A meteórica passagem pelo Brasil do tirano iraniano, inimigo das liberdades democráticas que permeiam a sociedade brasileira, foi retratada de forma distorcida. Muita luz nos abraços oficiais, e uma sombra sobre fatos, da maior relevância, que aconteceram alguns dias antes da visita de Ahmadinejad.
Refiro-me à desesperada mensagem deixada pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, no encontro com o presidente Lula.
Abbas condenou veementemente Ahmadinejad, Hammas e todo tipo de terrorismo, numa reunião com a comunidade judaica da Bahia, cujo anfitrião foi o governador judeu-brasileiro Jaques Wagner. Pediu a interferência do presidente Lula, junto a Ahmadinejad, para criticar o financiamento iraniano ao Hammas, grupo fundamentalista que fomenta o terrorismo. Por Osias Wurman
Acrescentou que realiza tratativas com o presidente de Israel, Shimon Peres, e que acredita na negociação como instrumento para a paz. Relatou que faz reuniões com comunidades judaicas em todo mundo, pois acredita que mais de 70% do povo israelense e do povo palestino querem a paz. Estes fatos e afirmações relevantes de Abbas não mereceram destaque no noticiário oficial.
Parece também que, em Brasília, não tiveram efeito prático.
A recente votação promovida pela Agência Internacional de Energia Atômica mostra a posição de nosso governo.
O Irã foi condenado por 25 das nações, incluindo seus parceiros comerciais chineses e russos. Obteve três votos a favor, de Cuba, Malásia e Venezuela.
E seis nações se abstiveram, incluindo o Brasil. Abster-se de condenar é, na prática, lavar as mãos. Quem não decide cala; e quem cala consente. Horas depois da votação na AIEA, o governo iraniano já desdenhava ameaçadoramente, anunciando o início de construção de mais 10 instalações com centrífugas para enriquecer urânio.
Assim é o governo do Irã, que espelha o espírito belicista e vingativo de seu líder Ahmadinejad. Inocentes os que ainda nutrem qualquer tipo de simpatia ou esperança pacifista no regime que oprime, discrimina e elimina a mídia não oficial, mulheres rebeldes, homossexuais e minorias religiosas.
Os apelos de Mahmoud Abbas, o único parceiro palestino com credibilidade e boa vontade para negociar a paz, parece que não tiveram efeito prático, ou imediato, nos corredores de Brasília. Esperamos que suas palavras e apelos, junto ao presidente Lula, não tenham caído como letras mortas ou palavras ao vento. Quem está pela paz deve isolar Ahmadinejad e ficar com Abbas. Opinião O Globo - OSIAS WURMAN é jornalista e cônsul honorário de Israel no Rio de Janeiro.
BRASIL DEFENDE NA ONU DIÁLOGO COM CORÉIA DO NORTE
O Brasil defendeu ontem o diálogo com a Coreia do Norte como melhor forma de fazer avançar os direitos humanos em um dos países mais isolados do mundo. Ontem, o governo norte-coreano foi criticado sobre a situação dos direitos humanos em seu país, na primeira avaliação completa feita pela ONU sobre o regime de Pyongyang.
A intervenção brasileira, por meio da embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo,foi marcada pela busca de não entrar em confrontação. No início do ano, o Brasil abriu uma embaixada no país e optou por não votar a favor de uma resolução na ONU patrocinada pelo Japão que condenava a Coreia do Norte por violações aos direitos humanos. A prática de buscar o diálogo com alguns dos regimes mais fechados do mundo - entre eles o Irã - valeu ao Brasil críticas por parte de entidades internacionais, como Anistia Internacional e Human Rights Watch. Por Jamil Chade, Correspondente em Genebra - O Estado de S. Paulo
Refiro-me à desesperada mensagem deixada pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, no encontro com o presidente Lula.
Abbas condenou veementemente Ahmadinejad, Hammas e todo tipo de terrorismo, numa reunião com a comunidade judaica da Bahia, cujo anfitrião foi o governador judeu-brasileiro Jaques Wagner. Pediu a interferência do presidente Lula, junto a Ahmadinejad, para criticar o financiamento iraniano ao Hammas, grupo fundamentalista que fomenta o terrorismo. Por Osias Wurman
Acrescentou que realiza tratativas com o presidente de Israel, Shimon Peres, e que acredita na negociação como instrumento para a paz. Relatou que faz reuniões com comunidades judaicas em todo mundo, pois acredita que mais de 70% do povo israelense e do povo palestino querem a paz. Estes fatos e afirmações relevantes de Abbas não mereceram destaque no noticiário oficial.
Parece também que, em Brasília, não tiveram efeito prático.
A recente votação promovida pela Agência Internacional de Energia Atômica mostra a posição de nosso governo.
O Irã foi condenado por 25 das nações, incluindo seus parceiros comerciais chineses e russos. Obteve três votos a favor, de Cuba, Malásia e Venezuela.
E seis nações se abstiveram, incluindo o Brasil. Abster-se de condenar é, na prática, lavar as mãos. Quem não decide cala; e quem cala consente. Horas depois da votação na AIEA, o governo iraniano já desdenhava ameaçadoramente, anunciando o início de construção de mais 10 instalações com centrífugas para enriquecer urânio.
Assim é o governo do Irã, que espelha o espírito belicista e vingativo de seu líder Ahmadinejad. Inocentes os que ainda nutrem qualquer tipo de simpatia ou esperança pacifista no regime que oprime, discrimina e elimina a mídia não oficial, mulheres rebeldes, homossexuais e minorias religiosas.
Os apelos de Mahmoud Abbas, o único parceiro palestino com credibilidade e boa vontade para negociar a paz, parece que não tiveram efeito prático, ou imediato, nos corredores de Brasília. Esperamos que suas palavras e apelos, junto ao presidente Lula, não tenham caído como letras mortas ou palavras ao vento. Quem está pela paz deve isolar Ahmadinejad e ficar com Abbas. Opinião O Globo - OSIAS WURMAN é jornalista e cônsul honorário de Israel no Rio de Janeiro.
BRASIL DEFENDE NA ONU DIÁLOGO COM CORÉIA DO NORTE
O Brasil defendeu ontem o diálogo com a Coreia do Norte como melhor forma de fazer avançar os direitos humanos em um dos países mais isolados do mundo. Ontem, o governo norte-coreano foi criticado sobre a situação dos direitos humanos em seu país, na primeira avaliação completa feita pela ONU sobre o regime de Pyongyang.
A intervenção brasileira, por meio da embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo,foi marcada pela busca de não entrar em confrontação. No início do ano, o Brasil abriu uma embaixada no país e optou por não votar a favor de uma resolução na ONU patrocinada pelo Japão que condenava a Coreia do Norte por violações aos direitos humanos. A prática de buscar o diálogo com alguns dos regimes mais fechados do mundo - entre eles o Irã - valeu ao Brasil críticas por parte de entidades internacionais, como Anistia Internacional e Human Rights Watch. Por Jamil Chade, Correspondente em Genebra - O Estado de S. Paulo
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