Samba brasileiro e o terrorismo de Hezbolá

Um show de samba brasileiro programado para quinta-feira, dia 01 outubro, foi proibido e o grupo foi expulso da histórica cidade libanesa de Tiro, depois que 100 clérigos xiitas, sob a presidência do xeique Ali Yassin, um seguidor poderoso do Hezbollah, emitiu uma fatwa (decreto religioso ) proibindo e declarando o show como pecaminoso.

Uma declaração dos clérigos condenou a livre exibição do samba brasileiro pelo grupo de dança que está percorrendo o Líbano, afirmando: "O festival de nu é incompatível com a moral religiosa e islâmica de Tiro". A declaração responsabilizou o município da cidade pela liberação da realização do show: "Apoiamos o turismo, mas somos contra a obscenidade", disse o xeique Ali Yassin, que liderou o protesto de 100 clérigos xiitas. Por Elias Bejjani

A equipe, incluindo músicos e sambistas já havia realizado alguns shows no mês passado, na Praça dos Mártires no centro de Beirute, e nas cidades libanesas de Zahle e Joanieh, sem qualquer tipo de problema. Pelo contrário, milhares de libaneses e turistas de todo mundo assistiram aos shows e gostaram.

Os funcionários da embaixada do Brasil em Beirute ficaram chocados com o alvoroço injustificado dos clérigos do Hezbollah. O adido cultural da embaixada disse à agência de notícias francesa que todas as medidas necessárias foram tomadas, semanas atrás, pela equipe do show e pela embaixada - no que diz respeito à sensibilidade religiosa da cidade, que tem uma maioria xiita - incluindo a garantia de vestuário modesto e adequado para os bailarinos.

O conselho local da cidade de Tiro foi obrigado por todos os meios de intimidação e terrorismo a revogar sua decisão e teve que cancelar o show, após consulta aos políticos e autoridades de segurança. A declaração do Conselho disse tudo: "O município está disposto a confirmar à opinião pública que o show brasileiro não atenta contra os valores religiosos ou morais e não é pornográfico, como foi proclamado por algumas pessoas. No entanto, seguindo as instruções do Monte Tiro Amel Grande Mufti, o juiz Sheik Hassan Abdullah decidiu que o município vai cancelar o show de samba na cidade. Entretanto, o Conselho reafirma seu compromisso com a verdadeira e bem estabelecida relação Líbano e Brasil, em grande medida, graças à embaixada brasileira no Líbano ".

As organizações não governamentais (ONGs) de Tiro ONGs, associações civis, culturais e entidades sindicais emitiram uma declaração corajosa de condenação à ditadura do Hezbollah. A declaração dizia: "Em apoio às liberdades civis e à liberdade de opinião e de expressão, os representantes de uma série de entidades de Tiro, realizaram uma reunião conjunta e discutiram sobre o cancelamento arbitrário e injustificado do festival de samba brasileiro que foi programado para acontecer em Tiro com o consentimento do município da cidade e em várias regiões do Líbano no âmbito do turismo e das atividades culturais do verão.

Devemos oferecer tributos ao Conselho municipais de Tiro, ONGs, associações civis e culturais e entidades sindicais, pois todos eles se negaram a sucumbir ao terror do Hezbollah e à intimidação, apesar das ameaças grosseiras e manipulações religiosas. Essas entidades manifestaram em voz alta e firme sua condenação.

É tão triste, frustrante e lamentável que o Hezbollah e sua milícia fundamentalista iraniana, religiosa e armada, possa impor ao povo libanês e às autoridades os seus ditames da Idade da Pedra e um estilo de vida de padrão despótico, opressor, intimidador, stalinista e nazista. Em julho passado, o terrorismo de Hezbollah através de suas táticas de intimidação e fanatismo fez com que o famoso comediante francês-marroquino Gad Elmaleh cancelasse sua participação no Festival de Beiteddine. Noura Jumblatt, chefe do comitê organizador do festival, disse que o grupo havia recebido ameaças contra a permissão para o show de Elmaleh.

A organização terrorista Hezbollah desafia diariamente a Constituição libanesa e quebra, pela força, todas as leis e regulamentos que asseguram e garantem as liberdades públicas. Seus esforços em curso estão suprimindo o Líbano multicultural, livre e democrático, arrastando o país para o caos, pobreza e isolamento, forçando milhares e milhares de libaneses a emigrarem

O elemento mais ameaçador e assustador na cartilha do Hezbollah são as infrações penais mercenárias que se encontram sem seu vicioso esquema, preestabelecidas para destruir um país pacífico, civilizado, e seu sistema educacional democrático, e substituí-lo pela ideologia religiosa dos Mullás iranianos: a morte, guerras, a Jihad, invasões e suicídio. Vale ressaltar que a maioria do povo libanês rejeita tal doutrinação islamita, incluindo a maioria da comunidade xiita libanesa, que o Hezbollah controla pela força.

