SENADOR E CONSELHEIRO DE OBAMA EXORTA PAÍS A RECONHECER ELEIÇÕES
A crise em Honduras está causando tensão entre Brasil e EUA
Ontem, o senador Richard Lugar, líder dos republicanos na Comissão de Relações Exteriores e confidente do presidente Barack Obama, divulgou um comunicado exortando o Brasil a reconhecer as eleições em Honduras, independentemente da volta do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder. "Se as eleições do dia 29 cumprirem parâmetros internacionais de equilíbrio e transparência, eu apoio fortemente seu reconhecimento; países da região, o Brasil em particular, devem considerar o reconhecimento do resultado como a única maneira de os hondurenhos ultrapassarem a crise que já dura cinco meses", disse Lugar no comunicado. Para os americanos, o Brasil vem apenas batendo na tecla de que não reconhecerá as eleições se Zelaya não for restituído, mas não ofereceu nenhuma alternativa viável. Por Patrícia Campos Mello
"O Brasil não está sendo pragmático, não existe nenhuma possibilidade real de Zelaya ser restituído antes da eleição", disse ao Estado uma fonte do governo americano. "Eles não estão ajudando, não ofereceram nenhuma solução construtiva." Os EUA estão praticamente isolados - na região, apenas Panamá e Colômbia declararam que reconhecerão a votação de qualquer maneira. Ontem, numa declaração conjunta, Brasil e Argentina reiteraram que não reconhecerão as eleições se elas forem conduzidas pelo governo de facto.
Um diplomata brasileiro afirmou que os EUA "estão reféns de sua política doméstica" no posicionamento em relação a Honduras, "e o Brasil não vai se submeter a isso". A ala mais conservadora do Congresso vê Zelaya apenas como um aliado o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e não considera que sua remoção do poder tenha sido um golpe de Estado.
EMBAIXADOR NO BRASIL
A nomeação de Thomas Shannon para ocupar a embaixada dos EUA no Brasil continua bloqueada pelo senador republicano GeorgeLeMieux. Uma carta de democratas foi enviada a ele pedindo o desbloqueio. "Isso vai nos custar milhares de empregos", disse um dos signatários, Bernard Aronson, à TV Bloomberg. Para ele, a falta de um embaixador pode custar à Boeing a concorrência de US$ 7,5 bilhões para fornecer caças para a Força Aérea Brasileira. "É um insulto ao Brasil dizer que não são importantes o suficiente para ter um embaixador, mas que queremos que eles comprem os nossos aviões e não os franceses", disse Aronson. O Estado de S. Paulo
PARA COLÔMBIA, UNASUL É LENIENTE COM CHÁVEZ
A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) - tida como um dos pilares da política brasileira para a América do Sul - foi acusada ontem pelo chanceler colombiano, Jaime Bermúdez,de adotar um comportamento "decepcionante e paradoxal" na recente escalada da crise entre Colômbia e Venezuela.
"É surpreendente e decepcionante que a Unasul, que busca exatamente em seu Conselho de Defesa a tranquilidade, a estabilidade e a paz na região, não tenha dito nada", disse Bermúdez em referência ao chamamento feito há duas semanas pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, para que seus militares e cidadãos estivessem "preparados para a guerra" contra a Colômbia e os EUA.
"Chama a atenção que o chefe de Estado de um país da região, membro da Unasul, tenha utilizado uma linguagem bélica e falado de guerra sem que a Unasul faça nenhum comentário a respeito", disse o chanceler, no ataque mais direto à organização desde a sua criação, em março do ano passado.
