'Estão rompendo o pacto democrático', diz tucano

A oposição estuda a forma de questionar na Justiça a distribuição de cartilhas que fazem propaganda de ações do governo federal. O clima esquentou nos últimos dias, depois que VEJA publicou a organização de um novo grupo de inteligência do PT para confeccionar dossiês.

O tucano José Serra responsabilizou a adversária Dilma Rousseff pela existência de dossiês. O PT resolveu ir à Justiça contra Serra.
Para o senador Sergio Guerra, presidente do PSDB, os petistas estão “rompendo o pacto democrático”. “Eles fazem propaganda usando a máquina e ainda interpelam o nosso candidato, que é o alvo do dossiê. Onde já se viu ir à Justiça contra alguém que é vítima de um dossiê?”, afirmou.
Segundo Guerra, a disputa é desigual neste momento por conta do uso de recuros do estado na campanha de Dilma. Há quatro anos, Lula foi multado em 900.000 reais por distribuir uma cartilha que foi considerada propaganda antecipada. Em uma nova eleição, o governo repete o método: começou a distribuir no mês passado um caderno com 43 páginas exalta programas governamentais e faz elogios à gestão Lula. A publicação é chamada BRASIL 2009 – Estamos vivendo um novo Brasil. Feito por você. Respeitado pelo mundo”. Em todas as páginas o bordão “estamos vivendo um novo Brasil” é repetido. Veja Online

Logo na apresentação, o texto diz que “o Brasil está no caminho certo”. A conclusão é ainda mais laudatória e aponta para o futuro, em um ano eleitoral em que Dilma é candidata. Diz o texto: “As principais conquistas do povo brasileiro em 2009 e suas projeções para os próximos anos são apresentadas nesta publicação, que é uma prestação de contas do governo federal, mas também uma demonstração de que o Brasil sabe enfrentar os desafios e encarar o futuro”.

A Secretaria de Comunicação da Presidência, responsável pela publicação, diz que imprime o texto todos os anos e que, em 2010, foram produzidos 1,2 milhão de exemplares, ao custo total de 2,195 milhões de reais. A entrega do material ocorreu em 207 mil escolas municipais, estaduais e federais, universidades, federações, sindicatos, bibliotecas, governos estatuais,prefeituras, embaixadas, deputados, vereadores e ONGs. “A distribuição deste ano está praticamente concluída, e nenhum exemplar será entregue no período eleitoral, assim eventual saldo não distribuído até a próxima semana, somente será entregue depois de outubro”, informou a Secom por e-mail.

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