Ao largo do aproveitamento político-partidário dos apagões - localizados ou de âmbito nacional -, é necessário, sem trocadilho, jogar luz sobre possíveis causas estruturais das trevas que há poucos dias avançaram por meio país e, nesta semana, caíram sobre Leblon e Ipanema, bairros sofisticados da Zona Sul do Rio, supostamente bem atendidos em termos de infraestrutura. Para quem fica preso em elevadores e tem prejuízos por causa do fechamento do comércio, pouco importa o bate-boca entre políticos, se o apagão desfechado a partir de linhas de transmissão de Itaipu pode ser comparado ou não ao racionamento em 2001/2002, no governo tucano de FH. Editorial O Globo
Gostaria o consumidor de energia - 100% da população - de contar com um sistema confiável e bem supervisionado. É o que parece não haver: supervisão. Fica estabelecido que são inverossímeis várias das alegadas explicações para o corte da transmissão da energia gerada em Itaipu e sobre o apagão carioca. O efeito devastador de raios pode ser comparado à elevação do consumo de eletricidade em função do calor, em Ipanema e Leblon, no rol de justificativas de autoridades brasilienses e da Light, concessionária responsável pelo abastecimento do Rio. Ora, não é novidade a ocorrência de tempestades no Sul e no Sudeste do país, nem tampouco que a temperatura sobe na cidade nesta época do ano.
Como também não é plausível que só agora os abastados moradores daquela faixa da Zona Sul carioca tenham ido ao comércio para equipar as residências com eletrodomésticos, atraídos pela redução do IPI. E, ao ligar os aparelhos na tomada, surpreenderam a Light.
Não faz sentido. Plausível é considerar que o esvaziamento das agências reguladoras, política seguida com persistência pelo governo Lula, interessado em concentrar poderes no Executivo federal, impediu que a Aneel (agência do setor elétrico) pudesse agir preventivamente: se faltavam investimentos ou se eles estavam mal dirigidos, que as empresas, estatais e privadas, corrigissem as falhas, a tempo de evitar apagões. Eles provam que algo não funcionou neste circuito.
Recordemo-nos que, no ano passado, segundo o site Contas Abertas, 75% do orçamento das agências foram congelados, um indicador da prioridade que o Planalto concede a este moderno mecanismo de administração pública. Sem dinheiro e, em certos casos, aparelhadas por companheiros e apaniguados de partidos políticos aliados, agências fingem que regulam, e concessionárias, que são reguladas.
Agora, à luz de velas e lanternas, pode-se dar um balanço das perdas para o país decorrentes da centralização de poder no setor elétrico e na sua conversão em território à disposição da fisiologia política.
Gostaria o consumidor de energia - 100% da população - de contar com um sistema confiável e bem supervisionado. É o que parece não haver: supervisão. Fica estabelecido que são inverossímeis várias das alegadas explicações para o corte da transmissão da energia gerada em Itaipu e sobre o apagão carioca. O efeito devastador de raios pode ser comparado à elevação do consumo de eletricidade em função do calor, em Ipanema e Leblon, no rol de justificativas de autoridades brasilienses e da Light, concessionária responsável pelo abastecimento do Rio. Ora, não é novidade a ocorrência de tempestades no Sul e no Sudeste do país, nem tampouco que a temperatura sobe na cidade nesta época do ano.
Como também não é plausível que só agora os abastados moradores daquela faixa da Zona Sul carioca tenham ido ao comércio para equipar as residências com eletrodomésticos, atraídos pela redução do IPI. E, ao ligar os aparelhos na tomada, surpreenderam a Light.
Não faz sentido. Plausível é considerar que o esvaziamento das agências reguladoras, política seguida com persistência pelo governo Lula, interessado em concentrar poderes no Executivo federal, impediu que a Aneel (agência do setor elétrico) pudesse agir preventivamente: se faltavam investimentos ou se eles estavam mal dirigidos, que as empresas, estatais e privadas, corrigissem as falhas, a tempo de evitar apagões. Eles provam que algo não funcionou neste circuito.
Recordemo-nos que, no ano passado, segundo o site Contas Abertas, 75% do orçamento das agências foram congelados, um indicador da prioridade que o Planalto concede a este moderno mecanismo de administração pública. Sem dinheiro e, em certos casos, aparelhadas por companheiros e apaniguados de partidos políticos aliados, agências fingem que regulam, e concessionárias, que são reguladas.
Agora, à luz de velas e lanternas, pode-se dar um balanço das perdas para o país decorrentes da centralização de poder no setor elétrico e na sua conversão em território à disposição da fisiologia política.
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