Zelaya é hóspede. E os 36 demais, o que são?

Porteiro de Zelaya (ex militar) tranca jornalista brasileiro do lado de fora da Embaixada

Tenho evitado descrever episódios pessoais, mas o incidente da tarde de ontem é mais um exemplo de que a embaixada brasileira em Tegucigalpa, há quatro semanas abrigando Manuel Zelaya e seus “acompanhantes”, se encontra em uma situação administrativa pra lá de anômala e não deveria permanecer como está por mais tempo.

A embaixada precisa voltar a funcionar e precisa de seus funcionários. Há uma comunidade de cerca de 500 brasileiros aqui, e uma desnecessária decisão do governo brasileiro agora obriga os hondurenhos a tirar visto para viajar ao Brasil. Se o acordo não sair hoje, já passou da hora de repensar essa hospedagem. Você lê a matéria completa no
Blog da Embaixada - Por Fabiano Maisonnave da Folha


ROTINA ESVAZIA AÇÕES DE ZELAYA
Abandono da casa por jornalistas reduz força política de Zelaya


O longo impasse a que chegou a crise hondurenha está, pouco a pouco, esvaziando a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde o presidente deposto Manuel Zelaya está abrigado desde o dia 21. Há duas semanas, oito zelaystas deixaram a missão. Nos últimos sete dias, mais quatro abandonaram o barco. A estagnação das negociações somada ao "êxodo" da embaixada ameaçam retirar Zelaya do foco das atenções, sobretudo da mídia internacional. Roberto Simon e Wilson Pedrosa, enviados especiais, Tegucigalapa

Com menos gente e com a tendência de os jornalistas também partirem, o campo zelaysta começa a temer perder voz e, consequentemente, a capacidade de mobilização. Na medida em que os dias passam e a solução negociada para a crise parece mais distante, amplia-se a percepção, principalmente entre os repórteres, que o assunto começa causar um certo fastio - e, consequentemente, o desinteresse - em seus leitores e espectadores.

INDEFINIÇÃO
Há dez dias representantes do governo de facto e do presidente deposto negociam os 12 pontos previstos pela Proposta de San José, o plano de paz elaborado em julho pelo presidente costa-riquenho, Oscar Arias. Todos os temas previstos pelo texto já foram acertados, à exceção do principal: a restituição de Zelaya.

Micheletti afirma que a restituição é de ordem "jurídica" e, portanto, deve ser submetida à Suprema Corte. Zelaya recusa a exigência. Ele afirmou ao Estado na sexta-feira que o tribunal superior foi "parte integrante" do golpe e agora exige que o tema, supostamente de cunho "político", seja decidido pelo Congresso, no qual teria maioria. O impasse fez com que os prazos impostos por zelaystas expirassem, alongando indefinidamente a crise. Os dois lados voltam a se encontrar hoje.

A CRISE EM NÚMEROS
144 dias é o tempo de duração do impasse, desde a derrubada do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho

300 "hóspedes" estavam na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde que Zelaya chegou ao local, em 21/9, 48 pessoas estão na missão brasileira hoje, dos quais 6 são jornalistas e 1 é funcionário do Itamaraty. 4 zelaystas deixaram o local nesta semana. O Estado de S. Paulo

2 comentários:

Joana D'Arc disse...

Decadência total! O Brasil não manda mais nem em suas embaixadas!
Alô alô Itamaraty! o chanceler das mandiocas e seu chefão pensam que o povo brasileiro vai pagar essa fatura indefinidamente?

Anônimo disse...

Que direitos tem os brasileiros naquela embaixada? E por que Lula nao é responsabilizado pelos seus crimes?