
O Congresso paraguaio seguirá negando o ingresso de Venezuela ao bloco Mercosul enquanto o presidente Hugo Chávez seguir intervindo em assuntos de outros países, disse nessa quarta-feira o titular do Senado, um dia depois dos senadores brasileiros aprovarem sua inclusão.
Depois de ontem, terça-feira, de o Congresso do Brasil aprovar o protocolo de adesão do país caribenho, só fica pendente a aceitação do Paraguai para que a Venezuela passe a ser membro pleno do bloco, integrado também pela Argentina e Uruguai.
“Não existe aqui nenhum ambiente para aprovar o ingresso de Chávez no Mercosul”, disse a jornalistas o presidente do Senado e do Congresso, Miguel Carrizosa, do partido centro direita Pátria Querida.
“Não se trata da Venezuela e dos irmãos venezuelanos; os queremos muito, porém eles têm um presidente atualmente que intervém em assuntos internos dos demais países”, afirmou.
Chávez foi muito criticado meses atrás por legisladores paraguaios da oposição, que têm maioria nas câmaras, depois de declarar que a direita gestava um plano para destituir seu colega paraguaio Fernando Lugo.
A Chancelaria paraguaia retirou em agosto o pedido de acordo para o ingresso da Venezuela com o fim de evitar sua rejeição na Câmara alta, que poderia descompor as boas relações entre ambos os países. Venezuela é atualmente o principal provedor de combustível do Paraguai.
“Creio que no Paraguai, Chávez vai ter que esperar um bom tempo, ou teremos que ver outro Chávez, quem sabe mude (...) Nós não vamos exigir que ele mude, mas que não nos exijam que baixemos a cabeça e digamos sim a tudo que ele está fazendo”, concluio Carrizosa.
Um senador oficialista disse que o debate sobre a incorporação da Venezuela poderia ser retomado em março, quando finalizar o recesso parlamentar que se inicia nos próximos dias.
“(o recesso parlamentar) nos dá tempo para trabalhar e conscientizar os colegas da importância do ingresso de Venezuela no Mercosul”, disse o senador Alberto Grillón, quem se encarregou do projeto na comissão de Relações Exteriores do Senado. Reuters via Notícias24 – Tradução de Arthur para o MOVCC
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