AERONÁÚTICA DEFENDE COMPRA DE CAÇA SUECO
Além de custar metade de um Rafale, seu custo operacional é 65% menor que o da aeronave francesa, a preferida do Lula e Jobim, que a FAB listou como última opção para aquisição.
A Força Aérea Brasileira (FAB) concluiu seu relatório técnico sobre a concorrência para a aquisição de caças e defendeu a compra do modelo sueco Gripen NG, da Saab — em detrimento da “opção política” do governo federal pelo Rafale francês. Para a FAB, o avião é o ideal para a realidade brasileira. Pesaram o menor custo e a garantia de participação da indústria nacional no processo de desenvolvimento tecnológico. Por Leila Suwwan
O vazamento da decisão aumenta a pressão sobre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, um dos defensores do avião francês. Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva dar a palavra final sobre a compra em ano eleitoral.
Relatório cita caça dos EUA como segunda opção O relatório técnico da FAB ainda não foi apresentado oficialmente, mas sua conclusão foi antecipada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada por fontes do setor. Ao contrário do que foi preconizado pelo Ministério da Defesa, a FAB não modificou o processo de concorrência e elaborou um ranking, que deixou o Rafale em terceiro lugar — atrás do Gripen e do F18 (Superhornet) da Boeing.
Durante as celebrações do 7 de Setembro ano passado, ao lado do presidente francês Nicolas Sarkozy, Lula anunciou que compraria os Rafales da francesa Dassault. Desde então, a FAB silenciou e tentou negociar a questão extraoficialmente com Jobim. A divulgação da conclusão da Aeronáutica, contrária ao que o governo defendia, aconteceu duas semanas após a crise em que os militares manifestaram descontentamento com a decisão do governo de enviar ao Congresso projeto que prevê a criação de uma comissão para investigar a prática de tortura durante a ditadura.
No quesito preço, o Gripen NG abriu grande margem de vantagem por ser uma aeronave mais leve, com apenas um motor. Além de custar metade de um Rafale, seu custo operacional é calculado em US$ 4 mil/hora de voo, comparado com cerca de US$ 14 mil do concorrente.
Na FAB, historicamente assolada por cortes orçamentários, pesou esse fator. A compra dos 36 caças é estimada em cerca de US$ 5 bilhões, com 20% de pagamento à vista.
A comissão da Aeronáutica priorizou a proposta de desenvolvimento conjunto da integração de sistemas e componentes de fornecedores, mais vantajosa para a indústria nacional do que a transferência de tecnologia de um produto pronto. No caso do Rafale, a fabricação é fortemente verticalizada, restando às empresas brasileiras pouca margem para desenvolver tecnologia.
Decisão pode ficar para depois das eleições A Saab ofereceu à Embraer 40% de participação nos projetos de desenvolvimento de sistemas do Gripen NG, além de uma espécie de joint-venture no marketing nas próximas concorrências internacionais.
Além disso, ainda que o Brasil opte por outro avião, a empresa Akaer, de São José dos Campos (SP), foi contratada para projetar e fornecer partes da fuselagem do novo caça.
Sem descartar a possibilidade de que a decisão fique para depois das eleições, como ocorreu no fim da gestão Fernando Henrique Cardoso, o Planalto deve escolher entre manter a decisão pró-França ou acompanhar a escolha da FAB, com uma compensação diplomática à França. As assessorias da Defesa e Aeronáutica informaram que Jobim e o comandante Juniti Saito estão de férias. O Globo
RELATÓRIO EXPÕE ERRO DE LULA, DIZ OPOSIÇÃO
O resultado do relatório técnico da FAB a favor dos caças suecos gerou críticas da oposição à atitude do presidente Lula, que prefere o acordo com os franceses. Já a base aliada ao governo diz defender uma posição mais política em detrimento de escolha baseada em quesitos técnicos e financeiros.
O relatório, dizem oposicionistas, comprova que Lula fez "trapalhada" ao anunciar o acordo com a França em setembro. "É preciso respeitar a análise técnica e econômica. A questão política tem que ter menos peso", diz o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) lembra ainda que o Brasil já fechou grandes negócios com a França e que a relação entre ambos não será estremecida caso Lula siga o relatório.