Chávez respondeu ontem às declarações de Bermúdez e disse que o chanceler e o presidente colombianos eram uns "desgraçados". No sábado, Chávez descartou a hipótese de normalizar as relações com Bogotá, suspensas desde agosto, por causa do acordo que permite aos EUA usarem até sete bases militares da Colômbia. Efe, Bogotá via O Estado de S. Paulo
A crise em Honduras está causando tensão entre Brasil e EUA
Ontem, o senador Richard Lugar, líder dos republicanos na Comissão de Relações Exteriores e confidente do presidente Barack Obama, divulgou um comunicado exortando o Brasil a reconhecer as eleições em Honduras, independentemente da volta do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder. "Se as eleições do dia 29 cumprirem parâmetros internacionais de equilíbrio e transparência, eu apoio fortemente seu reconhecimento; países da região, o Brasil em particular, devem considerar o reconhecimento do resultado como a única maneira de os hondurenhos ultrapassarem a crise que já dura cinco meses", disse Lugar no comunicado. Para os americanos, o Brasil vem apenas batendo na tecla de que não reconhecerá as eleições se Zelaya não for restituído, mas não ofereceu nenhuma alternativa viável. Por Patrícia Campos Mello
"O Brasil não está sendo pragmático, não existe nenhuma possibilidade real de Zelaya ser restituído antes da eleição", disse ao Estado uma fonte do governo americano. "Eles não estão ajudando, não ofereceram nenhuma solução construtiva." Os EUA estão praticamente isolados - na região, apenas Panamá e Colômbia declararam que reconhecerão a votação de qualquer maneira. Ontem, numa declaração conjunta, Brasil e Argentina reiteraram que não reconhecerão as eleições se elas forem conduzidas pelo governo de facto.
Um diplomata brasileiro afirmou que os EUA "estão reféns de sua política doméstica" no posicionamento em relação a Honduras, "e o Brasil não vai se submeter a isso". A ala mais conservadora do Congresso vê Zelaya apenas como um aliado o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e não considera que sua remoção do poder tenha sido um golpe de Estado.
EMBAIXADOR NO BRASIL
A nomeação de Thomas Shannon para ocupar a embaixada dos EUA no Brasil continua bloqueada pelo senador republicano GeorgeLeMieux. Uma carta de democratas foi enviada a ele pedindo o desbloqueio. "Isso vai nos custar milhares de empregos", disse um dos signatários, Bernard Aronson, à TV Bloomberg. Para ele, a falta de um embaixador pode custar à Boeing a concorrência de US$ 7,5 bilhões para fornecer caças para a Força Aérea Brasileira. "É um insulto ao Brasil dizer que não são importantes o suficiente para ter um embaixador, mas que queremos que eles comprem os nossos aviões e não os franceses", disse Aronson. O Estado de S. Paulo
PARA COLÔMBIA, UNASUL É LENIENTE COM CHÁVEZ
A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) - tida como um dos pilares da política brasileira para a América do Sul - foi acusada ontem pelo chanceler colombiano, Jaime Bermúdez,de adotar um comportamento "decepcionante e paradoxal" na recente escalada da crise entre Colômbia e Venezuela.
"É surpreendente e decepcionante que a Unasul, que busca exatamente em seu Conselho de Defesa a tranquilidade, a estabilidade e a paz na região, não tenha dito nada", disse Bermúdez em referência ao chamamento feito há duas semanas pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, para que seus militares e cidadãos estivessem "preparados para a guerra" contra a Colômbia e os EUA.
"Chama a atenção que o chefe de Estado de um país da região, membro da Unasul, tenha utilizado uma linguagem bélica e falado de guerra sem que a Unasul faça nenhum comentário a respeito", disse o chanceler, no ataque mais direto à organização desde a sua criação, em março do ano passado.
Chávez respondeu ontem às declarações de Bermúdez e disse que o chanceler e o presidente colombianos eram uns "desgraçados". No sábado, Chávez descartou a hipótese de normalizar as relações com Bogotá, suspensas desde agosto, por causa do acordo que permite aos EUA usarem até sete bases militares da Colômbia. Efe, Bogotá via O Estado de S. Paulo
Um comentário:
Quem tem que reconhecer, legitimar ou não o Governo eleito em Honduras é o Povo hondurenho e jamais o Brasil ou qq outro país. O Lula fala muito e nada faz, ele não é o Brasil e já se estrepou acolhendo Zelaya na embaixada do Brasil e mesmo assim ainda não aprendeu que em panela dos outros quem mexe se queima.
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