Hezbollah tem plena responsabilidade por essa repressão deplorável na imagem artística de Tiro, que está profundamente enraizada na história e na civilização. Tiro ao longo de sua história de 7000 anos foi um paraíso para o multiculturalismo, a liberdade, a arte, a democracia e a paz. Deu ao mundo grandes líderes como Aníbal, poetas famosos, como Miligar, historiadores, artistas, escritores, pensadores, inventores, criadores, gênios e filósofos. Tiro nunca será uma cidade do fanatismo, da torpeza, da intolerância ou da barbárie.

A guerra da repressão e do terrorismo que o Hezbollah está travando e forçando no Líbano está aumentando. Esta guerra confirma, sem qualquer sombra de dúvida, que o atual conflito grave no Líbano acontece entre dois sistemas de educação e culturas: a primeira tenta ensinar o mal dos Mullás iranianos da Jihad, a morte, o suicídio, o fanatismo, a opressão, o terrorismo, a rejeição do outro, a torpeza e o isolamento, e a segunda tenta preservar a educação histórica do Líbano, sua cultura de paz, dos direitos humanos, da sociedade civil, da abertura, do multiculturalismo, da democracia e da liberdade.

É muito triste e revoltante que alguns políticos libaneses e líderes que retoricamente se gabam de ser defensores do secularismo, igualdade, direitos humanos e da liberdade, tenham engolido a língua sobre a proibição imposta pelo Hezbollah ao grupo de dança brasileira. Eles foram seletivamente cegos, surdos, mudos e covardes ao se abster de criticar a violação flagrante do Hezbollah contra as liberdades fundamentais da sociedade libanesa.

Que Deus proteja o Líbano e seu povo da ignorância, do terrorismo e do fanatismo que o Hezbollah tenta forçar por todos os seus meios de dinheiro, poder, crueldade, intimidação, ameaças e manipulação.
Global Politician

Elias Bejjani é ativista dos direitos humanos, jornalista e comentarista político, que escreve para o Global Politician sobre questões referentes ao Líbano. Ele é porta-voz do Canadá libanês Direitos Humanos (Federação CLHRF) e presidente de mídia e Coordenador (LCCC) - E-Mail: phoenicia@hotmail.com LCCC Web Site:
http://www.10452lccc.com/ - Tradução de Arthur para o MOVCC


AHMADINEJAD NO BRASIL
O diretor da Associação de Amizade Irã-Brasil, Mir-Qasem Momeni, anunciou ontem que o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, fará uma visita oficial ao Brasil no fim de novembro. Segundo a associação, a viagem do líder pode ocorrer em 23 de novembro. “Durante a visita, serão debatidas questões econômicas e culturais, assim como a ampliação das relações bilaterais”, disse Momeni, citado pela agência de notícias iraniana Fars. Caso realmente ocorra, a viagem será a primeira de Ahmadinejad ao Brasil — país com o qual o Irã estreitou relações políticas e econômicas nos últimos meses. Segundo especialistas, o comércio entre as duas nações movimenta cerca de US$ 2 bilhões ao ano. No campo político, o Brasil comemorou na semana passada a retomada das conversas de Teerã com a comunidade internacional sobre seu programa nuclear. - Correio Braziliense

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei. Bem feito.
Pensa que todo mundo aceita samba!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Olha, quando esses terroristas, mandam bomba a Israel esses ativistas vao contra Israel . Agora ficam "chocadinhos "por causa de um bando de brasileiros que vao sambar semi nus, num país mulcumano e sao expulsos.
Vao morrer protestando ,nao vao conseguir nada com os mulcumanos!
Eles nao tem duas caras.
Por isso, bem feito!

Anônimo disse...

Quando é contra Israel esses ativistas ficam assanhadinhos a favor do Herzbollah....
Agora, que levaram chumbo grosso dos mulcumanos. Ficam falando em direitos humanos.
Acho tudo uma palhacada.Depois que a ONU,OEA,cambada de esquerdopatas condenaram Israel e Honduras.
Acho hipocritas ativistas dessas organizacoes internacionais,além do mais que querem impor suas idéias"um novo mundo é possivel,multiculturalismo ,"..blabla,...