Europeus criticam Brasil por dificultar sanções ao Irã

BRASIL PRESSIONADO POR APOIO AO IRÃ

Diplomatas europeus reclamam, nos bastidores, que a posição brasileira tem dificultado a imposição de novas sanções ao Irã pelo Conselho de Segurança da ONU, informou o jornal francês Le Monde. Segundo a França, seria necessária uma atuação em bloco dos membros do Conselho para que uma resolução seja aprovada. Só a unanimidade colocaria pressão sobre a China, membro permanente e com poder de veto, que não está disposta a apoiar novas sanções. EUA e França renovaram ontem a exigência de punição a Teerã, depois que os iranianos anunciaram planos para enriquecer seu próprio urânio. O Brasil havia assumido a posição de interlocutor entre o Irã e o Ocidente. O Itamaraty ainda defende um acordo para a troca de urânio enriquecido por combustível nuclear com os iranianos, e o chanceler Celso Amorim sugeriu que o Brasil não apoiara novas sanções. Por Jamil Chade, Genebra e Denise Chrispim Marin, Brasília

Diplomatas europeus querem voto unânime por sanções a Teerã no Conselho de Segurança da ONU, do qual País faz parte.

Diplomatas europeus reclamam, nos bastidores, que a posição brasileira tem dificultado a imposição de novas sanções ao Irã pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU. A informação foi divulgada pelo jornal francês Le Monde em sua edição de ontem. Segundo a França, é necessária uma atuação em bloco dos membros do CS para que uma resolução seja aprovada. Só a unanimidade colocaria pressão sobre a China, membro permanente e com poder de veto, que não está disposta a apoiar novas sanções. EUA e França renovaram ontem a exigência de punição a Teerã, depois que os iranianos anunciaram planos para enriquecer seu próprio urânio.


Para ser aprovada, uma resolução precisa de 9 dos 15 votos do Conselho, incluindo os 5 votos dos membros permanentes - a abstenção não é considerada veto. Além do Brasil, que assumiu uma cadeira em janeiro, a Turquia e a Nigéria, países de maioria muçulmana, também membros não-permanentes, tendem a apoiar a continuação das negociações. O Líbano, cujo governo é formado por uma coalizão com o grupo xiita Hezbollah, é outro país que dificilmente votaria em favor de sanções ao Irã.

O Brasil havia assumido a posição de interlocutor entre o Irã e o Ocidente. O Itamaraty ainda defende um acordo para a troca de urânio enriquecido por combustível nuclear com o Irã. A diplomacia europeia, porém, aponta a atitude brasileira como um empecilho à aprovação de novas sanções a Teerã. Paris, Londres e Nova York estariam fazendo gestões para que o Itamaraty reveja sua posição.

RESPOSTA
Na ONU, os franceses indicam que o tema vem sendo tratado entre a diplomacia europeia e a brasileira. O frequente contato entre o chanceler Celso Amorim e os diplomatas iranianos é visto como um canal de diálogo entre o Ocidente e Teerã, mas, para os europeus, o diálogo tem um "limite".

Em Brasília, o Itamaraty reforçou ontem sua posição em favor do diálogo entre o Irã e o Sexteto - EUA, França, Grã-Bretanha, China, Rússia e Alemanha - sobre o acordo de troca de urânio por combustível nuclear. Amorim disse que falou na semana passada com o secretário de Estado da França para Assuntos Europeus, Pierre Lellouche. Segundo o chanceler brasileiro, apesar da posição dura da França sobre o Irã, em nenhum momento ouviu de seu interlocutor que não havia mais espaço para o diálogo.

"Considero que não estão esgotadas as possibilidades de se alcançar uma posição comum entre o Irã e o Sexteto", afirmou Amorim, por meio de sua assessoria de imprensa. A posição indica que o Brasil não apoiará novas sanções no Conselho.

Para o Le Monde, apesar de não ser o único país a defender a continuidade do diálogo, o Brasil está "em primeiro plano" entre os países emergentes com assento rotativo no CS contrários às sanções. "O gigante da América Latina tem uma voz distinta do Ocidente sobre a questão nuclear iraniana", afirmou o jornal. "Ele (o Brasil) quer favorecer o diálogo e julga que pressões são contraproducentes."

O jornal lembra que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, visitou o Brasil quando estava sendo alvo de ataques por ter escondido da ONU um dos locais de enriquecimento de urânio. O jornal destaca os acordos comerciais assinados entre os dois países e a visita a Teerã do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para maio.

