SÃO PAULO (Folhapress) - O PSDB vai entrar com uma notícia-crime contra o Instituto Sensus no Ministério Público Eleitoral. Os advogados do partido vão pedir abertura de investigação sobre o instituto de pesquisa por três crimes previstos na legislação eleitoral: divulgação de pesquisa fraudulenta e de dados irregulares, e por obstrução à ação fiscalizatória de partido político.
Cada uma das infrações prevê, caso confirmadas, detenção de seis meses a um ano, e multa. A decisão, que leva para a esfera penal uma polêmica até aqui tratada na área cível, foi tomada após análise de relatório produzido pelo próprio PSDB, que apontou cinco irregularidades em pesquisa divulgada pelo Sensus semana passada, como revelou a Folha ontem.
O levantamento foi encomendado por um sindicato de São Paulo, ligado à Força Sindical, e apontou empate técnico entre os pré-candidatos à Presidência José Serra (32,7%) e Dilma Rousseff (32,4%). Das pesquisas divulgadas até agora, esse foi o resultado mais apertado. No último sábado, o Datafolha mostrou Serra dez pontos percentuais à frente da petista (38% x 28%). Para o advogado Ricardo Penteado, do PSDB, a suposta irregularidade mais grave foi a divergência entre dados informados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelo Sensus e os dados verificados pelo partido após checagem de 2.000 questionários na sede do Sensus, em Belo Horizonte, na última sexta-feira.
Essa discrepância se concentrou no percentual de entrevistados dentro da menor faixa de renda -aqueles que ganham até um salário mínimo. Nos dados passados ao TSE, esses entrevistados representariam 6% do total. No entanto, o PSDB afirma que o valor verificado na fiscalização é 17,7%. A reportagem ligou para o instituto hoje, mas o diretor, Ricardo Guedes, não estava.
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