O povo chileno quis mesmo votar, simbolicamente, em Pinochet?
O resultado da eleição no Chile consolida o país amigo como modelo de referência em termos de gestão e legislação no continente latino-americano. Esta posição moderna, resultado da competência de seus quadros administrativos e sua política econômica, é uma "herança bendita" dos tempos do presidente Augusto Pinochet, que implantou, como seus colegas de farda brasileiros, uma gestão pública baseada na meritocracia.
Os diferentes governos de centro-esquerda não mexeram no essencial, assim como no Brasil prevalecem até hoje as linhas mestras da abertura econômica implantada no governo Fernando Collor. Pena que o ritmo das realizações na infraestrutura e os critérios de nomeações não tenham seguido, mesmo que parcialmente, a dos militares. Por Aristóteles Drummond
O curioso na eleição de Sebastián Piñera é que seus opositores martelaram ao longo de toda campanha uma suposta ligação dele com o presidente Pinochet, falecido há três anos. O que nos leva a crer que então o povo chileno quis mesmo votar, simbolicamente, em Pinochet.
O máximo do cinismo é que essa esquerda latino-americana, que não para de cobrar punições para os regimes autoritários – embora tenha vivido em função de uma quase tomada do poder pelas forças ligadas à Cuba e à então União Soviética –, nada diz sobre o que se passa no país de Fidel. Nem da miséria alargada na Nicarágua sandinista ou do caos reinante no Chile de Allende. E agora uma cortina de silêncio protege a crise social e econômica da Venezuela, assim como os ataques à liberdade de imprensa e à livre empresa.
A direita, quando apelou para a repressão, o fez em resposta a ações sanguinárias de Tupamaros e outros agrupamentos radicais. Sobre essas ações, o silêncio só é rompido para entregar gordas "compensações" a quem assaltou, sequestrou e matou em nome da "democracia" – que queriam "restabelecer" com ajuda cubana e soviética.
No Brasil, não chegamos ao estágio democrático do Chile. Aqui, prevalece o projeto FHC – pelo qual, segundo ele mesmo, os pleitos desde 1994 são disputados entre nomes de esquerda. Assim, não podemos saber se o brasileiro não gostaria também de manifestar reconhecimento aos militares progressistas e honrados, votando em nome que tivesse a dignidade de defender aqueles anos, maculados pela quase guerra civil provocada por uma juventude manipulada. Esta, aliás, depois de amadurecida, chegou ao poder e não quer saber do que fizeram e defenderam. Só querem passar no caixa do Erário.
O Chile elegeu um homem com todas as condições de fazer um bom governo. Mas, por obra das esquerdas, que tanto falaram e lembraram Pinochet, também elegeram seu ex-presidente depois de morto. Uma Inês de Castro fardada! Diário do Comércio
Aristóteles Drummond é jornalista e vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. ari.drummond@yahoo.com.br
O resultado da eleição no Chile consolida o país amigo como modelo de referência em termos de gestão e legislação no continente latino-americano. Esta posição moderna, resultado da competência de seus quadros administrativos e sua política econômica, é uma "herança bendita" dos tempos do presidente Augusto Pinochet, que implantou, como seus colegas de farda brasileiros, uma gestão pública baseada na meritocracia.
Os diferentes governos de centro-esquerda não mexeram no essencial, assim como no Brasil prevalecem até hoje as linhas mestras da abertura econômica implantada no governo Fernando Collor. Pena que o ritmo das realizações na infraestrutura e os critérios de nomeações não tenham seguido, mesmo que parcialmente, a dos militares. Por Aristóteles Drummond
O curioso na eleição de Sebastián Piñera é que seus opositores martelaram ao longo de toda campanha uma suposta ligação dele com o presidente Pinochet, falecido há três anos. O que nos leva a crer que então o povo chileno quis mesmo votar, simbolicamente, em Pinochet.
O máximo do cinismo é que essa esquerda latino-americana, que não para de cobrar punições para os regimes autoritários – embora tenha vivido em função de uma quase tomada do poder pelas forças ligadas à Cuba e à então União Soviética –, nada diz sobre o que se passa no país de Fidel. Nem da miséria alargada na Nicarágua sandinista ou do caos reinante no Chile de Allende. E agora uma cortina de silêncio protege a crise social e econômica da Venezuela, assim como os ataques à liberdade de imprensa e à livre empresa.
A direita, quando apelou para a repressão, o fez em resposta a ações sanguinárias de Tupamaros e outros agrupamentos radicais. Sobre essas ações, o silêncio só é rompido para entregar gordas "compensações" a quem assaltou, sequestrou e matou em nome da "democracia" – que queriam "restabelecer" com ajuda cubana e soviética.
No Brasil, não chegamos ao estágio democrático do Chile. Aqui, prevalece o projeto FHC – pelo qual, segundo ele mesmo, os pleitos desde 1994 são disputados entre nomes de esquerda. Assim, não podemos saber se o brasileiro não gostaria também de manifestar reconhecimento aos militares progressistas e honrados, votando em nome que tivesse a dignidade de defender aqueles anos, maculados pela quase guerra civil provocada por uma juventude manipulada. Esta, aliás, depois de amadurecida, chegou ao poder e não quer saber do que fizeram e defenderam. Só querem passar no caixa do Erário.
O Chile elegeu um homem com todas as condições de fazer um bom governo. Mas, por obra das esquerdas, que tanto falaram e lembraram Pinochet, também elegeram seu ex-presidente depois de morto. Uma Inês de Castro fardada! Diário do Comércio
Aristóteles Drummond é jornalista e vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. ari.drummond@yahoo.com.br
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