Marcio Mendonça (no site Migalhas), igualmente difundido na internet, menciona situações a partir da frase de efeito de uso constante do presidente Lula, a respeito de "nunca antes nesse país (antes dele)" ter havido ou não havido isso ou aquilo, desde que a vantagem seja do próprio.
Afirma essa texto, entre outras coisas, que (como nunca antes nesse país) "o governo trabalha para reforçar a presença das estatais na economia e criar novas companhias governamentais; está empenhado em enfraquecer as agências reguladoras, podando sua independência e autonomia; tenta sistematicamente interferir nas decisões empresariais privadas, por meio de benesses do Tesouro tenha "amaciado" o mundo sindical e os movimentos sociais; quer ardentemente exercer algum tipo de controle sobre o que alguns classificam como "imprensa burguesa" ou "grande mídia", pouco influenciável pelos incentivos oficiais; com um bem sucedido "terrorismo verbal" utilizando termos como antissocial, contra os pobres, antibrasileiro, antinacionalista, mantenha acuados a oposição e parte da sociedade; se dedique, sistematicamente, a desqualificar seus críticos; tenha investido na política do é dando que se recebe; não tenha muito apego à letra fria da lei..."
A grande massa brasileira, alienada e cooptada pela comunicação oficial e pelos benefícios de distribuição de dinheiro público que a salva da fome, mas a condena à dependência eterna do poder concedente, só sabe o que lhe diz o recado oficial. De estômago silenciado.
Aposte o leitor. Ano que vem, eleitoral, vai ser uma baixaria só. Oficializada.
Que medo é este que está no ar, de gente séria e importante que, tirando o valor da democracia , da liberdade de expressão, se cala diante dos descalabros que vê, ouve, assiste? Quem os intimida e por que se sentem intimidados? Como diz a rádio Jovem Pan, "acorda Brasil". Diário do Comércio - Paulo Saab é jornalista e escritor
Chegam-me diariamente e-mails com toda sorte de opinião e objetivo. A maioria é lixo. Alguns são interessantes, quando emitem considerações com conteúdo. Atribuído à professora Aileda de Mattos Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aporta no meu computador uma espécie de ensaio sobre o filme (que está sendo lançado, "coincidentemente", nas proximidades da entrada do ano de sucessão presidencial) Lula, o filho do Brasil, que faz a apologia do presidente da República – que quer, de todo modo emplacar seu sucessor, ou, no caso, uma sucessora. Por Paulo Saab
O texto critica o presidente Lula, tanto pelo aspecto do desvirtuamento que vem comandando, dos valores antes tidos como habituais normas de conduta, quanto em relação aos conceitos que sua incontinência verbal prega, e em que, no dizer da autora, a mentira passa a ser verdade e o auto-endeusamento o torna réu confesso do desequilíbrio.
E considerar-se a si próprio Filho do Brasil é exigir a legítima paternidade a um país que já sofreu todos os vexames do filho que não passa de um bastardo. Essa é a parte mais suave do aludido texto, que pede boicote ao filme que servirá de propaganda eleitoral de forma ostensiva e abusiva.
Dizer que só no Brasil acontecem essas coisas é repetir frase feita e correr o risco de ser ingênuo ou injusto. Pode ser que na Bolívia, no Equador, na Venezuela (pobre Venezuela, a caminho do socialismo arcaico e esquálido) na Nicarágua, para ficar na América bolivariana (seja lá o que isso queira dizer) seja comum. Mas que no nosso país a ação do Executivo está se impondo e subjugando a harmonia e independência entre os três poderes, não há como negar. O ministério Público, tão vigilante contra FHC quando Lula era oposição, agora dorme de touca. A oposição, ora, a oposição. Não existe na prática. Só na retórica.
Outro texto, da lavra de Francisco Petros e do companheiro de DC, José Marcio Mendonça (no site Migalhas), igualmente difundido na internet, menciona situações a partir da frase de efeito de uso constante do presidente Lula, a respeito de "nunca antes nesse país (antes dele)" ter havido ou não havido isso ou aquilo, desde que a vantagem seja do próprio.
Afirma essa texto, entre outras coisas, que (como nunca antes nesse país) "o governo trabalha para reforçar a presença das estatais na economia e criar novas companhias governamentais; está empenhado em enfraquecer as agências reguladoras, podando sua independência e autonomia; tenta sistematicamente interferir nas decisões empresariais privadas, por meio de benesses do Tesouro tenha "amaciado" o mundo sindical e os movimentos sociais; quer ardentemente exercer algum tipo de controle sobre o que alguns classificam como "imprensa burguesa" ou "grande mídia", pouco influenciável pelos incentivos oficiais; com um bem sucedido "terrorismo verbal" utilizando termos como antissocial, contra os pobres, antibrasileiro, antinacionalista, mantenha acuados a oposição e parte da sociedade; se dedique, sistematicamente, a desqualificar seus críticos; tenha investido na política do é dando que se recebe; não tenha muito apego à letra fria da lei..."
A grande massa brasileira, alienada e cooptada pela comunicação oficial e pelos benefícios de distribuição de dinheiro público que a salva da fome, mas a condena à dependência eterna do poder concedente, só sabe o que lhe diz o recado oficial. De estômago silenciado.
Aposte o leitor. Ano que vem, eleitoral, vai ser uma baixaria só. Oficializada.
Que medo é este que está no ar, de gente séria e importante que, tirando o valor da democracia , da liberdade de expressão, se cala diante dos descalabros que vê, ouve, assiste? Quem os intimida e por que se sentem intimidados? Como diz a rádio Jovem Pan, "acorda Brasil". Diário do Comércio - Paulo Saab é jornalista e escritor
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