Já na opinião de governistas, o principal é respeitar a atitude política. "Ver simplesmente qual o caça mais barato é mesquinharia. Qualquer escolha será eminentemente política", diz o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Por Maria Clara Cabral, Folha de S. Paulo
Além de custar metade de um Rafale, seu custo operacional é 65% menor que o da aeronave francesa, a preferida do Lula e Jobim, que a FAB listou como última opção para aquisição.
A Força Aérea Brasileira (FAB) concluiu seu relatório técnico sobre a concorrência para a aquisição de caças e defendeu a compra do modelo sueco Gripen NG, da Saab — em detrimento da “opção política” do governo federal pelo Rafale francês. Para a FAB, o avião é o ideal para a realidade brasileira. Pesaram o menor custo e a garantia de participação da indústria nacional no processo de desenvolvimento tecnológico. Por Leila Suwwan
O vazamento da decisão aumenta a pressão sobre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, um dos defensores do avião francês. Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva dar a palavra final sobre a compra em ano eleitoral.
Relatório cita caça dos EUA como segunda opção O relatório técnico da FAB ainda não foi apresentado oficialmente, mas sua conclusão foi antecipada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada por fontes do setor. Ao contrário do que foi preconizado pelo Ministério da Defesa, a FAB não modificou o processo de concorrência e elaborou um ranking, que deixou o Rafale em terceiro lugar — atrás do Gripen e do F18 (Superhornet) da Boeing.
Durante as celebrações do 7 de Setembro ano passado, ao lado do presidente francês Nicolas Sarkozy, Lula anunciou que compraria os Rafales da francesa Dassault. Desde então, a FAB silenciou e tentou negociar a questão extraoficialmente com Jobim. A divulgação da conclusão da Aeronáutica, contrária ao que o governo defendia, aconteceu duas semanas após a crise em que os militares manifestaram descontentamento com a decisão do governo de enviar ao Congresso projeto que prevê a criação de uma comissão para investigar a prática de tortura durante a ditadura.
No quesito preço, o Gripen NG abriu grande margem de vantagem por ser uma aeronave mais leve, com apenas um motor. Além de custar metade de um Rafale, seu custo operacional é calculado em US$ 4 mil/hora de voo, comparado com cerca de US$ 14 mil do concorrente.
Na FAB, historicamente assolada por cortes orçamentários, pesou esse fator. A compra dos 36 caças é estimada em cerca de US$ 5 bilhões, com 20% de pagamento à vista.
A comissão da Aeronáutica priorizou a proposta de desenvolvimento conjunto da integração de sistemas e componentes de fornecedores, mais vantajosa para a indústria nacional do que a transferência de tecnologia de um produto pronto. No caso do Rafale, a fabricação é fortemente verticalizada, restando às empresas brasileiras pouca margem para desenvolver tecnologia.
Decisão pode ficar para depois das eleições A Saab ofereceu à Embraer 40% de participação nos projetos de desenvolvimento de sistemas do Gripen NG, além de uma espécie de joint-venture no marketing nas próximas concorrências internacionais.
Além disso, ainda que o Brasil opte por outro avião, a empresa Akaer, de São José dos Campos (SP), foi contratada para projetar e fornecer partes da fuselagem do novo caça.
Sem descartar a possibilidade de que a decisão fique para depois das eleições, como ocorreu no fim da gestão Fernando Henrique Cardoso, o Planalto deve escolher entre manter a decisão pró-França ou acompanhar a escolha da FAB, com uma compensação diplomática à França. As assessorias da Defesa e Aeronáutica informaram que Jobim e o comandante Juniti Saito estão de férias. O Globo
RELATÓRIO EXPÕE ERRO DE LULA, DIZ OPOSIÇÃO
O resultado do relatório técnico da FAB a favor dos caças suecos gerou críticas da oposição à atitude do presidente Lula, que prefere o acordo com os franceses. Já a base aliada ao governo diz defender uma posição mais política em detrimento de escolha baseada em quesitos técnicos e financeiros.
O relatório, dizem oposicionistas, comprova que Lula fez "trapalhada" ao anunciar o acordo com a França em setembro. "É preciso respeitar a análise técnica e econômica. A questão política tem que ter menos peso", diz o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) lembra ainda que o Brasil já fechou grandes negócios com a França e que a relação entre ambos não será estremecida caso Lula siga o relatório.
