Dias assume tom de candidato e endurece discurso contra o governo Lula

Veja eleições com Agência do Estado
Assumindo postura de candidato, o senador paranaense Alvaro Dias, vice na chapa de José Serra (PSDB) a presidente da República, endureceu o discurso contra o governo Lula, neste sábado, durante a convenção do partido em Cuiabá (MT) que homologou o nome de Wilson Santos na corrida pelo governo do estado. A administração federal, segundo o senador, "usa a mentira como a arma para esconder suas falcatruas" e "alimenta a si próprio com o dinheiro do povo". Por fim, ele elogiou a administração de Fernando Henrique Cardoso (PDSB), entre 1995 e 2002. "A estabilidade econômica se deve ao Real do governo do PSDB. A semente foi implantada pelo PSDB".

Dias voltou a comentar a oposição dos aliados do DEM à chapa puro-sangue tucana - os democratas reivindicavam a indicação do vice. E garantiu que tudo vai bem. "Tenho recebido recomendação do partido e do Serra. Já me sinto em campanha", disse. Ele afirmou que considera normal a demanda democrata e que acredita que um acordo será selado entre os dois partidos. "Isso valoriza o DEM. É parte do jogo democrático. O DEM é um partido importante na aliança. É legítimo que postule a indicação de um nome, mas certamente a prioridade é o projeto maior. Isso é que vai motivar o DEM a aceitar eventuais ponderações que possam ser feitas pelo PSDB, pelo candidato José Serra e o Sérgio Guerra (presidente do PSDB)".

Na sexta-feira, Dias adotara postura mais moderada. Chegou inclusive a cogitar sua saída, caso a aliança entre tucanos e democratas fosse colocada em risco. Hoje, ele tomou posição contrária. "Não sai eu e nem o DEM", garantiu. "Fui convocado. Aceitei e, portanto, não tenho direito de abrir mão ou ser intransigente. Minha posição é a do PSDB e principalmente do José Serra. Já está determinado deste forma e desta forma deve caminhar".

Segundo ele, na reunião com os democratas de Mato Grosso, ficou claro que a rejeição à chapa puro-sangue não é unanimidade dentro do DEM. "Tenho ouvido estímulos de democratas. Não há uma intransigência do DEM. Como houve recuo do Aécio Neves, o DEM voltou a postular a vice na chapa do Serra. É democrático eles postularem. Mas acredito no entendimento".

Por fim, o senador disse que as críticas ao governo Lula já fazem parte de sua postura no Congresso Nacional. "Mas vou seguir o tom do Serra. Ele é que vai comandar. Cada campanha tem a estratégia que deve ser obedecida. E serei leal e absolutamente fiel ao Serra. Estarei como coadjuvante como tantos outros no Brasil dando suporte a esse projeto", acrescentou.

2 comentários:

Partido Alfa disse...

Alguem tem que assumir e bater. Pois o Serra é igual a Dilma, não convence, parece um freira falando. Assim não dá, assim não é possivel, diria FHC. Pra mim, o PSDB está cometendo o mesmo erro de 2006, candidato errado. A chance de não conseguir é real. Perderemos todos nós, se não houver uma alternância de Poder.

Bellzinha disse...

EWu não confio no Alvaro Dias....

A expulsão de Alvaro Dias do PSDB ocorreu metade do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando o senador chegou a assinar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar escândalos de corrupção. Ele e o irmão, o também senador Osmar Dias, acabaram se filiando ao PDT - partido que fazia oposição a FHC.

Em 2002, Alvaro Dias disputou o governo e apoiou Lula no segundo turno contra José Serra. Favorito, ele, porém, acabou derrotado por Roberto Requião (PMDB). No inicio do governo petista chegou a ser cotado como ministro. No entanto, Requião aproximou-se do governo e ele acabou voltando para o PSDB.