
Irã seguirá enriquecendo urânio a 20%, diz chefe de agência nuclear
Não há relação entre acordo mediado pelo Brasil e enriquecimento.
Agora, 'bola está na quadra das potências', diz funcionário iraniano.
Do G1, com agências internacionais
O Irã vai continuar suas atividades de enriquecimento de urânio, incluindo a produção de urânio enriquecido a 20%, mesmo depois de ter assinado um acordo de troca de combustível nuclear mediado pelo Brasil e pela Turquia.
"Não existe relação entre o acordo de troca e nossas atividades de enriquecimento. Vamos continuar nosso trabalho de enriquecimento de urânio a 20%, disse Ali Akbar Salehi, chefe da Organização de Energia Atômica do Irã.
Salehi afirmou que a assinatura do acordo é uma "prova de boa vontade" e que agora "a bola está no campo das potências ocidentais"."O grupo de Viena (EUA, Rússia e França) deve dar uma respostar adequada à proposta de cooperação do Irã", disse ele, segundo a agência oficial Irna.
O Irã anunciou em fevereiro deste ano que enriquece urânio a 20%, na usina de Natanz. Para a produção de armas nucleares, é necessário enriquecer o material a 80%.
Acordo
O anúncio patrocinado por Brasil e Turquia saiu quando as potências internacionais, lideradas pelos EUA, esboçam, ao nível do Conselho de Segurança da ONU, uma quarta rodada de sanções contra o Irã. Ele foi fechado durante visita do presidente Lula a Teerã.
As potências acusam o Irã de esconder deliberadamente informações sobre o programa nuclear. Elas temem que o país esconda intenções militares. O governo de Teerã afirma que o único objetivo do programa é produzir energia.
O acordo foi recebido com ceticismo na Europa. A Comunidade Europeia afirmou que trata-se de um passo na direção correta. A chancelaria britânica afirmou que sua assinatura não interrompe a busca de sanções contra Teerã.
Os jornais internacionais também noticiaram o acordo com ceticismo.
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