Já na opinião de governistas, o principal é respeitar a atitude política. "Ver simplesmente qual o caça mais barato é mesquinharia. Qualquer escolha será eminentemente política", diz o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Por Maria Clara Cabral, Folha de S. Paulo
Um comentário:
CORRUPÇÃO NA COMPRA DOS RAFALES É COMPROVÁVEL!!!
Publicada em:10/01/2010
QUANTO VALE UM RAFALE?
Brasília (DF) - Ora, veja só: entramos em 2010, onde a modernidade toma conta de tudo – dos aparelhos eletrônicos
à legalização do casamento gay, só para descobrirmos que a corrupção é saudosista. Nada como os velhos métodos para se continuar surrupiando dinheiro que todos nós suamos para pagar de impostos neste fazendão sem lei.
às compras para a força aérea do fazendão. É bem verdade que nesse saudosismo há um componente de segurança – por que mudar os métodos se eles sempre deram certo? – mas, para quem vive a realidade eletrônica de 2010 que filma e dissemina até dinheiro guardado nas meias, é possível constatar a obsolescência do ritual.
Estamos em 2010, num mundo globalizado infinitamente mais
complexo do que aquele que justificou, outrora, uma força aérea de potencial desequilibrador decisivo. O fazendão vive, na prática, em plena era da informação – muito mais valiosa, perigosa, fundamental, influente do que qualquer outra arma.
Mas os corruptos nem querem saber disso. Ainda há espaço para ganhar dinheiro
“in the old-fashioned way”, claro. E o que eles fazem? Adotam o velho ritual da licitação internacional que demora para
sempre mas que, no fundo, já tem ganhador decidido. Rola até o esforço manco de promoção do ano do Brasil na França e
do ano da França no Brasil, além do anúncio de “homem do ano” para o perpetrador-mor da maracutaia, como se ninguém
percebesse o que está acontecendo.
Acontece que esse tipo de picaretagem simplória (mas eficiente) funcionava no passado, quando não havia internet,
a troca de informações não se dava em tempo real e não incluía o público em geral. Agora, a coisa fica bem mais complicada e
as perguntas – sempre incômodas – vão surgindo sem cessar.
Por exemplo: por que o Brasil já acertou a compra de 36 caças Rafale franceses por 5 bilhões e 800 milhões de dólares
(10 bilhões de reais no câmbio atual)? Cada avião sai por volta de 162 milhões de dólares.. É uma nota preta.
Agora… por que a India, coleguinha do BRIC, que rejeitou ainda no estágio de
avaliação técnica a compra de 126 (cento e vinte e seis, você leu direitinho) caças Rafale,
pagaria iguais 10 bilhões de dólares?
Para a India, cada aviãozinho (“Não é aviãozinho, mamãe, é um Rafale!”, diria a versão 2010 do comercial do Danoninho)
custaria cerca de 80 milhões de dólares. Opa! Êpa! Sobram pouco mais de 80 milhões de dólares por cada avião – que,
nessa equação, são capazes, por exemplo, de transformar a espetaculosa avenida Água Espraiada num simples beco.
Mais sobre essa água suja que sobra pra todo lado numa notícia velha, disponível no link http://bit.ly/8rOkEh.
Afinal de contas, é preciso resgatar a memória nacional.br>
Em ano eleitoral, onde a situação pretende fazer com que a população do fazendão engula uma ex-terrorista e
atual falsificadora de diplomas universitários (que, no item “experiência administrativa” de sua folha corrida,
nem síndica de prédio foi) como presidente, à frente de um estado bolivariano-chavista defensor dos “direitos humanos”,
esse é, sem sombra de dúvida, um santo dinheirinho. Para quem não nasceu ontem, fica dolorosamente óbvio que
a corrupção – essa doença crônica que infecta os governos do Brasil há décadas – está, mais uma vez, desempenhando
um papel muito forte nessa negociação.
Em tempo: o que falta(va) de memória (ou mesmo de interesse) aos brasileiros que ainda se interessam pelo futuro de
seu país, nessa luta inglória contra a corrupção, sobra no Google. Foi lá que se encontrou a informação (êta palavra perigosa,
essa!) veiculada numa agência indiana de notícias (em inglês) sobre a rejeição aos caças franceses. A notícia é datada de
16 de abril de 2009 – muito antes, portanto, da confusão instaurada por essas bandas.
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