DO ITAMARATY, NENHUMA PALAVRA
O Brasil não vê razão para manifestar-se diante dos ataques do chavismo à imprensa. Para a ministra Dilma Rousseff, Chávez "faz isso em função da problemática dele".
Não é bem assim: O Fórum Social, em Porto Alegre, está servindo aos radicais petistas (ver no tópico abaixo) para expressarem seu apoio ao regime autoritário de Chávez. Os mesmos que defendem o tal programa dos “direitos dos manos” do governo lulista - o PNDH3 - estão usando aquele palco para tentar justificar a repressão chavista e o uso da violência contra todos os que se opõe ao “direito” do incompetente Chávez, de se candidatar indefinidamente. Na foto, o resultado do tratamento da polícia pretoriana chavista a um estudante que saiu na rua para protestar. Por Arthur/Gabriela
Editorial da Folha: Proibida de transmitir seu sinal aberto em 2007, a rede televisiva RCTV, de perfil crítico ao atual governo da Venezuela, teve agora o seu canal a cabo também suspenso, no último domingo.
Outras cinco emissoras foram retiradas das grades de programação no mesmo dia, por ordem do Executivo venezuelano, acusadas de descumprir a obrigação de retransmitirem "mensagens do governo".
De nada adiantou a Rádio Caracas Televisão recorrer judicialmente da obrigação de fornecer um palanque a mais ao presidente Hugo Chávez. Antes mesmo de haver decisão judicial, o corte do sinal foi imposto pelo governo da Venezuela.
O gesto autoritário, recorrente sob Chávez, reflete também as circunstâncias atuais de seu governo. A recessão econômica, a inflação crescente e a "cubanização" de serviços básicos -o país convive com racionamentos de água e energia- cobram seu preço político. Enquanto, no início de 2009, a aprovação popular do governo alcançava 60%, ao final do ano o apoio caíra para menos da metade da população.
Acuado, Chávez tenta limitar a atuação da mídia, pois, num país de instituições carcomidas e cooptadas, o que sustenta o regime é sua ligação direta com as massas - para o que a imprensa livre é sempre um entrave. É nesse objetivo que se inserem seus longos discursos, a tentativa de impô-los a todos os meios televisivos e também seu histrionismo. Sempre que ameaçado, Chávez lança mão desses recursos para agitar e polarizar o país, com resultados às vezes trágicos. Desde anteontem, protestos favoráveis e contrários ao presidente já levaram à morte de dois estudantes.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, criticou a suspensão da transmissão dos canais de TV. Os governos dos Estados Unidos e da França também condenaram o cerceamento do direito à informação.
Do Itamaraty, nenhuma palavra. Após os surtos de exaltação em Honduras, o Brasil não vê razão para manifestar-se diante dos ataques do chavismo à imprensa. Para a ministra Dilma Rousseff, Chávez "faz isso em função da problemática dele". E a "problemática" do governo Lula é adotar padrões opostos de reação, conforme sua proximidade ideológica com o agressor.
“VENEZUELA É EXEMPLO DO QUE NÃO FAZER”
O que chama atenção do governo, em Brasília: além das ruas, há problemas também dentro do governo do tenente-coronel paraquedista Hugo Chávez. Pobre de Simon Bolívar. Caiu o preço do petróleo, parece estar caindo o que mantinha a fantasia de um presidente arrogante e autoritário.
Inflação mais alta das Américas, queda na produção, governo metendo os pés pelas mãos na economia e detestando, cada vez mais, a liberdade de expressão e de informação. Não há como não comparar com o outro extremo, o Chile.
O recém-eleito, Sebastián Piñera, anunciou que a primeira visita externa, após a posse em 11 de março, será ao presidente Lula. Brasil, Colômbia e Peru se caracterizam, na região, por políticas econômicas pragmáticas, sensatas.
Bem diferente de Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina. No Chile, a política econômica é a mesma há mais de três décadas. Os 20 anos de governo de coalizão centro-esquerda mantiveram a chamada política liberal introduzida no governo Pinochet, assim como Lula teve a humildade e a sensatez de manter a política econômica anterior - com o que obteve resultados ainda melhores.
Mas o Chile é a estrela da região, caso típico de crescimento sustentado. O juro deste ano será 2,5% ao ano. A dívida pública é 4,3% do Produto Interno Bruto. A do Brasil está em 44% do PIB.
Piñera tem por objetivo conciliar avanços sociais com política econômica liberal. É modelo de o que fazer e como fazer. A Venezuela é o modelo de o que não fazer, o que se evitar, em um continente com recrudescimento de populismo, demagogia, autoritarismo e falso socialismo. Por Alexandre Garcia – BOMDIABRASIL – Globo
O Brasil não vê razão para manifestar-se diante dos ataques do chavismo à imprensa. Para a ministra Dilma Rousseff, Chávez "faz isso em função da problemática dele".
