Reforma de verdade, só a do cafezinho

Poltronas e cadeiras assinadas por designers internacionais vão decorar o ambiente usado pelos deputados nos intervalos das sessões

As reformas política e tributária não saíram do papel, mas a do cafezinho está em andamento. A Câmara acaba de comprar um lote de sofás, poltronas e cadeiras para a sala de estar localizada ao lado do plenário, onde deputados costumam lanchar ou fazer um intervalo. As poltronas Le Corbusier LC3, em couro natural, custaram R$ 2,8 mil a unidade. As cadeiras Thonet ficaram por R$ 600 a unidade. A Casa também queria comprar quatro lixeiras de aço inox, ao preço de R$ 1,3 mil, mas não foram apresentadas propostas pelos fornecedores no pregão eletrônico realizado dia 1º deste mês. Por Lúcio Vaz


Os investimentos nos apartamentos funcionais também não cessam. Depois de trocar camas, sofás e eletrodomésticos, a Câmara está substituindo o carpete de madeira dos imóveis cedidos aos deputados, localizados nas superquadras SQN 302, SQS 111 e SQN 202. A troca do carpete, uma área total de 3,6 mil m², sairá por R$ 282 mil. O fornecimento e a aplicação de sinteco consumirão R$ 157 mil.

Para completar o “enxoval”, a Câmara está comprando material de tapeçaria. Nas especificações, fica claro que o couro e os tecidos comprados serão destinados à reforma de cadeiras, poltronas e sofás. O custo total dos consertos ficará em R$ 64 mil.

Especificações
O edital da Câmara trouxe descrição bem clara para o mobiliário. As cadeiras Thonet são “em madeira maciça vergada com assento em palha”. Modelo do designer Michael Thonet. O preço estimado foi de R$ 7,5 mil para 12 unidades. A melhor proposta ficou em R$ 7,2 mil. As quatro poltronas Le Corbusier LC3 têm assento, encosto e braços estofados com espuma de poliuretano e revestidos em couro natural. A estrutura deve ser em tubo de aço inox polido brilhante. Foi estimado um preço de R$ 16,9 mil para quatro unidades, mas a compra ficou por R$ 11,2 mil. Não foram ofertadas as lixeiras em aço inox escovado, “com corpo de aço inoxidável livre de manchas e digitais”.

A Câmara informou que os móveis do cafezinho foram comprados na década de 60: têm, portanto, quase 50 anos de uso. Além de lanchar, tomar um cafezinho e até fumar num ambiente próprio, com exaustor e isolamento, os deputados também aproveitam a sala de estar para assistir a telejornais e, não raramente, a partidas de futebol.

O cafezinho já funcionou num canto do Salão Verde da Câmara. O local era considerado desconfortável e forçava o convívio com populares, lobistas, vendedores, doleiros, coletores de assinaturas e belas moças. Os parlamentares optaram por um local mais reservado e com uma decoração mais sofisticada.

A direção da Câmara informou que o material de tapeçaria é destinado à reforma e conservação de móveis e tapetes, para evitar a depreciação. Os carpetes a serem trocados são dos apartamentos que ainda não sofreram reforma estrutural. Trata-se de uma ata de preços. Isso significa que o valor orçado poderá não ser utilizado por completo. Correio Braziliense

Um comentário:

Joana D'Arc disse...

Tadinhos! pensa que elles vão colocar seus trazeiros vagabundos em qualquer cadeira?!

É claro que têm que ser de grife!
O resto que compre nas Casas Bahia!