Há uma semana, o governo de Ahmadinejad afirmou ao Estado que quer o Brasil como seu "principal aliado político" nas Américas. A declaração foi dada pelo chefe do gabinete, Esfandiar Rahim Mashaie, principal assessor político do presidente.

"O Brasil é um aliado estratégico e temos uma coisa em comum: ambos lutamos pela independência", afirmou Mashaie. "O ponto central da política externa do Brasil é não deixar que ela seja ditada pelos outros."

VAI E VEM DA CRISE
25/09/2009: Irã revela que estava construindo uma usina nuclear secreta na cidade de Qom
1/10/2009: Apresentada proposta de enriquecimento de urânio iraniano na França e na Rússia
20/10/2009: Irã rejeita enviar material para a França
2/11/2009: Teerã exige "mudanças" para comprar combustível nuclear
12/12/2009: Irã aceita trocar urânio, mas segundo seus métodos e calendário
25/12/2009: Teerã propõe troca de material nuclear com Turquia
19/01/2010: Irã rejeita proposta para enviar seu urânio para ser enriquecido no exterior
2/2/2010: Irã se diz disposto a enriquecer seu urânio fora do país
3/2/2010: Agência iraniana de energia atômica inclui Brasil entre países para os quais o Irã aceitaria enviar urânio para enriquecimento
5/2/2010: Irã manifesta confiança de que em breve alcançará um acordo final para o envio de seu urânio ao exterior
7/2/2010: Ahmadinejad ordena que a agência nuclear iraniana comece a produzir urânio altamente enriquecido para usar em equipamentos médicos
8/2/2010: França e Estados Unidos pressionam por sanções mais duras contra Teerã. - O Estado de S. Paulo

6 comentários:

Saramar disse...

Há pouco, comentei no blog do Copista que o lulo-petismo está conduzindo o Brasil por um caminho perigoso, infeliz e voltado para o fracasso.
Enquanto os países cujo governo é responsável, procuram alianças com o avanço e a modernidade, o governo (?) brasileiro, à revelia dos cidadãos, busca aliados entre terroristas e ditadores sanguinários.
Este governo (?), já afirmei antes, não representa o povo brasileiro, por tradição, pacífico.
O povo brasileiro repudia os governantes irresponsáveis cujas atitudes só trazem sofrimento, miséria e atraso para seus governados.
O lulo-petismo, entretanto, visando apenas ao seu projeto de poder baseado em uma esquerda dinossáurica e maldosa, ignora a vontade dos cidadãos, despreza as tradições do povo, fere a alma brasileira, levando o país para o lado dos loucos, dos assassinos, dos ditadores.
E todos se calam, diante desta conduta criminosa.
Lá fora, aos poucos, os outros governantes, mais responsáveis, já estão se dando conta do real significado do ator denominado "lula".

grampo disse...

Lula é um maluco. Deve estar vendendo Urânio para o Irã, como também o fazem a Bolívia e a Venezuela. A PF devia ser mais enérgica com esse governo. As FFAA também.

Zé ninguém disse...

Hã...ele ainda quer uma cadeira permanente na ONU, pode?

Zé ninguém disse...

Essa cadeira, como é cara uma cadeira permanente na ONU, não é pessoal? Quanto que nós já pagamos para consegui-la? Façam as contas, será que o tico e o teco desse energúmeno, estão vivos ainda? Alias, não só um energúmeno, é um bando deles, querendo se apropriar desse Brasil, que trabalha 5 meses para pagar seus impostos. A ONU, deve só aceitar países ricos, em suas reuniões, para que os pobres não precisem deixar seu povo passando dificuldades, para obter uma cadeira permanente. É uma lástima.

Bomba Atômica? Nunca disse...

Já pensaram? O Irã, fabricando bombas atômicas? Claro que não serão tão destrutivas como a que jogaram em Hiroshima e Nagasaki. Serão mini-bombas, que destruirão alguns quarteirões da cidade, mas essa cidade ficará completamente contaminada por sua radiação nuclear. A maioria das pessoas morrerá depois, devido à essa radiação nuclear. E Amorim defende o Irã. Será que Amorim não foi à consulta com seu psiquiatra? Ele deveria ir. E já.

Bomba Atômica? Jamais, disse...

No Brasil, pela Constituição, é proibido mexer com armas atômicas. Sendo proibido, pela Constituição, como é que pode, um ministro brasileiro, ficar do lado do Irã, que quer construir sua primeira bomba atômica? Esse ministro, e os que o apóiam em sua opinião sobre isso, deviam todos ir presos.