Brasil se afasta das nações democráticas

ALTO PREÇO

Recentemente o Irã testou uma versão mais veloz e precisa de um míssil capaz de atingir Israel, países do Sudoeste da Europa e bases americanas no Golfo Pérsico.

Esse é mais um sinal do terreno perigoso que a diplomacia brasileira pisa ao aproximar-se de Teerã, num momento em que a tensão daquele país com o Ocidente aumenta de tom. Antes disso, o Conselho da Agência Internacional de Energia Atômica já havia condenado o Irã por seu polêmico programa nuclear e pela recusa a permitir ampla inspeção internacional em suas instalações atômicas. Por Waldemar Zveiter

Dos 35 países da atual junta de governadores daquela agência internacional, 25 apoiaram resolução proposta pela Alemanha que exigia de Teerã a garantia de que o Irã não manterá em funcionamento nenhuma instalação nuclear não declarada. Venezuela, Malásia e Cuba votaram contra o documento. O Azerbaijão não estava representado. Ao abster-se, o Brasil aliou-se ao Afeganistão, ao Paquistão, ao Egito, à Turquia e à África do Sul.

Afinal, o que quer a diplomacia brasileira com essa atitude e ao receber com pompa e cerimônia o presidente do Irã, quando EUA, Israel e os principais países da Europa protestam contra a escalada militar e ameaçam aumentar as sanções econômicas contra ele? Se o objetivo é atropelar os esforços dos EUA e outras potências ocidentais para frear o programa de armas nucleares do Irã, certamente o caminho é esse.

O que faz o presidente Lula legitimar a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad na primeira hora, quando milhares de cidadãos iranianos eram violentamente reprimidos, com centenas de presos e cinco condenados à morte por denunciarem fraudes comprovadas em todo o país? As relações do Brasil com os Estados Unidos já estavam tensas depois que o governo brasileiro criticou a atuação dos americanos na crise de Honduras e o aumento da presença militar na Colômbia. Se a intenção é esfriar as relações com Washington e arranhar a crescente reputação brasileira como poder global, essas atitudes não poderiam ser mais adequadas.

Ahmadinejad veio ao Brasil e disse que sua intenção é fortalecer a paz.

Mas na verdade ele é um radical, que já manifestou publicamente sua intenção de “varrer Israel do mapa”. Há quem argumente que a aproximação da diplomacia brasileira com o Irã e o alinhamento com outros países que se contrapõem às grandes democracias ocidentais sejam uma estratégia para conquistar um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Sem dúvida, a pergunta que se põe é: não seria muito alto o custo político de voltar as costas para as principais potências ocidentais e legitimar uma figura política como Ahmadinejad? Se real, o suposto objetivo junto à ONU pode ser frustrado, além de muito provavelmente afastar o Brasil do grupo nas nações democráticas. O Globo

Um comentário:

Marisa Cruz disse...

Talvez este governo apoie o presidente do Irã por tambem desejar varrer do Brasil a elite, os brancos de olhos azuis e por aí vai.