Não é bem assim: O Fórum Social, em Porto Alegre, está servindo aos radicais petistas (ver no tópico abaixo) para expressarem seu apoio ao regime autoritário de Chávez. Os mesmos que defendem o tal programa dos “direitos dos manos” do governo lulista - o PNDH3 - estão usando aquele palco para tentar justificar a repressão chavista e o uso da violência contra todos os que se opõe ao “direito” do incompetente Chávez, de se candidatar indefinidamente. Na foto, o resultado do tratamento da polícia pretoriana chavista a um estudante que saiu na rua para protestar. Por Arthur/Gabriela
Editorial da Folha: Proibida de transmitir seu sinal aberto em 2007, a rede televisiva RCTV, de perfil crítico ao atual governo da Venezuela, teve agora o seu canal a cabo também suspenso, no último domingo.
Outras cinco emissoras foram retiradas das grades de programação no mesmo dia, por ordem do Executivo venezuelano, acusadas de descumprir a obrigação de retransmitirem "mensagens do governo".
De nada adiantou a Rádio Caracas Televisão recorrer judicialmente da obrigação de fornecer um palanque a mais ao presidente Hugo Chávez. Antes mesmo de haver decisão judicial, o corte do sinal foi imposto pelo governo da Venezuela.
O gesto autoritário, recorrente sob Chávez, reflete também as circunstâncias atuais de seu governo. A recessão econômica, a inflação crescente e a "cubanização" de serviços básicos -o país convive com racionamentos de água e energia- cobram seu preço político. Enquanto, no início de 2009, a aprovação popular do governo alcançava 60%, ao final do ano o apoio caíra para menos da metade da população.
Acuado, Chávez tenta limitar a atuação da mídia, pois, num país de instituições carcomidas e cooptadas, o que sustenta o regime é sua ligação direta com as massas - para o que a imprensa livre é sempre um entrave. É nesse objetivo que se inserem seus longos discursos, a tentativa de impô-los a todos os meios televisivos e também seu histrionismo. Sempre que ameaçado, Chávez lança mão desses recursos para agitar e polarizar o país, com resultados às vezes trágicos. Desde anteontem, protestos favoráveis e contrários ao presidente já levaram à morte de dois estudantes.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, criticou a suspensão da transmissão dos canais de TV. Os governos dos Estados Unidos e da França também condenaram o cerceamento do direito à informação.
Do Itamaraty, nenhuma palavra. Após os surtos de exaltação em Honduras, o Brasil não vê razão para manifestar-se diante dos ataques do chavismo à imprensa. Para a ministra Dilma Rousseff, Chávez "faz isso em função da problemática dele". E a "problemática" do governo Lula é adotar padrões opostos de reação, conforme sua proximidade ideológica com o agressor.
“VENEZUELA É EXEMPLO DO QUE NÃO FAZER”
O que chama atenção do governo, em Brasília: além das ruas, há problemas também dentro do governo do tenente-coronel paraquedista Hugo Chávez. Pobre de Simon Bolívar. Caiu o preço do petróleo, parece estar caindo o que mantinha a fantasia de um presidente arrogante e autoritário.
Inflação mais alta das Américas, queda na produção, governo metendo os pés pelas mãos na economia e detestando, cada vez mais, a liberdade de expressão e de informação. Não há como não comparar com o outro extremo, o Chile.
O recém-eleito, Sebastián Piñera, anunciou que a primeira visita externa, após a posse em 11 de março, será ao presidente Lula. Brasil, Colômbia e Peru se caracterizam, na região, por políticas econômicas pragmáticas, sensatas.
Bem diferente de Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina. No Chile, a política econômica é a mesma há mais de três décadas. Os 20 anos de governo de coalizão centro-esquerda mantiveram a chamada política liberal introduzida no governo Pinochet, assim como Lula teve a humildade e a sensatez de manter a política econômica anterior - com o que obteve resultados ainda melhores.
Mas o Chile é a estrela da região, caso típico de crescimento sustentado. O juro deste ano será 2,5% ao ano. A dívida pública é 4,3% do Produto Interno Bruto. A do Brasil está em 44% do PIB.
Piñera tem por objetivo conciliar avanços sociais com política econômica liberal. É modelo de o que fazer e como fazer. A Venezuela é o modelo de o que não fazer, o que se evitar, em um continente com recrudescimento de populismo, demagogia, autoritarismo e falso socialismo. Por Alexandre Garcia – BOMDIABRASIL – Globo
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